Greve no maior canteiro de construção do Metrô de São Paulo

Greve no maior canteiro de construção do Metrô de São Paulo

Uma amostra (silenciada pela imprensa, a burocracia sindical e a política institucional) de para onde se encaminha a luta da classe operária

 É a obra da Linha 6 do Metrô de São Paulo, que é considerada a maior obra na América Latina.

Entre 2015 e 2016, foi abandonada pela Odebrecht.

Em 2020, o governador do Estado de São Paulo, João Dória Jr., trouxe a Acciona, que é uma empresa espanhola, para dar continuidade.

Em 2022, houve paralisações durante a discussão do dissídio, que acabou sendo definido em 12,47%. A Acciona ficou de pagá-lo em duas vezes, mas só pagou 6% na primeira parcela.

Em maio de 2023, para a discussão do dissídio, houve uma nova paralisação nos setores estratégicos da Empresa, os operadores dos tatuzões, que são os trabalhadores mais especializados.

A Acciona tem 8 tatuzões no mundo. Três estão em São Paulo. Um com a Mendes, na Linha 2, e dois com a Acciona.

Assim foi retomada a discussão do Dissídio, da periculosidade, do vale alimentação e do convênio médico.

As discussões se estenderam desde maio até agora, com uma nova greve acontecendo no início de setembro, sem resultados.

Há duas semanas, a Empresa deu um aumento, como adiantamento, de 3,8% para contemplar a inflação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), o que gerou um enorme mal estar porque os trabalhadores esperavam 12% de aumento.

Ao mesmo tempo, a Acciona fez descontos acumulados. Os trabalhadores tinham feito muitas horas extras entre maio e julho, mas não em agosto e setembro.

Dessa maneira que estava ganhando por volta de R$ 5.000 passou a receber a metade, por causa do desconto dos dias paralisados.

Essa foi a causa da greve do início de setembro. Começou por duas frentes menores e quatro dias depois chegou na central, no Tietê, o que levou a retomar as pautas de maio.

Um dia depois surgiu a audiência de conciliação entre os grevistas e a Acciona.

A juíza do caso, Dra. Fernanda Bittencourt, entendeu que o que a Acciona estava dando era muito rebaixado e o aumento um pouco, apesar de não atender as reivindicações dos trabalhadores, além de pedir 10 dias de armistício, até a Acciona apresentar uma nova proposta.

A Acciona apresentou uma proposta ainda mais rebaixada. Por exemplo, a juíza deu R$ 400 para o Vale Alimentação e 2,5% de aumento; a Acciona deu R$ 250 e 1,2% respectivamente, além de pedir cinco dias para resolver a questão do convênio médico, da insalubridade e periculosidade.

Os trabalhadores ficaram revoltados e decidiram parar novamente na sexta-feira 15 de setembro.

No meio do processo, houve uma manobra da burocracia sindical para tentar quebrar a greve nas frentes menores para deixar o canteiro do Tietê isolado.

Os trabalhadores do Tietê mantiveram a greve e acabaram afetando todas as frentes.

A diretoria do RH da Acciona junto com a burocracia sindical pressionaram os trabalhadores para que voltassem ao trabalho.

No início de setembro tinham parado 9 das 40 frentes de trabalho. Na nova paralisação só parou o Tietê, mas bastou para paralisar tudo.

O Tatuzão Norte se encontra perto de finalizar os trabalhos antes da manutenção da máquina, que demora dois meses. Para o Tatuzão Sul faltam aproximadamente 20 dias, até a Estação Perdizes.

Por essa razão, a Acciona pede 60 dias para negociar.

Os trabalhadores reconheceram exatamente a mesma tática que a Aciona tinha usado em maio para quebrar a greve.

Pauta de reivindicações dos trabalhadores

– Plano de carreira Nível I, II, III , com faixas salariais para todos os setores.

– Prêmio Geral R$ 5.000,00 para quando a máquina fazer o desemboque lado Sul e lado Norte.

– 80 horas Prêmio, e voltar o que estava sendo pago para todos os colaboradores .

– 30% de periculosidade para todos os funcionários envolvidos no trabalho da máquina.

– 20% de periculosidade para todos os funcionários envolvidos na obra devido ser de grande risco.

– Vale Alimentação – R$ 700,00

– Vale Refeição – R$ 700,00

– Convênio Médico do padrão da Gestão.

– Assistência aos Acidentados.

– Retorno de Férias aos funcionários, pago por multinacional 60% do salário quando retorna de férias.

– Retorno do pagamento das  horas extras para Sábado, Domingo e Feriados.

– Melhorias no café da Manhã, Tarde e Noite.

– Melhorias da alimentação do restaurante.

– Melhoria da limpeza e conservação dos banheiros químicos na TBM ou criação de banheiros físicos.

– Parcerias com estabelecimento para funcionários com descontos.

– Recesso Prêmio pelas metas alcançadas no ano com parada em 28/12/2023  até dia 02 de Janeiro 2023.

– Cesta de Natal 

– Pagamento de todo o retroativo das horas prêmios e da periculosidade.

– Melhoria do sistema de alimentação dos colaboradores do TBM sul e norte 

– Bolsa estudo para funcionários.

– Percentual de aumento de salário por nível de ensino.

– Pagamento de hora corrida do almoço  dos colaboradores.

– Almoço liberado em qualquer frente para os colaboradores que trabalham em várias frentes.

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