Ao final, Bolsonaro será preso?

Ao final, Bolsonaro será preso?

Qual será o destino do ex-presidente Bolsonaro, ele será preso como especulam ou é pura firula? saiba aqui

A campanha sobre a prisão de Jair Bolsonaro continua a todo vapor impulsionada a partir dos mesmos golpistas que impuseram o bolsonarismo em 2018 e o “derrotaram” em 2022.

Essa campanha ou bem conduz à prisión de Jair Bolsonaro ou à sua completa marginalização da política oficial, ainda mais que a atual perda dos direitos políticos.

A Rede Globo já gritou aos quatro ventos que o Partido Liberal (PL), o atual partido do Bolsonaro, trabalha com o cenário de que Jair Bolsonaro não só estará fora das eleições municipais de 2024, também provavelmente estará preso.

O principal porta-voz da família Marinho disse numa das suas colunas que se Deltan Dallagnol fizesse um novo Powerpoint todas as setas apontariam contra Bolsonaro.

A própria direção do PL tem o interesse de aumentar o número de prefeituras que controla em quatro vezes, como base para aumentar o número de parlamentais federais em 2026.

Luciano Bivar, o líder do PSL, o partido do Bolsonaro em 2018, que se fundiu com o DEM para dar lugar à União Brasil, onde ficou como presidente, está para ser derrotado pela ala liderada por Antônio Magalhães Neto na direção deste agrupamento.

Em paralelo, tem sido promovida uma campanha contra a Operação Lava Jato tão obscena, passando por cima do arcabouço jurídico brasileiro, como a que foi promovida para impulsioná-la a partir de 2014 e que foi um dos pontos chaves para impor o bolsonarismo em 2018.

Este processo teve uma virada na tentativa de golpe de estado bolsonarista do 8.1.2023, após o bolsonarismo ter vencido as eleições para os principais governos do país assim como o Congresso e por muito pouco não ter conseguido a reeleição de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro é contra o regime atual?

Muito longe disso. Jair Bolsonaro é um elemento do regime brasileiro dominante atual. Ele representa uma ala de extrema direita ligada diretamente a Donald Trump.

Bolsonaro herdou, da mão dos mesmos golpistas de sempre, o movimento fascista que tinha ressurgido em 2013. Após cumprir o papel ao qual tinha sido direcionado desde 2018, agora está sendo descartado.

Bolsonaro cumpriu um papel secundário no golpe de estado fake do 1.8.2023, até porque se encontrava nos Estados Unidos. Em nenhum momento enfrentou as arbitrariedades do STF (Supremo Tribunal Federal), além de alguns discursos

Trata-se de um jogo tão evidente de cartas marcadas que o Bolsonaro voltou ao Brasil após um acordo para não ser preso e destacando a sua esposa, Michelle, como a sua substituta. Os filhos de Bolsonaro até obtiveram a nacionalidade italiana, por via das dúvidas.

No caso das críticas em contra do sistema das urnas eletrônicas, trata-se de uma protesta mais do que justa e que está sendo usada pela direita oficial e o conjunto do regime político para acusar de bolsonarista a quem ousar questionar o único sistema de votação no mundo que não conta com um recibo impresso para o voto. O mesmo foi feito sobre as críticas de Bolsonaro às vacinas em contra da Covid-19.

Mas bastou um aperto dos ex amigos do STF que Bolsonaro ficou quase mudo e calado.

Atacar o bolsonarismo para mantê-lo vivo

Os golpes em contra do bolsonarismo se enquadram dentro da política regional imposta pelo governo Biden de valer-se preferencialmente de governos de “esquerda” hiper direitizados que são obrigados a atuar sobre a pressão de maiorias parlamentares de direita.

Essa política está se esgotando no Chile, onde o governo Boric está cada vez mais nas mãos da direita e, após a muito provável derrota que sofrerá no referendo de dezembro para impor uma nova” constituição pinochetista, ficará totalmente nas mãos da direita.

Mas o problema fundamental do bolsonarismo se relaciona com os cachorro loucos fascistoides nas ruas, a fascistização exacerbada das forças armadas e o uso das igrejas evangélicas como base ativa desse protofascismo.

A política de controlar os movimentos de massas com protofascistas voltou a aparecer, depois de 1964, em 2013

Os movimentos de massas acabaram sendo controlados por meio da cooptação total das direções dos sindicatos, dos movimentos de massas e dos partidos políticos.

O fascismo nas ruas é uma política que é usada em momentos de ascensão das massas.

O que o imperialismo norte-americano e seus agentes locais fizeram foi uma operação de salvaguarda do fascismo nas ruas, desvinculando-o do bolsonarismo.

O objetivo tem sido usar o governo Lula/Alckmin como ferramenta preferencial para controlar a população.

A aceleração da maior crise capitalista mundial de todos os tempos impõe às classes dominantes a necessidade de antecipar uma política de contenção futura, quando os mecanismos de contenção atuais sejam ultrapassados, principalmente considerando a sua enorme fragilidade, relacionada com a falta de controle das massas pelas bases.

Neste cenário, que implica numa grande revolta social, as classes dominantes precisam dos instrumentos de repressão, que tem sido bastante apurados, junto com o fascismo nas ruas, apresentado sob uma nova roupagem; limpa e pura, sem o desgaste do bolsonarismo. Mais ou menos similar à operação que fizeram em 2013 dando lugar ao MBL e ao Vem Pra Rua.

É sob a base desta análise que os revolucionários devem organizar-se para a ação.

COMPARTIR:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Deja un comentario

Plataforma Latino Americana