A Lei da Censura (Projeto de Lei 2630/2020 das»Fake new») e o Monopólio da Narrativa Imperialista através da Rede Globo

A Lei da Censura (Projeto de Lei 2630/2020 das»Fake new») e o Monopólio da Narrativa Imperialista através da Rede Globo

Entendendo o novo AI5 que o governo PT quer aplicar por meios "democráticos". Onde os únicos que poderam expressar idéias ou propagar informações serão os partidos políticos.

Não é novidade que, desde a invenção da imprensa, nenhum meio de comunicação é democrático na medida em que todos os grandes veículos de divulgação de informações são controlados pelas classes dominantes, com o objetivo de difundir a sua ideologia e interpretação política dos fatos. 

Entretanto, assim como as gráficas clandestinas de outrora imprimiam e distribuíam folhetins com conteúdo crítico e independente produzido por uma minoria dissonante, a Internet ainda é um espaço onde qualquer um do povo pode se utilizar para fazer a crítica autônoma e independente nos dias de hoje, que não precisa passar pelo pelo crivo editorial da grande imprensa burguesa.

Isso apesar de sabermos que já hoje existe um grande controle algorítmico das grandes empresas de tecnologia (as chamadas “Bigtechs”) para invisibilizar ou impulsionar os conteúdos postados que lhes são convenientes, seja por reforçar o discurso dominante, seja porque mesmo sendo um discurso aparentemente discordante não chega sequer a ameaçar a manutenção da ordem, mantendo assim as aparências de que existe uma “democracia”. 

Portanto, nas sociedades divididas em classes, nunca foi fácil a vida da classe trabalhadora e tampouco existiu liberdade de expressão para ir além do que a “democracia” imposta pelas classes dominantes nos permitem.

Basta lembrar que já na antiguidade Sócrates foi assassinado pela “democracia” ateniense apenas por não se retratar a respeito das suas manifestações de livre pensador, que contrariavam a narrativa dominante da época.

Mas acreditem, as coisas sempre podem piorar. É o que costuma acontecer nas épocas de crise e/ou decadência do sistema dominante que, quando se sente acuado como um animal ferido e assustado, se torna muito mais agressivo porque já não lhe restam opções a não ser matar ou morrer.

A crise estrutural do capital se agrava a olhos vistos, as guerras começam a tomar proporções ampliadas no cenário internacional, os preços dos alimentos vem aumentando e o desemprego cresce até mesmo nos países de “primeiro mundo”, onde já estamos observando massivas rebeliões populares, como na França, diante do massacre da burguesia imperialista sobre a classe trabalhadora mundial. 

É óbvio que quando o povo se levanta para lutar por seus direitos, a repressão e a censura aumentam por parte dos nossos donos e senhores. 

É isso que estamos vendo agora na Europa que, sempre retratada como bastião das “liberdades democráticas” a partir do pós Segunda Guerra Mundial, desde o começo da guerra imperialista da OTAN (Organização do Atlântico Norte) contra a Rússia em território ucraniano em 2022 tem censurado abertamente o acesso às «mídias» russas, ao mesmo tempo em que agrava a crise social, econômica e energética europeia traçada pela cartilha dos interesses dos Estados Unidos.

No Brasil não é diferente

Com o agravamento da crise, que aqui também chega de maneira bastante agressiva assim como em todos os países da periferia do capitalismo, o estado brasileiro busca aprovar, com tramitação de urgência (!!!) e sem o devido debate público, juntamente às medidas de austeridade fiscal que vão precarizar ainda mais a vida dos trabalhadores, novos instrumentos legais para operacionalizar a censura e a repressão estatal das vozes críticas nos meios digitais e redes sociais que, ainda que minoritárias, resistem e persistem resilientes ao lado da verdade concreta dos fatos, para além da narrativa ideológica burguesa. 

Isso incomoda muito a classe dominante; a nossa insistência em seguir adiante sem nos deixar calar.

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O PL 2630 não visa combater a influência das Bigtechs estadunidenses aqui, pois essas empresas de tecnologia são produtos diretos do complexo industrial militar estadunidense tanto quanto as mídias jornalísticas do imperialismo que hoje aqui atuam e historicamente sempre atuaram livremente, como BBC, CNN, Washington Post e New York Times, que a Rede Globo e os jornalões burgueses, como Estadão e Folha, reproduzem as notícias traduzidas sem tirar nem pôr, e que usam de parâmetro para interpretar a política nacional conforme as ordens golpistas do imperialismo em seu quintal latino. Para eles liberdades, para nosotros a censura.

Se houvesse de fato a verdadeira intenção de fazer um combate sério e comprometido em controlar as narrativas mentirosas e golpes imperialistas na política nacional, a medida mais adequada e logicamente coerente seria banir do Brasil todas as Bigtechs imperialistas, simultaneamente ao cancelamento das concessões públicas de TV aberta, que há décadas estão sendo renovadas para meia dúzia de famílias oligarcas que recebem BILHÕES de verbas públicas, principalmente dos governos do PT, como a Rede Globo  e as igrejas neopentecostais, que são veículos de informação do imperialismo. 

No lugar deles colocar as nossas próprias redes sociais estatais, promovendo a democratização das «mídias» através de canais comunitários que ampliassem a participação popular no debate público ao invés de reduzir a liberdade de expressão da população.

Essa regulamentação das mídias sociais que, “coincidentemente”, entra em tramitação em caráter de urgência sob narrativa de terrorismo psicológico feito em cima dos recentes ataques violentos nas escolas, juntamente à tentativa da justiça brasileira de banir o Telegram do país (uma das poucas plataformas que ainda mantém uma certa privacidade dos dados dos usuários) sob exigências tecnicamente impossíveis de cumprir, estará fortalecendo o monopólio/amplitude do controle estadunidense sobre a Internet brasileira.

A narrativa dos veículos de mídia corporativa serão privilegiados em detrimento das interpretações críticas e alternativas das redes, que poderão ser arbitrariamente consideradas como “fake news” pelas próprias plataformas, sempre que conveniente ao discurso e interesse dominante. É algo que hoje já acontece, mas querem torná-lo ainda pior para os simples usuários.

A imprensa burguesa tradicional nunca deixou de pautar os debates internos, inclusive da “esquerda” institucional reformista que, como agora mesmo a respeito desse assunto, está seguindo religiosamente a narrativa hegemônica da mídia burguesa oligárquica brasileira. 

O que está em jogo é o controle absoluto da informação, a volta do monopólio da interpretação dos fatos que, como bem sabemos, é um “copia e cola” sem tirar nem pôr das mídias estadunidenses. 

O que se coloca na realidade objetiva com esse PL 2630 é a ampliação do controle estadunidense sobre as críticas que já estão colocadas e que aumentarão, com toda razão, conforme a burguesia brasileira seguir avançando no massacre do povo a partir das medidas de austeridade fiscal de continuação dos governos Temer e Bolsonaro.

A mentira tem perna curta, diz o ditado popular. Mas mais curto que a perna da mentira é esse cobertor ideológico que tenta nos enganar sob o discurso de “proteção da verdade”, mas que não passa de um trapo velho e remendado que nem mesmo como “panos quentes” nos serve mais diante das explícitas contradições, como a defesa da imunidade parlamentar para mentir até nas redes sociais, a proteção do monopólio da mentira concentrado na mídia corporativa, que é histórica inimiga da verdade e dos interesses da classe trabalhadora e um braço direito do imperialismo no Brasil, do golpe de 1964 ao golpe jurídico e midiático da Operação Lava-jato.

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