Hoje 27 de junho de 2023, começou a greve dos petroleiros por tempo indeterminado.
A categoria convoca toda a sociedade civil brasileira e todas as categorias de trabalhadores, urbanos e rurais, professores, eletricitários, químicos, entregadores e motoristas de app, caminhoneiros, metroviários, agricultores sem-terra, das periferias e todos os demais, para aderirem a uma ampla mobilização nacional que apoie os trabalhadores petroleiros nessa luta que é de todos nós, pelo nosso patrimônio público, pela revogação das privatizações em prol da soberania e do desenvolvimento nacional das nossas forças produtivas, para que não sejamos mais parasitados pela rapina imperialista.
É preciso da mobilização NACIONAL.
Os ataques à Petrobras são históricos, datam desde a sua criação, que ensejou o golpe militar que levou Getúlio Vargas ao suicídio, citando nominalmente a Petrobras em sua carta-testamento, bem como a necessidade do povo lutar por sua soberania energética.
De lá pra cá o processo de desmanche é constante, desde a quebra do seu monopólio estatal, à financeirização internacional das suas ações na bolsa de valores de Nova York, até a autorização do STF da sua privatização em fatias.
Em protesto contra mais esse desmonte da soberania energética nacional, o Sindipetro Ceará/Piauí entrará em greve no próximo dia 27 de junho, sem data prevista para acabar.
A privataria “neoliberal” continua a todo vapor
A privataria “neoliberal” de Temer/Bolsonaro segue firme e ativa através da privataria PTucana de LulAlckmin que dentre outras “maravilhas” aprovou a entrega de R$ 225 bilhões da Petrobras aos especuladores financeiros.
A próxima vítima desse entreguismo inescrupuloso, que tem marcado todos os governos pós 1988, é a Lubnor (Lubrificantes e Derivados do Nordeste), uma das maiores refinarias produtoras de asfalto da Petrobras, responsável por 10% da produção de asfalto do país.
Localizada no Ceará, abastece toda região Nordeste e se tornou de extrema importância depois da privatização da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, na Bahia, cuja venda foi feita pelo governo Bolsonaro por preço aviltante a um grupo árabe.
Agora será a vez da Lubnor ser entregue pelo governo “democrático” de LulAlckmin para a Grepar Participações, uma família oligarca do Paraná. E assim vão se criando monopólios privados em setores energéticos estratégicos para o país, submetidos à lógica do lucro, e não aos interesses públicos, e que atuam sob o controle dos donos do mercado mundial.
A autorização para a venda foi dada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que já estava prevista desde maio de 2022, e que portanto dará seguimento ao processo de “desinvestimentos”/desmonte na Petrobras instaurado durante os governos Temer e Bolsonaro, visto que além de não haver intenção do governo em contestar a legalidade das vendas e revogar as privatizações criminosas feitas pelos governos anteriores, o atual governo está repetindo exatamente a mesma prática inescrupulosa, ilegal, de entregar a Lubnor a preço vil (34 milhões de dólares, 55% abaixo do preço de mercado); um preço que não cobre nem o seu maquinário, nem o valor do terreno.
Terreno este cujo 1/3 pertence à Prefeitura de Fortaleza, que entrou na justiça contra a Petrobras alegando que não autorizou a venda, e portanto não poderia ter sido vendido.
Afinal, para quê este governo foi eleito se as políticas “neoliberais” fiscais e privatistas continuam sendo exatamente as mesmas?
Serve apenas para sermos enganados com a fake news da revogação do teto de gastos, ou com a fake news da revogação do PPI do petróleo, uma vez que a política de preços da Petrobras continuará atrelada às oscilações internacionais?