A luta dos trabalhadores e a “Intentona Comunista” de novembro de 1935
A finais do mês de novembro de 1935 aconteceu no Brasil, a chamada “Intentona Comunista”, ou a tentativa encabeçada pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro) de tomar o poder no Brasil a partir de um golpe militar encabeçado por tenentes e outros oficiais de baixa patente.
A “Intentona Comunista” acabou num estrepitoso fracasso e abriu passo ao Estado Novo de Vargas.
Em 1935 os operários comunistas fundaram a CSUB (Confederação Sindical Unitária do Brasil).
No mesmo ano fundaram a Aliança Nacional Libertadora (ANL), que tinha como objetivo a luta anti-imperialista e antifascista e era liderada por Luís Carlos Prestes.
Em reação, o governo de Getúlio Vargas decretou a Lei de Segurança Nacional, a qual dissolveu a CSUB e a ANL.
Essa ação do governo Vargas ficou conhecida como a política “Bifronte”, período que antecedeu o Estado Novo.
Os problemas que a Revolução de 1932 buscava resolver



Dois grandes problemas foram colocados durante o período tanto nas revoluções de 1932 quanto nas revoluções de 1924 e 1930, como acontece normalmente nas revoluções burguesas.
Em primeiro lugar, como trocar o governo, de maneira revolucionária, sem despertar o movimento operário?
Durante o levante de 1924, os revolucionários foram chantageados pela burguesia que pressionou o General Isidoro da Fonseca e o governo com a possibilidade da classe operária paulista se levantar se as tropas insurretas não abandonassem a cidade de São Paulo.
À medida que a ocupação da cidade pelas forças revolucionárias progredia, a massa operária ia despertando e assustando os industriais.
Quando os comerciantes fecharam todos os estabelecimentos comerciais para evitar os saques, um tenente revolucionário recebeu a ordem de obter mercadorias para o exército e obrigou um determinado comerciante a abrir o supermercado.
Quando foi aberto, uma multidão promoveu um saque de grandes proporções que detonou uma onda de saques em vários pontos da cidade como uma primeira resposta das massas trabalhadoras à crise. Após os saques, veem as greves em grande proporção.
Um segundo problema, foi que os tenentes tinham um programa nacionalista e achavam que deviam impô-lo em todos os lugares a força.
São Paulo era um lugar problemático por tratar-se da principal fortaleza da oligarquia que era aliada da burguesia.
A oligarquia entrou em colapso e ficou a reboque da burguesia.
Esta se opôs ao programa dos tenentes e passou a pressionar o governo para convocar uma assembleia constituinte na perspectiva de controlá-la devido ao seu aparato eleitoral superior, e onde os tenentes seriam minoria.
A burguesia lançou essa política para controlar a situação. O movimento de 1932 não foi separatista, mas, na verdade, foi a tentativa de superar a crise do regime em favor da burguesia e de controlar a classe operária que ameaçava se levantar.
Mesmo com a Constituinte, a burguesia não conseguiu controlar a classe operária. A guerra terminou e foi convocada a Constituinte.
O Partido dos Industriais de São Paulo, aliado à oligarquia, ganhou as eleições em São Paulo e em vários outros estados do País, o que possibilitou montar uma maioria folgada que, junto com Getúlio Vargas, impediu que os tenentes progredissem na elaboração de um programa social e nacionalista para o País.
Representou uma manobra política no meio da crise, pois, mesmo com a Constituinte de 1932 e 1934, a crise não se fechou, mas foi se aprofundando.
Em 1935, a situação tornou-se crítica novamente. Depois da Constituinte, a situação era tão crítica que se transformou numa luta de rua entre setores da classe operária e o Integralismo.

Os integralistas invadiram as sedes dos partidos de esquerda com violência para controlar a situação. A retaliação aconteceu na famosa Batalha da Praça da Sé, onde os trotskistas em São Paulo junto com o PCB promoveram uma fuzilaria contra os integralistas num desfile que estes estavam promovendo na Praça da Sé.
A situação tendeu a se generalizar como uma situação revolucionária. Os erros do PCB que levaram ao levante de 1935, promoveram uma depressão do movimento revolucionário que o governo acabou aproveitando para desmantelar o movimento operário.
Continua, parte dois: A liquidação do PCB como partido revolucionário
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