Lula deixou claro em ligação com Zelensky que é contra a operação especial da Rússia

Lula deixou claro em ligação com Zelensky que é contra a operação especial da Rússia

Lula descoberto. Em reunião com Zelensky uma vez mais comprovou sua total submissão ao governo Norteamericano.

Por Andrew Korybko

Publicação original em https://korybko.substack.com/p/lula-made-it-clear-in-his-call-with

Apresentação de Primera Línea Revolucionária

A política exterior do Brasil tem evoluído a uma submissão tão grotesca ao imperialismo norte-americano que chegou num ponto que a política ultra-reacionária do governo Bolsonaro está parecendo até “esquerdista” comparada o viralatismo da política Lula/Alckmin sobre os BRICS, Rússia e Ucrânia.

Isso para não mencionar a política interna, principalmente a política econômica que é a continuidade direita do Paulo Guedes, sob o comando do mais tucano dos petistas (segundo Lula), o Sr. Fernando Haddad.

A capitulação da “esquerda oficial” (PT, PCdoB, PSOL, UP, PCB e outros) e da “extrema esquerda oficial” (PCO, PSTU) é tão decadente que tem vinculado o seu futuro à defesa do governo Lula/Alckmin.

O mais gritante é que o analista norte-americano Andrew Korybko, que não é um militante revolucionário, mas apenas um jornalista sério, faz recomendações aos militantes de esquerda muito mais realistas do que a nossa “esquerda” totalmente apodrecida é capaz de fazer, pois ela não quer organizar nada. Se converteram em seguidores do imperialismo norte-americano.

Com a palavra Andrew Korybko

Tudo o que Lula e Zelensky discutiram no telefonema de quinta-feira [2.3.2023] prova que o líder brasileiro é indiscutivelmente contra a operação especial da Rússia, o que não pode ser negado por nenhum observador honesto.

Dito isso, ele não é contra a Rússia em si, nem contra a expansão abrangente das relações com esse parceiro do BRICS, apesar de suas diferenças irreconciliáveis sobre sua guerra por procuração com a OTAN na Ucrânia.

As teorias da conspiração que circulam nas redes sociais brasileiras desde a reeleição do presidente Lula do Silva, alegando que ele está secretamente do lado de Moscou na guerra por procuração Rússia-OTAN na Ucrânia, receberam um golpe mortal de ninguém menos que o recém-reeleito e agora ele próprio três vezes líder.

De acordo com seu site oficial, ele disse a seu colega ucraniano em sua ligação na quinta-feira que “o Brasil defende a integridade territorial da Ucrânia” e aceitou o convite para visitar Kiev.

Zelensky lançou mais luz sobre o conteúdo de suas discussões em seu discurso noturno à nação, que pode ser lido na íntegra em seu site oficial aqui.

Ele revelou que “foi uma conversa útil. Estamos retomando os contatos entre nossos países no mais alto nível”, o que deu a entender que o antecessor de Lula, Bolsonaro, havia discretamente cortado seus laços desde o início da operação especial da Rússia no ano passado e que o titular decidiu reverter sua decisão.

Mais escandalosamente, no entanto, o líder ucraniano acrescentou que “Discutimos os esforços diplomáticos para impedir a agressão russa e restaurar a paz em nosso país, na região e no mundo. Em particular, os esforços internacionais para implementar nossa Fórmula da Paz.”

A chamada “fórmula da paz” de Kiev foi anteriormente rejeitada pelo Kremlin como distante da realidade por exigir a capitulação estratégica total da Rússia, mas Lula continua interessado o suficiente nela para manter uma conversa com Zelensky sobre esse cenário.

Isso sugere perturbadoramente que a vaga proposta de paz do líder brasileiro, semelhante ao G20, poderia incluir uma combinação das últimas exigências da Resolução da ONU para a retirada completa, imediata e incondicional da Rússia, bem como algumas das medidas punitivas multilaterais que estão sendo pressionadas por Kiev. Sobre a primeira possível parte do plano de Lula, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse à mídia em resposta a uma pergunta na quinta-feira que lamentava a votação do Brasil.

O alto diplomata acrescentou que teria sido preferível a abstenção ao voto a favor desta resolução anti-russa e esclareceu que o seu país não exige mediação no conflito ucraniano, mas simplesmente que os outros respeitem os seus legítimos interesses.

No entanto, Ryabkov também disse que as conversas de seu chefe, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, naquele mesmo dia, com seu homólogo brasileiro, focaram em questões que aproximam os dois e que, portanto, ele ainda acredita que a parceria é promissora.

Quanto ao encontro entre seus principais diplomatas, Lavrov foi educado como era de se esperar e optou por não escandalizar o voto do Brasil em apoio à última Resolução da ONU, que ele alegou ter entendido.

