Recentemente, ganharam grande exposição na imprensa burguesa as declarações públicas de Leonardo Boff, um dos principais expoentes da Teologia da Libertação, sobre que “a Amazônia deve ser internacionalizada e ter gestão global”.
A justificativa seria que as políticas do governo Bolsonaro são muito destrutivas, o que adicionado à depredação aplicada pelo chamado “agronegócio” só leva à destruição total desse ecossistema.
Se bem a constatação é correta, os “ecologistas” oficiais “esqueceram” que por detrás do “agronegócio” e da destruição se encontram as grandes empresas capitalistas e os estados que eles querem que controlem a Amazônia.
O “agronegócio” busca produzir as matérias primas que são comercializadas na especulação financeira ao menor custo possível, motivo pelo qual nem sequer piscam perante a destruição generalizada de todos os ecossistemas.
A derrubada da Amazônia é um processo bárbaro já que o solo é semi-areioso e pouco apropriado para o cultivo e ainda pior para o gado. Mas se trata de um negócio muito favorável para obter lucros fáceis.
Terras quase de graças; venda da madeira ilegal, principalmente para os países desenvolvidos; produção de soja e de gado que são comercializados nas bolsas mercantis e futuro; liberação de territórios para a exploração (hiper-depredadora) de minerais que também serão comercializados na especulação financeira.
Vale destacar que os governos do PT nada fizeram para enfrentar essa política e até a fomentaram por exemplo, com o Novo Código Florestal de 2012 e a aliança com o “agronegócio”, já que dependiam dos recursos gerados por essas exportações para fechar as contas.
Ao mesmo tempo, colocar a Amazônia sob o controle do imperialismo representa evidentemente a entrega total da soberania nacional brasileira. Algo parecido com o que foi feito em relação à base de Alcântara, diretamente pelo governo do estado do Maranhão, controlado pelo PCdoB, mas apoiado por praticamente todo o regime político.
A perda da visão política sobre quais são as forças que se enfrentam no terreno da luta de classes, assim como se colocar diretamente no campo do inimigo, reforçam a importância da construção da vanguarda revolucionária capaz de elaborar políticas a favor dos trabalhadores e do povo e de que essas políticas sejam encarnadas por estes que são os agentes da revolução, das verdadeiras mudanças.