Rui Costa Pimenta afirma- O PCO é o partido mais anti-imperialista do Brasil, de longe- Será que isso é verdade?

Rui Costa Pimenta afirma- O PCO é o partido mais anti-imperialista do Brasil, de longe- Será que isso é verdade?

"Ser ou não ser, imperialista ou anti-imperialista eis a questão do Rui Costa Pimenta"

Matéria de Jornal Aurora Popular

Vamos aos fatos

Abaixo analisaremos a entrevista de Rui Costa Pimenta no canal “COTV — Causa Operária TV (Canal Reserva)” no Youtube, sob o título — “Um ano da Guerra na Ucrânia — Análise Política da Semana, com Rui Costa Pimenta — 25/02/23”.

Vamos à entrevista

Rui diz que o voto do Brasil na ONU seguiu os dizeres de Lula antes da eleição, dessa forma, Rui afirma que Lula estaria na posição em que sempre esteve.

O que de fato é uma mentira!

Até momentos antes de sua vitória à presidência da República, Lula era mais pró-russo do que pró-OTAN, ele dizia que a Ucrânia estava errada, e não a Rússia. Entendimento alterado logo após a sua vitória, tanto é verdade que em uma entrevista Lula se retratou dos antigos dizeres, e passou a condenar a Rússia. Tal posição de Lula já havia sido anunciada pelo Embaixador dos EUA no Brasil, em 2022, numa entrevista ao Jornal “O globo”, onde o embaixador disse:

“Sobre a guerra, diria, basicamente, que [Lula] reconheça que a invasão da Rússia foi ilegal e que não pode ser tolerada, independentemente da relação bilateral do Brasil com a Rússia. O mais importante é ajudar a entender as reais consequências da invasão”.

Não foi isso que Lula fez?

A postura atual de Lula já havia sido denunciada pelo Jornal Aurora Popular em novembro de 2022 — A máquina de Guerra do Imperialismo: Lula, George Soros, PCO e Cia. O Jornal também demonstrou como a atuação do PCO, na defesa cega de Lula, ajudou e ajuda a consolidar os intentos do imperialismo sobre o Brasil.

Desde o ano passado, o Jornal Aurora Popular vem denunciando que o PCO atua como quinta-coluna do imperialismo. De fato, há muito tempo que o PCO deixou de ser um partido revolucionário, para compor as fileiras reacionárias contra a classe trabalhadora a favor da burguesia Aqui está o artigo — Leia o artigo na íntegra

Outro ponto. Rui Costa iguala a proposta de paz do Brasil à da China, colocando-as como equivalentes e simétricas. Ele só esquece de explicar que o pedido de paz do Brasil é liderado pela agenda da OTAN, que prevê a rendição total e completa da Rússia na guerra e a entrega de todos os territórios à Ucrânia, incluindo a Crimeia. O que levaria, inevitavelmente, à destruição e fragmentação do território russo e da política interna russa. Dessa forma, tal paz imporia uma derrota brutal aos russos.

Quando Rui usa de artifício retórico que a Rússia analisará a proposta de paz do Brasil, ele esquece de explicar duas coisas: 1. Quais os termos contidos no pedido de paz proposto pelo Brasil; 2. O porquê dessa proposta ter soado tão bem aos ouvidos da mídia hegemônica burguesa nos EUA, Europa e Brasil. Pois em quase todos os meios de comunicação hegemônicos essa proposta foi recebida com muita ALEGRIA.

Diante disso, cabe perguntar, por que as mídias corporativas não anunciaram com tanta ênfase a proposta de paz da China?

Sobre o voto na ONU, Rui coloca que o Brasil não poderia conviver em paz se tivesse se colocado contra o imperialismo, todavia, o que ele não consegue explicar é por que o Brasil ao menos não se absteve de votar ao lado do imperialismo.

Rui coloca que a posição de Lula de não enviar armas para a Ucrânia mostra o caráter progressista de seu governo. Rui se prende a coisas secundárias, o envio ou não de armamentos não tem tanta importância, visto que o Brasil não tem um forte complexo industrial-militar e tecnológico. Caso o Brasil enviasse, qual seria a contribuição do Brasil a longo prazo? Rojões de 12 tiros ou morteiro número 8?

O que Rui nem se preocupou em explicar foi o voto contrário à proposta da Bielorrússia que previa a suspensão imediata do envio de armas para a Ucrânia. O Brasil votou CONTRA a proposta.

