O movimento operário no Brasil – PARTE 2

O movimento operário no Brasil – PARTE 2

Sem a visão e a política adequada qualquer grupo político e revolucionário com grandes bases de trabalhadores pode encontrar o seu fim na burocracia. Entenda a decadência do PCB nos anos de 1924 ao 1935
A liquidação do PCB como partido revolucionário

Um fator muito importante que deve ser considerado é a debilidade politica da organização do Partido Comunista.

O PCB se formou como um partido da classe operária que tinha uma base de massas e agrupava os setores fundamentais das massas trabalhadoras.

No entanto, o PCB era politicamente inexperiente e imaturo; ele se formou nas vésperas de todos esses acontecimentos.

O PCB foi rapidamente tomado pela burocracia soviética, a partir de 1924 e 1925, levando ao racha do Partido em 1927 e 1929, onde a ala revolucionária, os elementos mais esclarecidos do partido, ficaram de fora do partido.

O PCB não conseguiu, no meio da crise, efetivamente elaborar uma politica para intervir na crise, o que o levou a ficar ausente do cenário político no período de 1925 e 1926.

O PCB lançou  greves por motivos políticos alheios as necessidades do movimento operário, o que levou à desorganização de vários sindicatos importantes e do próprio PCB, que entrou em crise várias vezes.

A direção caiu nas mãos de pequenos burgueses ultra sectários. A burocracia soviética substituiu essa direção por elementos mais direitistas que irão preparar o levante de 1935.

Durante a Revolução de 1932, o PCB não cumpriu nenhum papel politico, deixando todo o papel para a burguesia, representada pelos militares que queriam derrubar o governo.

Os militares mostraram ao povo uma alternativa de poder que o sindicalismo não tinha, pois o PCB não tinha nem politica e nem alternativa de poder.

Se o PCB não estivesse sob a influencia do estalinismo poderia ter se desenvolvido como partido até 1930 pelo menos, e se capacitar para tomar o poder, mas foi neutralizado completamente e acabou caindo na mão dos remanescentes do movimento tenentistas que se esgotaram em 1935.

A primeira manifestação da “frente popular”, como política de conciliação de classes no Brasil foi Aliança Nacional Libertadora de 1935.

Em 1935, o PCB foi tomado pela Era Prestes e passou a apresentar uma alternativa de poder que consistia na derrubada do governo, mas que era estranha à classe operária. Um dos grandes problemas da Revolução de 1930 foi que não havia condições dentro do movimento operário de lutar por um governo operário.

Parte 1: A luta dos trabalhadores e a “Intentona Comunista” de novembro de 1935

Continua Parte 3: A situação no Brasil entre 1930 e 1937

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2 comentarios en «O movimento operário no Brasil – PARTE 2»

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