A história do Brasil é uma das mais sanguinárias e manipuladas do mundo.
Durante a era colonial, houve o massacre de mais de cinco milhões de indígenas.
O Brasil foi o maior destino dos escravos negros, dez vezes mais do que os que chegaram aos Estados Unidos.
Durante a Guerra do Paraguai (1860-1868), os negros foram usados como carne de canhão. Aqueles que não morreram voltaram às favelas emergentes do Rio de Janeiro.
Com o impulso da Revolução Industrial, os ingleses buscaram expandir o mercado mundial de seus produtos.
No Brasil, a cana-de-açúcar foi trocada pelo ciclo do café. Assim, era necessária uma força de trabalho mais qualificada.
A nascente burguesia brasileira optou por importar imigrantes europeus e japoneses. Os negros tiveram liberdade formal em 1886, mas não tinham para onde ir e nem educação para ingressar no mercado de trabalho, embora sempre tenham sido a maioria da população.
A escravidão formal da população negra continua até hoje, embora vários mecanismos sejam usados para disfarçá-la.
O Brasil é um dos países onde a concentração de riquezas é uma das maiores do mundo. E onde o número de pobres é mais assustador ainda.
A historiografia oficial tenta fazer as pessoas acreditarem que nada aconteceu no Brasil, que os brasileiros são preguiçosos, corruptos e submissos.
Mas, na verdade, no Brasil houveram mais de 70 revoltas e revoluções.
Os quilombos agruparam os negros que fugiram da escravidão e que enfrentaram os escravistas portugueses. O mais famoso deles, o Quilombo dos Palmares, comandado por Zumbi, durou mais de 50 anos.
Durante o século 19, ocorreram muitas revoltas em todo o Brasil, como a Revolução Farrapos no Rio Grande do Sul, a Revolução Praieira em Pernambuco e várias outras.
A Revolta Chibata de 1910 foi um episódio histórico em que marinheiros e cabos da marinha brasileira se rebelaram, apontaram os canhões contra a cidade do Rio de Janeiro e conseguiram acabar oficialmente com os castigos corporais em 24 horas.
A grande greve geral de 1917 paralisou os principais centros econômicos do país.
Entre os efeitos que causou foi que na década de 1920 o movimento nacionalista cresceu a partir do chamado “Tenentismo”, que teve como ponto alto a Coluna Prestes que percorreu quase 25.000 quilômetros em 13 estados e nunca foi derrotada.
Essa foi a base da Revolução de 1930.
A crise aberta com a Segunda Guerra Mundial provocou um certo desenvolvimento nacionalista no Brasil, com o desenvolvimento da indústria do aço, da indústria do petróleo e o aparecimento de grandes empresas estatais. Durante os anos 1950 e início dos anos 1960, o controle do imperialismo dos EUA sobre a América Latina continuou a vacilar. O ponto alto foi a Revolução Cubana de 1959.
A ascensão do movimento operário e de massa levou a grandes greves de marinheiros e soldados. Os grevistas se reuniram no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro.
O imperialismo e os grandes empresários organizaram o Golpe de 1964, adiado por dez anos devido à crise gerada pelo suicídio de Getúlio Vargas em 1954.
Em 1968 houve uma nova ascensão do movimento estudantil e operário, que seria controlado nos dez anos seguintes pelo chamado “Milagre Econômico Brasileiro”.
O surgimento do movimento estudantil em 1977 e as fortes greves metalúrgicas que se iniciaram um ano depois, aplicaram duros golpes que estiveram na base da queda da Ditadura Militar.
Entre 1981 e 1983, mais de 1.500 sindicatos foram retomados das diretorias vinculadas à Ditadura Militar, pela oposição de classe.
Em 1983 foi fundada a CUT (Central Unica de los Trabajadores) e depois o MST (Movimento dos Sem Terra).
Em 1985 houve 15.000 greves, muitas delas muito radicais.
O processo de controle das lutas ocorreu com os planos Cruzeiro e Cruzado, e principalmente durante os governos FHC.
Hoje em dia a crise econômica do sistema capitalista está afetando o mundo inteiro, e o Brasil também foi um dos mais afetados, as pessoas estão trabalhando o dobro e cada vez mais NÃO estão chegando ao fim do mês, cada vez mais há menos empregos e mais despidos, o que está afetando inclusive a classe média. Isso significa que em qualquer momento as contradições serão tão grandes que os trabalhadores e povos brasileiros e até mesmo aqueles que odeiam a política não terão mais opção que se rebelarem contra o sistema.
Não é questão de consciência, é questão de necessidade, é questão de classe.