Entre suas diversas obras, destacam-se as seguintes 10 teses:
- Reforma ou Revolução (1898): Nesta obra, Luxemburgo argumenta que a estratégia social-democrata de buscar reformas graduais dentro do sistema capitalista é insuficiente e ilusória, e que só uma revolução socialista pode verdadeiramente emancipar os trabalhadores. Ela critica a ideia de que o capitalismo possa ser humanizado ou corrigido através de reformas sociais, como a regulamentação do trabalho ou a proteção dos direitos dos trabalhadores. Em vez disso, Luxemburgo defende a necessidade de uma transformação revolucionária da sociedade, baseada na ação direta e na organização autônoma dos trabalhadores.
- Greve de Massas, Partido e Sindicatos (1906): Nesta obra, Luxemburgo argumenta que a greve de massas, quando realizada de forma consciente e organizada pelo movimento operário, pode se tornar um poderoso instrumento de luta pela emancipação social. Ela critica a visão sindicalista de que os sindicatos devem ser os únicos instrumentos de luta dos trabalhadores e defende a importância de um partido revolucionário como uma força organizada e consciente capaz de liderar a luta.
- A Greve de Massas, o Partido e as Eleições (1906): Neste texto, Luxemburgo discute a relação entre a luta sindical, a luta política e a luta eleitoral. Ela argumenta que a greve de massas, quando realizada de forma consciente e organizada pelo movimento operário, pode se tornar um poderoso instrumento de luta pela emancipação social. No entanto, ela critica a visão sindicalista de que os sindicatos devem ser os únicos instrumentos de luta dos trabalhadores, defendendo a importância de um partido revolucionário como uma força organizada e consciente capaz de liderar a luta.
- A Questão Nacional e a Autonomia (1908): Neste texto, Luxemburgo aborda a questão nacional, mostrando como o nacionalismo pode ser usado pelas elites para dividir e enfraquecer a classe trabalhadora. Ela argumenta que a luta contra a opressão nacional deve ser uma luta de todas as classes oprimidas, não apenas dos nacionalistas. Luxemburgo também defende a importância da autonomia e da auto-organização dos povos oprimidos, mostrando como a luta pela liberdade nacional pode ser uma etapa importante na luta pela emancipação social.
- A Acumulação do Capital (1913): Neste livro, Luxemburgo desenvolve uma análise original sobre o papel do colonialismo e do mercado mundial na dinâmica do capitalismo. Ela argumenta que a acumulação de capital só é possível através da exploração de regiões “não-capitalistas”, como as colônias ou as áreas de subsistência camponesa, onde os trabalhadores são pagos abaixo do valor de sua produção. Luxemburgo também critica a ideia de que o capitalismo pode resolver suas contradições internas através da expansão ilimitada do mercado, argumentando que a tendência à sobreprodução e à crise é inerente ao próprio sistema.
- A Crise da Social-Democracia (1915): Escrita em meio à Primeira Guerra Mundial, esta obra denuncia a traição dos partidos social-democratas europeus, que abandonaram sua postura internacionalista e apoiaram a guerra imperialista. Luxemburgo argumenta que a social-democracia se tornou uma mera “asa esquerda” do capitalismo, incapaz de promover uma verdadeira transformação social. Ela critica a colaboração de classe dos social-democratas com a burguesia e defende a necessidade de uma estratégia revolucionária e internacionalista para a luta dos trabalhadores.
- Introdução à Economia Política (1916): Neste livro, Luxemburgo apresenta uma crítica às teorias econômicas dominantes de sua época, como a teoria do valor-trabalho de Karl Marx e a teoria marginalista da escola neoclássica. Ela argumenta que a economia política deve ser entendida como uma ciência social, que leva em conta não apenas as relações de produção, mas também as relações sociais e políticas mais amplas que permeiam a sociedade. Luxemburgo também discute a relação entre a economia e a política, mostrando como as crises econômicas podem ser usadas pelas elites para fortalecer seu poder político.
- A Revolução Russa (1918): Luxemburgo escreveu este panfleto logo após a Revolução de Outubro, criticando tanto os excessos do regime bolchevique quanto a oposição oportunista dos social-democratas. Ela argumenta que a revolução russa foi um momento histórico crucial na luta pela emancipação social, mas que a centralização excessiva do poder nas mãos do partido bolchevique e a supressão da democracia operária foram erros graves que minaram a própria base da revolução.
- O Que Quer a Liga Spartacus? (1918): Escrito como uma carta aberta aos trabalhadores alemães, este texto explica os objetivos da Liga Spartacus, organização revolucionária liderada por Luxemburgo e Karl Liebknecht. Ela defende a necessidade de uma ruptura radical com o capitalismo e a construção de uma nova sociedade socialista, baseada na autodeterminação e na liberdade dos trabalhadores. Luxemburgo também critica a burocratização e a centralização excessiva do poder no Estado, defendendo a importância da democracia operária e da participação popular na tomada de decisões.
- Os Fundamentos Programáticos da Internacional Comunista (1919): Neste texto, Luxemburgo discute os princípios e estratégias que deveriam orientar a ação dos partidos comunistas recém-criados após a Revolução de Outubro. Ela critica a visão mecânica e dogmática da luta de classes, defendendo a importância de uma análise concreta da realidade social e política em cada país. Luxemburgo também argumenta que a luta pela emancipação social deve ser baseada na solidariedade internacional dos trabalhadores, mostrando como a luta pela transformação social em um país está intrinsicamente ligada à luta dos trabalhadores em outros países. Luxemburgo também defende a importância da democracia operária e da participação popular na construção do socialismo, criticando a centralização excessiva do poder no Estado e a burocratização da luta revolucionária. Ela argumenta que a construção de uma nova sociedade socialista deve ser baseada na livre associação e cooperação dos trabalhadores, e não na imposição autoritária de uma elite revolucionária.