Caso Brasil: um novo golpe das «Facas Longas»

Caso Brasil: um novo golpe das «Facas Longas»

A história se repete a outro nível. Realmente o Brasil nunca foi tão unido, direita e esquerda institucionais a favor da burguesia e contra os trabalhadores

Sob uma intensa campanha em prol da “democracia” e contra o fascismo, manifestações foram promovidas desde a direita agrupada em torno ao governo Lula/ Alckmin até por grupos da esquerda pequeno-burguesa brasileira e mundial.

O que mais confunde nas manobras diversionistas realizadas pelo imperialismo norte-americano é o uso do fantasma da extrema direita para impor a “democracia” por meio de “esquerdistas” super direitizados.

Isso ficou muito claro no caso do Chile, com o fantasma de José Antonio Kast para impor o governo de Gabriel Boric, e agora no Brasil com o controle institucional do bolsonarismo para fortalecer o governo Lula/ Alckmin.

Hitler sofreu fortes pressões da grande burguesia alemã para controlar os fascistas das SA, que chegaram a contar com um milhão de membros. Como resultado, por meio do chamado golpe das Facas Longas, que aconteceu em 1934, os chefes das SA foram assassinados, por ordem do próprio Hitler, e com isso o movimento fascista foi institucionalizado por meio das SS e outros organismos do Estado.

A burguesia e o imperialismo norte-americano precisavam controlar o bolsonarismo que ameaçava inviabilizar o novo governo Lula/ Alckmin que foi imposto a mando do imperialismo norte-americano.

Não devemos deixar de ver os vários instrumentos dos quais a burguesia se valem para nos massacrar. 

Os movimentos fascistas são um desses componentes, mas eles atuam de mãos dadas com a direita institucional e a “esquerda” incorporada ao regime político. 

A direita tradicional é outro dos instrumentos e é justamente ela quem engendrou o movimento bolsonarista a partir dos movimentos fascistas nas ruas de 2013.

É a mesma direita tradicional que engendrou o movimento fascista por «Deus, a Família e a Propriedade» que impulsionou a Ditadura Militar de 1964.

O «resgate» de Lula da prisão e dos vários processos que iam fazê-lo apodrecer na cadeia o «transformou» no instrumento preferencial atual dos mesmos golpistas de sempre para encabeçar a «frente ampla» que incluiu quase todo o regime político, menos o movimento abertamente fascista.

Ora a burguesia e o imperialismo se vale de um desses instrumentos, ora de outro, ora de todos ao mesmo tempo, mas com intensidades e papéis diferentes, como está acontecendo agora.

Como disse o Che Guevara, “não devemos confiar no imperialismo nem ‘tantito’ assim”.

Denunciar o bolsonarismo e apoiar o governo Lula/ Alckmin, que foi imposto pelo governo Biden, é de um oportunismo impar.

A “esquerda” oportunista pode cair em todos os contos e armações da burguesia, até por causa do seu caráter de classe.

Os revolucionários temos o dever de avaliar a situação política a partir das classes e frações de classe em luta; não podemos cair nas armadilhas da burguesia e do imperialismo sob pena fatal da derrota.

COMPARTIR:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Deja un comentario

Plataforma Latino Americana