O rápido avanço da entrega do Brasil

O rápido avanço da entrega do Brasil

Resposta do governo ante as mobilizações do dia 03/10. Uma direitização desesperada.

A resposta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex -ministro de Infraestrutura do governo Bolsonaro, ao movimento grevista do dia 3 de outubro de 2023 foi reafirmar o processo de privatizações. A principal argumentação foi o fato das linhas privatizadas não terem parado. Isso apesar das recorrentes falhas técnicas que se relacionam com o insuficiente investimento na manutenção.

Somente entre janeiro e abril deste ano, no entanto, apenas as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda apresentaram 16 falhas enquanto as Linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, ramais públicos e administrados pela CPTM sofreram apenas cinco falhas. 

Tratorar os trabalhadores e o povo representa a direitização inclusive em relação aos governos do PSDB. Tarcísio não só incorporou a agenda de Paulo Guedes, mas também vários auxiliares da sua equipe do Ministério da Fazenda.

Em relação à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP) e à Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A) o objetivo é privatizá-las até o final de 2024. 

A Sabesp conta com 28,4 milhões de clientes em 375 cidades e é altamente lucrativa; entre janeiro e setembro de 2022, a Sabesp acumulou lucro de R$ 2,47 bilhões. Hoje já entrega R$ 500 milhões anuais como dividendos. O governo estadual é o principal acionista com 50,3% das ações. 

Há um leilão de privatização da linha 7 Rubi da CPTM marcado para acontecer no dia 29 de fevereiro e um edital de terceirização dos serviços de atendimento do metrô, que está previsto para ocorrer na semana do dia 10 de outubro de 2023.

Em relação ao Metrô, há a intenção de privatizar até 2025 as linhas 1, 2 e 3.

Pelo menos 15 projetos de desestatização estão previstos no Estado de São Paulo. 

A política de privatizações continua avançando não só nos governos estaduais, mas também no governo Federal, principalmente na Petrobras e na manutenção da privatização da Eletrobras. A privatização dos Correios, onde os trabalhadores têm muita tradição de luta, foi suspendida, mas o esquartejamento por meio das terceirizações e o sucateamento das condições de trabalho continuam a todo vapor.

A privatização da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), que tem serviços em Belo Horizonte, João Pessoa, Recife, Natal e Maceió, aconteceu no primeiro semestre de 2023, passando por cima da resistência dos trabalhadores.

A privatização dos serviços públicos implica no aumento das tarifas, que acabam funcionando como se fossem impostos sobre a população, e os colocam na ciranda da especulação financeira. 

Os salários dos trabalhadores e as condições de trabalho ficam ainda mais precarizados e a prestação do serviço também fica precarizada porque o principal objetivo é o lucro.

Lembremos alguns casos que aconteceram com as privatizações de FHC. A telefonia, antes de ser privatizada, teve investimentos públicos bilionários. A Eletrobras viu as tarifas aumentarem em 600% em seis anos. Os bancos estaduais estiveram envolvidos nos escândalos dos programas de desestatização PROER e PROES. 

No caso da Vale do Rio Doce, tivemos a joia da coroa dos escândalos com a maior empresa produtora e exportadora de mineral de ferro do mundo sendo vendida por 1% do valor de mercado, que foram pagos com títulos podres da dívida pública.

Não por acaso, o Escândalo do Banestado lavou propinas equivalentes a quase US$ 300 bilhões atualizados para entregar esses setores fundamentais da economia nacional. Por meio das contas C5, esses recursos transitavam a partir da Agência de Foz de Iguaçú do Banestado a Nova Iorque; de aí aos paraísos fiscais; e voltavam ao Brasil como investimentos. Tudo sob o controle do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

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