Flávio Dino versus Roger Waters

O ministro da Justiça declarou publicamente que o artista Roger Waters será preso se usa no seu show no Brasil o disfarce de nazista.

Este não é um fato menor considerando o que está por detrás no processo político atual imposto a partir do governo Lula/Alckmin, por meio dos seus ministros que competem entre si sobre quem é o mais direitista e mais inimigo do povo brasileiro.

Em primeiro lugar, se trata de uma política ultra ditatorial que se encaixa no contexto de outras políticas atuais iguais ou ainda mais ditatorais, tais como a PL das Fake News ou a suspensão das redes sociais pelo STF (Supremo Tribunal Federal), de quem ousa expressar uma opinião diferente da política oficial.

Concretamente, neste caso, a censura é mais que obscena, e ainda muito pior considerando que se trata de um show musical que, conforme o próprio Roger Waters disse, não é para fazer nenhuma apologia do nazismo, mas exatamente o oposto, para atacar o nazismo de hoje.

É justamente esse o problema.

Roger Waters é um dos fundadores da famosa banda de rock britânica Pink Floyd.

Ele é um militante muito conhecido do movimento BDS (Boycott, Divestment, Sanctions), que busca banir os sionistas israelense por causa da política genocida contra o povo palestino.

Roger Water é um lutador anti-imperialista que tem usado a sua fama para denunciar a política guerrerista e a organização e uso de nazistas na guerra na Ucrânia, do lado de Kiev, pelo imperialismo, principalmente o imperialismo norte-americano, inglês e alemão.

Ele também é um dos grandes defensores do jornalista Julian Assange, o fundador de Wikileaks que teve a coragem de divulgar vários documentos do Departamento de Estado norte-americano e que por isso se encontra preso em Londres, enfrentando a extradição aos Estados Unidos onde lhe esperam várias condenas a cadeia perpétua.

Obviamente Flávio Dino, que mesmo quando era presidente do PCdoB e governador do Maranhão, em 2014, queria apoiar a candidatura de Aécio Neves e que sempre foi um tucano semi disfarçado, aderiu à política do imperialismo norte-americano de buscar silenciar as personalidades que lutam.

A quem beneficia?

Essa política é parte da política para impor um silêncio absoluto contra todos os lutadores sociais.

O próprio Lula tem defendido a nefasta Lei das Fake News sob a desculpa de que a extrema direita usa as redes sociais.

Mas nem Lula, nem Flávio Dino, nem a “esquerda” institucional falam uma única palavra sobre a brutal ditadura da Rede Globo e os PIG (Partido da Imprensa Golpista), que são campeões nacionais de fake news, golpismo e ação concretas práticas golpistas e contra o povo brasileiro.

Os lutadores sociais e os revolucionários somos a favor da mais absoluta liberdade de expressão e de todos os direitos democráticos que estão sendo cerceados da maneira mais escandalosa, nos impondo na prática a volta do famigerado Ato Institucional #5 da Ditadura.

A luta pelas liberdade democráticas faz parte da luta contra este regime de brutal exploração da esmagadora maioria da população, em benefício de um punhadinho de privilegiados.