O verdadeiro significado das mobilizações de 2013

O verdadeiro significado das mobilizações de 2013

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Os protestos em contra do aumento dos 20 centavos no preço das passagens de ônibus seguiram o roteiro inicial que vinha se repetindo nos últimos anos na cidade de São Paulo, embora que situações similares vinham acontecendo em outras cidades.

Em 2012, na capital do Rio Grande do Norte, Natal, uma mobilização semelhante tinha conseguido a redução do preço das passagens de ônibus. Situação similar aconteceu em Porto Alegre, a seguir. Em Goiânia, os protestos foram controlados por meio de brutal repressão.

O MPL (Movimento do Passe Livre), um agrupamento semi anarquista vinculado ao PT, chamava mobilizações pela redução dos preços das passagens e pelo passe livre para os estudantes.

Nas primeiras manifestações, que no geral eram semanais, participavam umas mil a duas mil pessoas, com o apoio dos partidos políticos da esquerda e marginalmente com o apoio das organizações estudantis e a participação de alguns grupos anarquistas.

Após duas ou três semanas as mobilizações esmoreciam, até se dissolverem por “falta de quórum”.

Em 2013, a diferença foi que as mobilizações ao invés de esmorecerem, aumentaram a adesão.

A “solução” do governo tucano de Geraldo Alckmin foi uma brutal repressão policial no dia 13 de junho de 2013, quando as mobilizações tinham atraído novos setores da juventude e da periferia.

O contágio sobre todo o Brasil escalou.

13 de junho de 2013 como ponto de inflexão

As mobilizações do 13 de junho de 2013 foram convocadas pelo Facebook. No evento criado, mais de 30 mil pessoas confirmaram que compareceriam.

De fato, nesse dia, haviam em torno de dez vezes mais de manifestantes.

A solução adota pelo governo estadual tucano foi tão brutal que até jornalistas da Folha de São Paulo perderam um olho e as famílias que ficavam nas sacadas dos seus apartamentos para assistir à manifestação eram atacadas com bombas de gás lacrimogênio e de gás pimenta.

Como costuma acontecer quando as tensões sociais se agudizam, o repúdio popular escalou e as manifestações se espalharam por todo o Brasil.

No sábado 15 de junho de 2013, já mais de 200 mil pessoas haviam confirmado presença para a nova manifestação convocada pelo MPL para a segunda-feira 17.6.2013.

Para a surpresa de todos, na manifestação da segunda-feira não havia policiais nas ruas, mas estava cheio de fascistas e policiais disfarçados de civis.

A “esquerda festiva” não era páreo para enfrentar essa tática e foi colocada para fora das ruas nessa mesma semana.

A Rede Globo e a Fiesp, secundados por toda a imprensa golpista e as câmaras empresariais deram amplo apoio à extrema direita.

Surgiu a propaganda de que não podiam haver partidos políticos nas ruas nem bandeiras de qualquer tipo. E quem tinha as bandeiras era agredido pela extrema direita.

O MPL e outros grupos autodenominados anarquistas apoiaram essa política.

Os movimentos de massas tinha sido infiltrados em todo o Brasil.

Do “contra ao aumento das passagens” ao Fora Dilma e Não Vai Ter Copa

As manifestações continuaram por mais alguns dias totalmente infiltrados.

O sucesso da burguesia tinha um efeito colateral. O regime tinha precisado jogar prematuramente a carta do fascismo para controlar o ascenso de massas, quando a repressão policial corria o risco de ser ultrapassada.

Enquanto a extrema direita continuava nas ruas, mas com menor força, surgia, principalmente em São Paulo, mas também em outras cidades, um movimento antifascista, composto por alguns partidos menores, alguns movimentos sociais, alguns grupos anarquistas e setores da juventude.

Eram manifestações relativamente pequenas, com até umas duas a três mil pessoas nas ruas, mas que tinham o potencial de um grande crescimento como contraponto à extrema direita.

O movimento que veio a seguir já contou com o claro dedinho da Embaixada norte-americana.

A extrema direita canalizou as suas mobilizações do Fora Alckmin, que aparecia nas manifestações iniciais contra o aumento das passagens, para o Fora Dilma! e o Não Vai Ter Copa!

Dessa época data o papel protagonista do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), liderado por Guilherme Boulos que deu um verniz popular a essas manifestações.

Hoje as conexões de Boulos com o imperialismo norte-americano, principalmente com George Soros, são públicas.

Essas manifestações também contaram com o apoio de setores da esquerda pequeno-burguesa, principalmente o PSTU e a direção da Conlutas.

A integração ao golpismo era tanta que ainda em 2013, esses setores promoveram uma manobra icônica na GM de São José dos Campos. A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, controlado pelo PSTU e a Conlutas, em conluio com a direção da Empresa, fez com que os ônibus que transportavam os trabalhadores, parassem um quilômetros antes da entrada e saíram caminhando na frente dos trabalhadores com um grande boneco inflável amarelo em contra de Dilma e Lula, que era o símbolo da extrema direita.

O desfeixe da história

O controle dos movimentos de massas aconteceu a partir de meados do ano 2014 com a canalização das manifestações nas ruas para as eleições presidenciais.

Sob o calor da extrema direita nas ruas, foram promovidos agrupamentos fascistas organizados como o Vem Pra Rua, o Movimento Brasil Livre e outros.

Apesar das manifestações da direita, secundadas por setores minoritários da esquerda a reboque delas, Dilma Rousseff venceu as eleições de 2014, embora que por pequena margem.

De aí em diante, o imperialismo exigiu a saída de Dilma para impor um governo de direita, conforme era a sua política regional na época, capaz de avançar rapidamente em contra dos trabalhadores e do povo, conforme a crise capitalista mundial aberta em 2008 escalava.

As direções burocráticas dos sindicatos, dos movimentos sociais e dos partidos políticos foram controladas e os protestos e manifestações foram contidos. Somente aconteceram duas greves nacionais desde 2017, que foram as greves dos trabalhadores dos Correios de 2020 e de 2021.

O fascismo nas ruas foi convertido em Bolsonarismo que foi imposto em 2018 por meio das eleições mais fraudulentas em 100 anos.

O Bolsonarismo foi bom para o imperialismo e os inimigos do Brasil enquanto durou.

Com o governo Biden, a política regional mudou para impor governos esquerdistas ultra direitizados e o Bolsonarismo caiu em desgraça. O fascismo foi contido, mas conservado como carta na manga para voltar a ser usado, quando necessário, com outra roupagem.

O aprofundamento da maior crise capitalista mundial de todos os tempos, inevitavelmente põe em pauta um gigantesco movimento de massas, muito maior que o de 2013 e ainda mais, maior que o ascenso de massas da década de 1980.

Esse é o cenário para o qual os verdadeiros revolucionários devem estar preparados.

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