A nossa “esquerda” oficial tem promovido a campanha de que supostamente o governo Lula/Alckmin seria um governo “nacionalista”.
Dado os fatos que temos visto nestes dois meses de governo fica muito difícil de identificar as características nacionalistas deste governo, ao mesmo tempo que fica muito fácil identificar o entreguismo profundo destes poodles do maior inimigo dos trabalhadores e dos povos da América Latina e do mundo.
O que é ser nacionalista?
O nacionalismo responde a um movimento nos países atrasados de completar as tarefas que as burguesias nacionais não conseguiram fazer, principalmente por sua submissão às potências estrangeiras e pelo temor que têm dos próprios trabalhadores e do seu próprio povo.
As tarefas são:
1. A defesa da soberania (independência) nacional, o que implica na luta efetiva contra o imperialismo;
2. A luta pelas liberdades democráticas contra o brutal fechamento do regime imposto pelo imperialismo e seus poodles locais;
3. A realização de uma ampla reforma agrária que acabe com o latifúndio;
4. O nacionalismo se apoia nas massas, as mobiliza de maneira controlada, para se opor ao imperialismo.
Os primeiros governos Lula se enquadram em algum desses quatro quesitos?
Podemos dizer que o governo Lula/Alckmin não se enquadra absolutamente em nenhum.
Nos dois primeiros governos de Lula houve algumas ações em relação ao quesito defesa da soberania nacional.
Por exemplo, ter se oposto à criação da ALCA, ter desenvolvido relações com Venezuela e Cuba, ter impulsionado as grandes empresas nacionais que investem no estrangeiro, em países secundários para o imperialismo e por fim ter impulsionado os BRICS.
Era um nacionalismo “aguado ou tímido” na questão das relações exteriores porque o governo brasileiro mandou tropas ao Haiti a mando do imperialismo norte-americano e manteve uma política de não enfrentamento em todas as questões importantes, principalmente sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão. Mas havia tendências nacionalistas ao fim.
No quesito das liberdades democráticas a partir do segundo governo Lula, os governos do PT até aprovaram toda uma série de leis muito reacionárias. O Ministério da Justiça sempre esteve controlado pela ala direita do PT.
Em 2010, Lula aprovou a lei reacionária da “Ficha Limpa” que depois acabou o sujando. Abrindo as porteiras para Dilma aprovar as leis ainda mais reacionárias: Lei das Delações Premiadas [Lei Contra a Corrupção], Lei que enquadra o que é organização criminosa e a Lei Anti-terror.
E muito mais. Tudo por imposição direta do imperialismo norte-americano.
No campo, longe dos governos do PT terem se oposto ao latifúndio, o incentivaram por meio de toda uma série de medidas, vinculando-se umbilicalmente ao “agronegócio”.
A mobilização das massas contra o imperialismo foi ultra-limitada.
Durante os governos Lula, mais de 150 mil sindicalistas foram cooptados com cargos nas empresas públicas ou no governo. Com isso acabou o sindicalismo no Brasil, que foi transformado em um “negócio” cartorial sob o controle de burocracias corruptas; ainda pior do que fez a Ditadura Militar.
Os principais movimentos sociais foram corrompidos por meio de dinheiro que jorrou dos ministérios.
Enquanto isso, “os banqueiros nunca ganharam tanto dinheiro como nos meus governos”, disse acertadamente Lula.
Em resumo, os governos Lula anteriores tiveram muito pouco de nacionalismo, mas algo (muito pouco) houve.
O governo Lula/Alckmin se enquadra em algum desses quatro quesitos?
Nem de longe.
Obviamente nada é puro, mas o cheiro de “nacionalismo” do governo Lula/Alckmin é quase imperceptível.
Os nossos programas sociais nem sequer podem ser considerados como nacionalistas.
O Bolsa Família, por exemplo, foi criado por FHC e aplicado até por Bolsonaro.
Somente gente muito interessada na defesa deste governo pode promover tamanha propaganda abertamente pró-imperialista.
