Como devemos organizar uma greve para vencer?

Como devemos organizar uma greve para vencer?

O peleguismo é tão obsceno que até conceitos muito simples foram deturpados para ocultar a total capitulação ao governo e os patrões

Sexta-feira, 28 de junho de 2024

  1. Os trabalhadores de luta devem organizar um plano de luta claro que tenha como objetivo vencer e que seja validado pelo conjunto dos trabalhadores.
  2. Junto com as reivindicações específicas da greve, os trabalhadores de luta devem exigir a volta do gatilho salarial com o objetivo de reduzir o impacto da inflação.
  3. Exigir que não haja demissões e que as horas de trabalho disponíveis sejam divididas entre os trabalhadores sem redução nos salários
  4. Exigir o fim das terceirizações ou que os trabalhadores terceirizados tenham exatamente os mesmos direitos que os trabalhadores contratados. Incluir reivindicações específicas dos aposentados. O objetivo é incentivar a ampliação do movimento.
  5.  Realizar reuniões com os trabalhadores nas portas dos setores de trabalho para organizar a greve para ser vencedora. Deve ficar claro o caráter da exploração dos patrões e do governo e o porquê a greve é a saída, junto com o plano de luta.
  6. Promover Assembleias mais amplas, físicas, virtuais, ou ambas para fortalecer a unidade dos trabalhadores, desmascarando as manobras dos patrões, do governo e da burocracia sindical para derrotá-la.
  7. Fortalecer a organização dos trabalhadores a partir dos principais locais de trabalho, daqueles que têm o maior impacto sobre a produção, até porque sem a paralisação da produção não há greve, talvez uma paralisação parcial, no melhor dos casos. Explicar a importância da unidade e a concentração da luta. No caso das empresas públicas, organizar a ida a Brasília. O fundamental é a demonstração de força dos trabalhadores, que é a única linguagem que os empresários e o governo, que atua a seu serviço, entendem.
  8. Realizar reuniões com os delegados sindicais com o objetivo de envolvê-los para que desempenhem um papel mobilizador e organizador. 
  9. Elaborar boletins e distribuí-los nas bases e nas redes sociais onde participam os trabalhadores explicando a situação e o plano de luta,  denunciando as manobras dos patrões e seus agentes da burocracia sindical.
  10. Organizar lives na Internet com trabalhadores. É preciso ampliar a propaganda com força com o objetivo de furar o cerco «midiático» e fortalecer o movimento grevista.
  11. Promover cursos, seminários e outras formas de educação dos trabalhadores que facilitem a organização da greve e a formação de núcleos classistas de luta no movimento de trabalhadores.
  12. Elaborar boletins (físicos e digitais) direcionados a obter o apoio da população, principalmente os setores que serão afetados pela greve, e de outros trabalhadores. Devem explicar claramente as razões da greve e o porque sem a greve a situação do serviço ficará ainda pior para a população. Se não houver dinheiro, organizar campanhas financeiras, entre os trabalhadores e a população.
  13. Promover programas e anúncios para divulgá-los nas redes sociais, na TV e rádios contra os abusos dos patrões e do governo contra os trabalhadores e o povo brasileiro.
  14. Promover outdoors com palavras de impacto que valorizem a luta dos trabalhadores contra a exploração. Se não houver dinheiro, organizar campanhas financeiras, entre os trabalhadores e a população.
  15. Organizar audiências públicas com o objetivo de divulgar a luta, aproveitando para convidar os trabalhadores e as personalidades para participar, vinculando a luta com os anseios do povo.
  16. Organizar manifestações em frente à casa dos parlamentares privatistas ou dos donos das empresas, dependendo do tipo da greve, com o objetivo principal de chamar a atenção da sociedade. A greve, em grande medida, é uma guerra de propaganda.
  17. Chamar os demais trabalhadores (de outras categorias, os terceirizados, os aposentados, os desempregados) a se juntar ao movimento grevista. A cada luta devemos buscar ampliá-la e transformá-la numa luta contra o conjunto do regime. Juntos somos muito mais fortes!
  18. A partir dos setores de luta que se destacarem na greve, buscar organizar um novo sindicalismo, de luta, fora do controle do estado. 
  19. A nova luta dos trabalhadores deve buscar o amplo e irrestrito direito de greve, ultrapassando as imposições patronais por meio da “justiça”, principalmente do TST (Tribunal Superior do Trabalho). A unidade dos trabalhadores pode ser conseguida por meio da unificação da luta dos trabalhadores por categoria nacional, que contemple a todos os trabalhadores sem qualquer distinção.
  20. O financiamento das lutas deve ser conseguido principalmente a partir das contribuições dos trabalhadores sem a intervenção do estado. 
  21. Os dirigentes sindicais de luta devem ter mandatos de dois anos, e devem poder ser removidos em qualquer momento (a partir das bases), as finanças devem estar abertas aos trabalhadores, e também devem ser adotadas outras medidas a favor dos interesses dos trabalhadores. 
  22. A nova luta dos trabalhadores deve buscar a expulsão da burocracia sindical dos nossos sindicatos, porque é o setor corrupto dos trabalhadores que atua em benefício dos patrões e do governo. Se não houver luta seriamente organizada, e sem infiltrados, os trabalhadores continuarão carregando o peso da crise e a cada dia ficará pior.

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