O QUE ESPERAR DAS ELEIÇÕES DE 2022?

O QUE ESPERAR DAS ELEIÇÕES DE 2022?

O resultado mais provável das eleições neste ano é a vitória do Lula/ Alckmin, com uma camisa de força muito apertada imposta pelo imperialismo.

A campanha para as eleições de 2022 já se encontra a todo vapor. 

O que o povo brasileiro deve esperar? Quais são as propostas dos principais candidatos?

Os dois principais candidatos são Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, e a chapa Lula da Silva/ Geraldo Alckmin. As candidaturas da chamada “terceira via”, principalmente as encabeçadas pelo ex-juiz Sérgio Moro e por João Dória Jr. o governador de São Paulo, parecem não decolar ainda.

O comum denominador das candidaturas de Bolsonaro e as da “terceira via” é que elas mantêm a espoliação do Brasil, ainda com a possibilidade de aumentá-la. Privatizações, retiradas de direitos sociais, destruição da saúde e da educação públicas etc.

O que a candidatura Lula oferece? Absolutamente nada além de pura retórica. O vice dele é Geraldo Alckmin, membro ativo do Opus Dei e ex-governador do maior estado da Federação durante quatro períodos, responsável por uma política de terra arrasada contra os trabalhadores e a população em São Paulo.

A candidatura Lula hoje é uma caricatura da candidatura Lula de 2002, que já era uma caricatura da candidatura Lula de 1989. Em 2002, Lula foi aos Estados Unidos junto com a cúpula do PSDB do FHC para obter a bênção do então presidente dos Estados Unidos George Bush Jr sob a promessa que nenhuma das imposições do imperialismo norte-americano seria sequer questionada. E justamente assim aconteceu.

O Brasil na década de 2000 e o Brasil hoje

Na década de 2000, o Brasil e a América Latina se beneficiaram com os altos preços das matérias primas. Desta maneira, sobraram alguns recursos que permitiram alguma capacidade de investimento em programas sociais, tirar 16 milhões de pessoas da pobreza extrema, impulsionar as grandes empresas brasileiras e buscar alguma projeção internacional na América Latina e na África enquanto o imperialismo norte-americano se empantanava nas guerras do Iraque e do Afeganistão, que aceleraram o estouro da crise de 2008, a lápide das chamadas políticas “neoliberais”.

A desestabilização foi tão grande que a partir de 2013, o imperialismo norte-americano foi obrigado a desestabilizar e apear os chamados “governos progressistas” na região: o PT de Lula no Brasil, os Kirchner na Argentina, a Concertación no Chile, a Frente Ampla no Uruguai, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador etc.

Hoje esses governos progressistas parecem estar retornando em vários países, mas com políticas muito mais direitistas e muito mais controladas pelo imperialismo. Esse é o caso de Nayib Bukele em El Salvador, de Luis Arce na Bolívia, de Pedro Castillo no Peru e recentemente de Boric no Chile.

O Brasil passa por uma das piores crises da história e ainda com o potencial de tornar-se explosiva. A temperatura social só aumenta.

O papel da candidatura Lula, que neste momento aparece como a opção preferencial do imperialismo, é funcionar como bombeiro da reação popular contra o massacre do Brasil que escalou ainda mais no governo Bolsonaro.

O problema que um eventual governo Lula enfrentará é que não há dinheiro para voltar a comprar centenas de milhares de líderes sindicais, sociais e políticos; que o aperto do imperialismo norte-americano tende a tornar-se ainda mais forte com o objetivo de salvar-se da própria crise; que o desenvolvimento da crise tende a colocar em movimento às massas e que o colchão social de contenção (sindicatos e grandes organizações de massas burocratizados) foram destruídos pelo próprio PT.

Entre a contrarrevolução e a revolução

O imperialismo norte-americano precisa de um gerente confiável para manter os atropelos e a espoliação do povo brasileiro que tem acontecido até hoje. Ao mesmo tempo precisa escala-la, mesmo em menor velocidade, sem provocar uma revolução.

Com esse objetivo é valido levantar programas sociais, mas desde que a crescente espoliação financeira seja mantida e aumentada. Como resolver esse paradigma? Como manter o povo pacificado (condição fundamental para os esforços de guerra do imperialismo) num cenário de recessão com inflação alta?

O resultado mais provável das eleições neste ano é a vitória do Lula/ Alckmin, com uma camisa de força muito apertada imposta pelo imperialismo.

A escalada da crise deverá pôr as massas em movimento no próximo período.

O papel dos verdadeiros revolucionários no Brasil passa por levantar políticas que rompam com o estrangulamento pela burguesia e o imperialismo.

É preciso cancelar a ultra corrupta e nunca auditada dívida pública.

É preciso exigir a repatriação dos mais de US$ 500 bilhões “escondidos” em paraísos fiscais controlados pelo imperialismo.

Com os recursos sobrantes deve ser implementado um amplo programa de obras públicas que permita eliminar o desemprego.

É preciso cancelar todo tipo de produção vinculada à especulação financeira, tanto na mineração, no chamado “agronegócio” assim como em qualquer outros setor da economia.

É preciso expulsar todos os organismos estrangeiros que atentam contra a soberania nacional, tais como a CIA, DEA, Mossad, NED e a miríade de ONGS vinculadas a ditos organismos.

É preciso exigir um salário mínimo capaz de permitir uma família viver com dignidade. Hoje não pode ser menor a R$ 5.500 mensais.

É preciso exigir que 30% do PIB sejam destinados a uma educação e saúde públicas, gratuitas, de qualidade e sem nenhum vínculo com os bancos e os especuladores financeiros.

Devemos utilizar as eleições para levantar esse tipo de bandeiras, como plataforma de agitação e propaganda.

Devemos denunciar concretamente os candidatos burgueses em relação ao entreguismo do Brasil, especificamente em relação às suas políticas concretas.

Este é um evento importante para lançarmos as ideias revolucionárias entre as massas em cima das reivindicações mais sofridas.

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