Este governo foi imposto pelos mesmos golpistas que prenderam Lula em 2017 para impor o bolsonarismo, numa operação que representou a maior fraude eleitoral em 100 anos e que a “esquerda oficial” nem sequer questiona em ações concretas.
Obviamente, essa “esquerda” nem sequer pensa em realizar um movimento de massas nas ruas para enfrentar o imperialismo, tal como Getúlio Vargas, João Goulart e Brizola fizeram.
Agora tudo seria resolvido no papo, na boa conversa de Lula.
A mais obscena teorização a esse respeito foi realizada pelo PCO, com a visão de que Lula foi tratado de igual a igual pelo imperialismo na recente visita a Biden. Para isso, precisou realizar todo tipo de malabarismo para minimizar a gravidade da Declaração conjunta Biden/Lula e a votação do Brasil contra a Rússia nas Nações Unidas, sem sequer mediar consulta prévia com os parceiros do BRICS, do qual o Brasil é fundador.
Na política exterior, o governo Lula/Alckmin promoveu um claro alinhamento com o imperialismo norte-americano.
Na política econômica é onde o caráter pró-imperialista do governo Lula/Alckmin fica mais evidente.
A política econômica é a mesma aplicada por Paulo Guedes e foi determinada nas suas linhas centrais pela “equipe de transição” controlada pelos pais do Plano Real, Pérsio Arida, Armínio Fraga e Malan.
Não há nenhuma contraposição ao imperialismo, além de questões ultra-secundárias, até porque este governo não é fruto da mobilização de massas, mas da imposição do imperialismo.
A “esquerda” oficial tornou-se militante do Partido Democrata norte-americano da mesma maneira que a direita é do Partido Republicano no fundamental.
Essa situação é fruto do aperto imperialista na tentativa de salvar-se da sua maior crise de todos os tempos.
O efeito colateral tem sido a destruição do colchão de controle social, ficando cada vez mais cara a cara a burguesia com as suas baionetas, por um lado, e os trabalhadores e o povo pelo outro.
O governo Lula/Alckmin se encontra na etapa intermediária nessa evolução. De fato é um governo tucano usando o lulismo como sua cara pública.
Panfleto político de luta a partir do Texto acima
NÃO AO GOVERNO LULA/ALCKMIN – CONTRA O ENTREGUISMO DO IMPERIALISMO!
A “esquerda” oficial promove a propaganda enganosa de que o governo Lula/Alckmin é “nacionalista”. No entanto, os fatos mostram que este governo é entreguista e submisso aos interesses do imperialismo norte-americano, em primeiro lugar.
O que é ser nacionalista?
Ser nacionalista significa defender a soberania nacional, lutar pelas liberdades democráticas, realizar uma ampla reforma agrária e mobilizar as massas para se opor ao imperialismo.
O governo Lula/Alckmin não se enquadra em nenhum desses quesitos.
Nos dois primeiros governos de Lula, houve algumas ações em relação à defesa da soberania nacional, mas estas foram tímidas e insuficientes.
No campo das liberdades democráticas, o governo do PT aprovou leis reacionárias, controlado pela ala direita do partido.
No campo, os governos do PT incentivaram o latifúndio, vinculando-se umbilicalmente ao “agronegócio”. A mobilização das massas contra o imperialismo foi ultra-limitada.
O governo Lula/Alckmin não se enquadra em nenhum desses quesitos. Não há nada de nacionalista no nosso programa social, que foi criado por governos anteriores e aplicado até pelo atual governo de Bolsonaro.
Este governo foi imposto pelos menos golpistas que prenderam Lula em 2017 para impor o bolsonarismo, numa operação que representou a maior fraude eleitoral em 100 anos e que a “esquerda oficial” nem sequer questiona em ações concretas.
Não podemos permitir que este governo entreguista continue no poder. Devemos mobilizar as massas nas ruas para enfrentar o imperialismo, tal como Getúlio Vargas, João Goulart e outros líderes nacionalistas fizeram no passado.