No dia 6 de setembro de 2023, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht e ainda ordenou que a AGU (Advocacia Geral da União) e a PGR (Procuradoria Geral da República) apurem a responsabilidade dos agentes da Operação por “conluio e responsabilidade”.
Como se isso fosse pouco, Toffoli declarou que a prisão de Lula foi “uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado”.
“Digo sem medo de errar, foi o verdadeiro ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições que já se prenunciavam em ações e vozes desses agentes contra as instituições e ao próprio STF. Ovo esse chocado por autoridades que fizeram desvio de função, agindo em conluio para atingir instituições, autoridades, empresas e alvos específicos”.
“Sob objetivos aparentemente corretos e necessários, mas sem respeito à verdade factual, esses agentes desrespeitaram o devido processo legal, descumpriram decisões judiciais superiores, subverteram provas, agiram com parcialidade e fora de sua esfera de competência. Enfim, em última análise, não distinguiram, propositadamente, inocentes de criminosos. Valeram-se, como já disse em julgamento da Segunda Turma, de uma verdadeira tortura psicológica, um pau de arara do século XXI, para obter ‘provas’ contra inocentes”.
Considerando que a Operação Lava Jato foi uma operação orquestrada a partir dos Estados Unidos, que acabou com as grandes empresas brasileiras, as chamadas campeãs nacionais, que foi usada para impor o Bolsonarismo em 2018 e ainda para baixar os governos que apresentavam uma pisca de nacionalismo,
Como algo tão chocante é possível?
Os abusos jurídicos tiveram um altíssimo grau de golpismo e passaram por cima de todo o arcabouço jurídico.
Dois dias antes de que o então ministro do STF Teori Zavasky, que era um direitista, mas legalista, fosse examinar o acordoa Odebrecht, com altas probabilidades de não aprová-lo, em condições muito suspeitas, ele sofreu um acidente de avião que acabou com a sua vida.
O acordo de leniência com a Odebrecht ignorou os 1.500 documentos faltantes do total que o Ministério Público Federal pegou na Suíça.
Cinco presidentes peruano foram presos por causa dessas manobras e Alan García suicidou-se.
A América Latina ficou totalmente aos pés do imperialismo norte-americano.
“Do nada” (as questões importantes, normalmente, acontecem do nada) a política dá um giro aparente de 180 graus.
Os bodes expiatórios poderão ser alguns figurões da Operação Lava Jato, mas os verdadeiros mandantes evidentemente não serão sequer mencionados.
O STF, os PIG (o Partido da Imprensa Golpista segundo PHA), a cúpula das Forças Armadas, as Federações empresariais e, como não podia faltar, a Embaixada dos Estados Unidos, foram os golpistas mais ativos para impor essa política em benefício dos próprios Estados Unidos.
Esses golpistas que impuseram a política de terra arrasada com o Bolsonarismo, “do nada”, impuseram Lula/Alckmin em 2022 e o reforçaram com o golpe de estado fake em 1.8.2023.
Em definitiva, estão enterrando a antiga Operação Lava Jato porque essa política está sendo aplicada hoje pelo próprio governo Lula/ Alckmin e com uma sanha em contra do povo brasileiro capaz de provocar inveja em Bolsonaro/ Dr. Paulo Guedes.
O Brasil foi convertido na Meca do rentismo, pagando taxas de juros disparadas à frente para manter capitais andorinhas, os mais ultra especulativos, brincando e lucrando com a nossa corrupta dívida pública ou se apropriando das nossas riquezas por outros meios.
Até quando essa política poderá ser aplicada depende de vários fatores, sendo que o principal se relaciona com o aprofundamento da maior crise capitalista de todos os tempos?
O que é mais provável, até porque não tem como ser muito diferente, é que o Brasil entre num colapso tão gigantesco, assim como toda a América Latina, que fará os anos de 1980 parecerem um jogo de crianças.
Nos encaminhamos para um grande ascenso de massas que as classes dominantes tentarão conter com os métodos mais ou menos tradicionais, até resgatando o fascismo nas ruas com outra roupagem. Se não der certo, tentarão usar a força bruta diretamente. É para esse cenário que devemos estar preparados.