A imprensa do PIG (Partido da Imprensa Golpista, nas palavras de Paulo Henrique Amorim) não cansa de divulgar o maravilhoso que é o Brasil, o bem que está indo Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda e o maravilhoso ministro que temos à frente do Ministério da Justiça, o Dr. Flávio Dino.
Está tudo tão maravilhoso que o dólar caiu abaixo dos R$ 5, o preço da gasolina foi reduzido, as bolsas subiram e até as agências reguladoras de risco dos especuladores financeiros, como a Standard & Poors subiram a qualificação do Brasil.
A pergunta que devemos nos fazer: o Brasil está indo bem em benefício de quem?
E a resposta é mais do que óbvia: do rentismo, do parasitismo financeiro imposto pelo nosso principal opressor, os Estados Unidos.
Somente com a taxa de juros oficial atual, o Brasil paga mais do dobro em juros reais que a maior taxa de juros mundial a seguir.
São mais de 8% ao ano em títulos da dívida pública, sem absolutamente nenhum risco, enquanto os Estados Unidos pagam juros reais em torno de 0%.
A essa política nefasta, somam-se a chamada “rolagem” ou amortização da ultra corrupta e nunca auditada dívida pública, mantém em segredo até quem são os credores, coisa que nem os próprios Estados Unidos fazem. Ali entra todo tipo de desvios de recursos públicos. Até os “corruptos” swaps cambiais que permitem que os especuladores financeiros estrangeiros nunca percam nas repatriações dos lucros.
Do saque às revoltas populares
A farra no saque do Brasil é tão gigantesca quanto é o crescente aumento da carestia de vida e da pobreza.
Os Estados Unidos tratam a América Latina como uma vaca leiteira de onde pode-se tirar 100 litros de leite diariamente. E o Brasil, como o principal país da região, só pode entrar com a maior quota da “roubalheira”, entre aspas porque todos os mecanismos de saque parasitários são “perfeitamente” legais, apesar de serem mais nocivos que o próprio tráfico de drogas e outros negócios que são mantidos artificialmente na ilegalidade, considerando que são as próprias agências do imperialismo que controlam as suas alavancas.
A grande pergunta é até quando esta situação se sustentará.
Ninguém tem uma bola de cristal. Mas é evidente que esta situação é insustentável no médio prazo. E quanto mais tempo demorar para estourar, mais forte o estouro será.
O impacto da crise mundial sobre a região é cada vez mais forte.
A tendência é a um novo e gigantesco estouro capitalista mundial, muito pior que o de 2008 e que inevitavelmente provocará grandes levantes de massas.
A burguesia imperialista usa vários mecanismos para tentar contê-lo, como “pandemias” fake para disfarçar repasses de recursos trilionários às grandes empresas monopolistas, guerras sangrentas para reativar o complexo industrial militar, o fascismo, os apertos do regimes políticos, governo de “esquerda” ultra diretizados.
É um vale tudo para manter e aumentar o saque, mas que não resolve o problema fundamental da crise capitalista que tem tensionado enormemente todas as leis do funcionamento do capital: o crescimento de uma montanha enorme e crescente de capitais fictícios. Dela dependem os lucros do capital, mas ao mesmo tempo e de maneira muito contraditória, com eles o capital enfrenta obscenas dificuldades para funcionar, mesmo em escala mundial.
O próximo período, do qual o presente já faz parte, é uma etapa da evolução do capitalismo mundial de guerras contrarrevolucionárias e de revoluções, de explosões capitalistas parciais e de revoltas populares, de fascismo e ditaduras junto com o ascenso de massas.
Numa tendência cada vez mais clara ao enfrentamento cada vez mais aberto entre a burguesia mundial e os trabalhadores.
Este é o cenário no qual os verdadeiros revolucionários têm a obrigação de atuar.