O governo Lula/Alckmin foi imposto no Brasil pelos mesmos golpistas que impuseram a prisão do Lula, o imperialismo norte-americano e seus agentes locais, o SFT (Supremo Tribunal Federal), a Rede Globo e os demais do PIG (Partido da Imprensa Golpista), os generais e as câmaras dos grandes empresários, como a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a Fierj (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e a Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais).
O objetivo era continuar com a política do governo Bolsonaro, piorá-la ainda mais com políticas que Bolsonaro não conseguiu aplicar, como o Arcabouço Fiscal e o Projeto de Lei das Fake News, mas usando a popularidade do Lula como contenção social.
Lula se encontra em decadência por causa das políticas atuais.
Fora Lula, a contenção das organizações sociais controladas pelo PT é pífia e cartorial.
A CUT e quase todos os sindicatos não conseguem, nem querem, mobilizar as bases.
O repúdio dos trabalhadores à burocracia sindical é enorme.
Os partidos políticos enfrentam enorme e crescente desgaste.
As burocracias dos movimentos sociais desgastaram enormemente o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), a UNE (União Nacional dos Estudantes), a UMES, a UBES, o movimento negro e a esmagadora maioria dos movimento que no seu momento foram de luta.
Durante os governos do PT a cooptação das lideranças foi enorme e maciça, tanto por meio de cargos de chefia quanto por meio de verbas dos ministérios.
As perspectivas
Hoje o que restou dos movimentos de luta são pequenas organizações com escassa penetração no movimento de massas.
A III Conferência dos Movimentos de Luta, organizada pelo PCO, nos dias 9 e 10 de junho, reuniu no máximo 500 pessoas em paralelo na Quadra do Sindicato dos Bancários em São Paulo. Representou a tentativa de canalizar pela via institucional o surgimento ou o fortalecimento das organizações de luta.
A participação foi pífia, apesar de ter sido convocada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo), a CUT e a própria Gleise Hoffman, a presidente do PT.
Da mesma maneira, a paralisação no Rio de Janeiro convocada pela Conlutas, o PSTU, o MRT e outros agrupamentos da “esquerda otanista” (apoiam a OTAN) teve uma adesão insignificante.
Olhando para esta situação a primeira impressão pode ser desesperadora, dado o volume dos ataques e a escassa reação.
Ao mesmo tempo, os mecanismos sociais de contenção das lutas se encontram implodidos. Todas as burocracias hoje não passam de cartoriais.
O que contam são as burocracias estatal e as das forças repressivas.
O aprofundamento da crise capitalista impõe a escalada dos ataques contra os trabalhadores e as massas, e representa o principal combustível do ascenso das lutas.
Os verdadeiros lutadores sociais e os revolucionários temos a obrigação de estar preparados para organizar as lutas que inevitavelmente virão a seguir.
A história se repete, mas em espiral, conforme disse Karl Marx. Está colocada a volta do ascenso da década de 1980, mas numa escala muito maior por causa da profundidade da crise em escala mundial.