Ele também disse que Moscou quer aprender mais sobre a proposta de paz do G20 de Lula, embora isso possa ser interpretado no contexto mais amplo como querer ser mantido informado sobre esta iniciativa devido ao quão preocupante parece ser em oposição a uma expressão sincera de suporte para isso.

É neste ponto que o leitor deve estar ciente de minhas análises anteriores sobre este assunto delicado, caso ainda não as tenha informado. Tenho acompanhado de perto a política externa de Lula desde sua reeleição e recentemente me concentrei muito em sua abordagem da guerra por procuração Rússia-OTAN na Ucrânia. O primeiro dos quatro materiais de referência a seguir contém links para 17 de minhas peças de novembro até o final de fevereiro, enquanto os três restantes são as atualizações mais recentes que publiquei desde então:

* “Korybko ao PCO do Brasil: vocês são idiotas úteis do imperialismo americano por me acusarem de ser um deles”

* “Lula apunhalou Putin pelas costas ao ordenar que o Brasil votasse contra a Rússia na ONU”

* “A raiva da Rússia com a última resolução da ONU mostra que Lula errou ao apoiá-la”* “Brasil e China são pólos opostos quando se trata de seus jogos finais previstos na Ucrânia”

Argumentei que Lula de fato recalibrou sua visão de mundo multipolar desde sua prisão, a fim de alinhá-la mais de perto com os EUA, embora também tenha esclarecido em três ocasiões aqui, aqui e na última de minhas quatro análises de hiperlinks mencionadas acima que os laços russo-brasileiros não se espera que sofram.

Esses pontos principais da minha posição, que foram justificados pelos últimos eventos, são importantes de serem lembrados, pois há uma operação ativa de desinformação em andamento no Brasil que afirma o contrário.

 O culto pseudo-político conhecido como “Partido da Causa dos Trabalhadores” (“PCO”) está tentando recrutar novos membros sob o falso pretexto de que estão defendendo Lula de “mentiras” sobre sua abordagem em relação à guerra por procuração Rússia-OTAN.

Eles promoveram a teoria da conspiração de que ele está secretamente do lado de Moscou, o que já é bastante problemático, mas então esses agentes de desinformação escalaram as coisas atacando aqueles como eu, que confiaram em fatos objetivamente existentes e facilmente verificáveis para desmascarar essa afirmação.

Embora alguns possam suspeitar que isso seja motivado pelas tendências ego-maníacas do líder desse culto, a realidade é que na verdade isso equivale a uma forma de Guerra Híbrida, cujos propósitos serão explicados agora.

Ao inventar uma teoria da conspiração alegando falsamente que a abordagem amigável de Lula aos EUA em relação à guerra por procuração é secretamente amigável à Rússia, o “PCO” espera apelar para ele pessoalmente e obter algum tipo de favor ou apoio como resultado da manipulação de percepções sobre sua política entre a base de seu partido.

O Partido dos Trabalhadores (PT) é formado por pessoas que apóiam a multipolaridade e o socialismo, nenhum dos quais é promovido por Lula, preferindo condenar a operação especial da Rússia em alinhamento com os EUA em vez de permanecer neutro em relação a ela, como fizeram os parceiros do BRICS no Brasil.

Nem ele nem ninguém proeminente em seu partido pode travar a operação de desinformação sobre suas intenções supostamente secretas que o “PCO” é, pois isso neutralizaria o propósito pró-EUA dessa política.

Isso não é para sugerir que Lula ou líderes do PT estejam conspirando com esse culto a esse respeito, mas apenas que seu líder acredita que está desempenhando um papel crucial na manipulação das percepções de sua base sobre sua abordagem em relação a essa guerra por procuração, a fim de neutralizar preventivamente dissidência dentro de suas fileiras.

Em troca, ele espera obter algum tipo de favor ou apoio deles para desempenhar esse papel, sem o qual ele poderia pelo menos recrutar novos membros, roubando alguns do PT.

Os brasileiros devem estar cientes dessa perniciosa campanha de guerra híbrida movida a desinformação que está sendo travada contra eles por um culto politicamente oportunista, a fim de evitar ser enganado por sua teoria da conspiração sobre esse assunto e cair em ataques relacionados contra aqueles que o desmentiram com fatos.

Tudo o que Lula e Zelensky discutiram no telefonema de quinta-feira prova que o líder brasileiro é indiscutivelmente contra a operação especial da Rússia, o que não pode ser negado por nenhum observador honesto.

Dito isso, ele não é contra a Rússia em si, nem contra a expansão abrangente das relações com esse parceiro do BRICS, apesar de suas diferenças irreconciliáveis sobre sua guerra por procuração com a OTAN na Ucrânia.

A abordagem amistosa dos Estados Unidos de Lula em relação a esse conflito se alinha com sua visão de mundo recalibrada nos últimos anos, ambas as quais ele acredita, com ou sem razão, serem do melhor interesse do Brasil.

A base petista deve estar atenta a esses fatos objetivamente existentes ao formular sua opinião sobre sua política externa.

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