Rui também colocou que não é possível classificar o governo LulAlckmin como subserviente ao imperialismo, porque a política interna dirigida pelo governo é de cunho reformista e nacionalista. No entanto, para além das meras figuras de linguagem, o que de fato foi feito para o crescimento da economia nacional e para o melhoramento das condições de vida dos trabalhadores até o momento? NADA!

Cabe colocar que, em janeiro, o Ministério da Cidadania pediu a revisão de todas as pessoas cadastradas como família unipessoal e que estão recebendo o Auxílio. De acordo com o entendimento do Ministério, só continuarão a receber auxílio as pessoas que não permanecerem como família unipessoal (ou seja, aquelas compostas por apenas um membro). O número de famílias unipessoais cadastrada e recebendo o auxílio é de 6 milhões de pessoas. Caso elas assim permaneçam, perderão o auxílio. Logo, serão mais 6 milhões de pessoas sem qualquer renda.

O PCO também finge esquecer as inúmeras leis e mecanismos coercitivos aprovados depois de 8 janeiro de 2023, que vão na contramão de qualquer direito democrático básico.

Rui também comenta que se continuarmos a tratar o governo LulAlckmin como um governo a serviço do imperialismo, corremos o risco de cairmos na política fracassada do PSTU de 2016. Contudo, aqui não se trata mais da possibilidade de um golpe contra Lula ou contra o PT, trata-se antes de tudo, em reconhecer que setores do PT e o próprio Lula, com o vice Alckmin, fazem parte do pacote do golpe contra a classe trabalhadora e as massas populares. Ou o Rui acha mesmo que foi a força das mobilizações que colocou Lula na presidência? Se teve tamanha força, por que não o retirou da prisão?

Quem alçou LulAlckmin à presidência foi o imperialismo através do sistema financeiro, da mídia corporativa e do complexo industrial-militar estadunidense. Lula está solto, mas não está livre. Ele está mancomunado aos interesses do imperialismo.

Dessa forma, hoje, em 2023, diferente de 2013–16, não há razão nenhuma para o imperialismo derrubar o governo LulAlckmin. Logo, criticar Lula, nas atuais condições, não é sinônimo de estar apoiando o imperialismo contra os trabalhadores, como fez o PSTU em 2016. Criticar o governo LulAlckmin é, na verdade, sinônimo da defesa de uma política classista, consequente e independente, a serviço dos interesses da classe trabalhadora.

Ao rebater o artigo de Korybko, Rui argumenta que Lula de modo algum é agente do imperialismo, pois para isso basta ver os constantes “ataques” que Lula vem sofrendo do Mercado Financeiro.

Seguindo a mesma lógica de Rui:

  1. Podemos afirmar que Bolsonaro também não era agente do imperialismo, haja vista que constantemente “atacava ou era atacado» pela mídia corporativa?
  2. Ou tudo isso faz parte de um teatro de operações psicológicas, montado para confundir e embaralhar a percepção das pessoas? Se assim for, Rui/PCO caiu na armadilha e estão completamente embriagado por esse teatro.

No momento 1:58:00 encontramos talvez uma resposta do porquê Rui/PCO age com tanta força e ímpeto na defesa de Lula, leia com atenção a declaração:

“Sendo muito conservador no cálculo, o PT é 95% da esquerda nacional, e dentro do PT o setor mais esquerdista é todo lulista. Então quer dizer, se você passar com esse contrabando de que Lula é um agente do imperialismo, se você quer uma audiência no Brasil, você está no caminho totalmente errado”.

Pronto, contabilidade fechada. O apoio incondicional do Rui/PCO ao PT, além de muita grana envolvida, tem por objetivo trazer audiência para o PCO no Brasil. Não à toa, que o imperialismo autorizou a veiculação de Rui e do PCO em algumas mídias streaming reacionárias, porém com grande audiência. Veja a participação de Rui no Podcast Flow.

Abaixo colocamos qual foi a postura do PCO quando em 2022, sob o governo Bolsonaro, o Brasil votou a favor da OTAN/Imperialismo, condenando as ações da Rússia na Ucrânia.

À época, o PCO disse que o voto do Brasil demonstrava o quão capacho era Bolsonaro do imperialismo, por que agora com Lula foi diferente?


Assista do minuto 26:58 a 28:30

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