Cuba segue inspirando a luta dos povos

Cuba segue inspirando a luta dos povos

mesmo diante de desafios recentes, como a pandemia da Covid-19 e ataques dos EUA, Cuba continua a ser um exemplo de unidade e consciência revolucionária. -Pedro Batista

Pedro César Batista – Comité Antiimperialista

A dignidade de um povo não tem preço. Cuba, desde José Martí até os dias de hoje, quando há o governo de Miguel Díaz-Canel, tem sido a resistência e ousadia de um povo que não se curva diante do opressor. Mesmo a pouco mais de 150 quilômetros do maior império de todos os tempos, a disposição e convicção na defesa da soberania da pátria e de uma vida digna e soberana a seu povo tem sido a maior marca desses tempos.

José Martí mostrou que era possível vencer o opressor, que mesmo depois da independência seguiu tentando impor a colonização política, econômica e cultural da ilha. Marti elaborou as bases ideológicas que definiram a grandeza de um povo capaz de conquistar sua plena soberania e decidir livremente seu destino. Quando em 26 de julho de 1953, Fidel Castro e mais algumas dezenas de jovens se dispuseram a derrotar a ditadura de Fulgêncio Batista eram os ensinamentos de Martí que animavam a juventude que acreditava que poderia livrar o povo do julgo de um serviçal dos EUA, que aplicava toda a violência contra os cubanos, transformando a Ilha em um bordel, onde os gringos de todas as categorias de criminosos, os mafiosos, traficantes, ladrões e especuladores de todos os tipos vinham usar e abusar da alegria e animação da ilha rebelde.

Um grupo de rebeldes apontam o novo caminho

A ousadia do ataque ao Quartel Moncada apontou um novo caminho na luta pela soberania nacional, em 26 de julho de 1959. Quando Fidel Castro apresentou sua defesa, no texto conhecido como a História me absolverá, foi apresentado o programa do que mais tarde viria a ser a revolução socialista. Um programa de construção de uma pátria soberana, livre do jugo do imperialismo, sob o controle do povo cubano, a partir da organização das massas sob a direção do Movimento 26 de Julho, uma organização com um programa nacional e revolucionário, indicando o socialismo.

Depois da anistia, Fidel e outros revolucionários se reuniram no México, entre eles Camilo Cienfuegos, Raul e Che Guevara. O iate Granma os levou até Cuba. Depois de serem bombardeados ao chegarem na Ilha, quando Fidel conseguiu reunir os sobreviventes, cerca de 13, ele perguntou: – quantos fuzis temos? – cinco, responderam os revolucionários. Disse, tão, Fidel: – Venceremos! E venceram até a todos os ataques dos EUA e seus agentes desde então.

A primeira grande batalha foi a erradicação do analfabetismo. Tarefa executada por crianças e adolescentes, os quais de maneira heroica, enfrentando os ataques de contrarrevolucionários, em seis meses possibilitaram a quem não conhecia a escrita nem a leitura aprender.

Em nenhum momento os contra revolucionários, a serviço dos EUA e da burguesia entreguista, deixaram de atacar, conspirar e provocar danos à economia e a vida do povo que construí uma nova sociedade, baseada na planificação da economia, na formação do novo homem e da nova mulher, bases fundamentais do processo revolucionário em curso.

Em abril de 1961, os EUA invadiram Cuba, com mais de 1000 mercenários os antigos colonizadores tentaram retomar a Ilha. Foram derrotados, presos e desmoralizados pelo Exército Rebelde, sob o comando direto de Fidel Castro.

Nessas décadas foram batalhas duras e longas, especialmente o bloqueio econômico que já dura mais de seis décadas. São 64 anos em que os EUA impedem que navios e aviões transportem itens essenciais para a Ilha. A embarcação, aérea ou naval, que rompa o bloqueio sofrerá duras sanções, como a proibição de atracar ou pousar nos EUA por seis meses. Os ataques às empresas que ousarem romper o bloqueio são duros. Com Trump as normas impostas pelos EUA contra Cuba aumentaram de forma cruel e desumana. Tudo como parte da Doutrina Monroe, que tenta derrubar a soberania e autodeterminação cubana com o estrangulamento econômico do país.

O governo cubano estima em aproximadamente 1 trilhão de dólares o prejuízo causado pelo bloqueio nesses anos. A proibição da importação de remédios, alimentação, produtos de primeiras necessidades, materiais científicos e tecnológicos, até de higiene pessoal, ainda é impedida de chegar a Cuba.

Ainda assim a Ilha revolucionária mostra ao mundo a diferença entre o capitalismo e o socialismo. Cuba tem uma política que garante a saúde, segurança, educação e saúde a todo seu povo, além de prestarem serviços a inúmeros povos no mundo. Cuba mostra que, diferente dos EUA, onde o povo morre na frente dos hospitais ou vivem em hordas de miseráveis pela ruas, é um pai onde as políticas são humanistas, preservam e respeita os direitos humanos, são solidários e desenvolvem uma política revolucionária na construção de sociedade justa e fraterna.

Com a revolução, todas as terras foram destinadas aos agricultores, seja em propriedades estatais, cooperativas ou individuais, com uma produção destinada a atender as necessidades elementares do povo cubano. Com a queda da URSS, em 1990, veio o período especial, que exigiu grandes sacrifícios do povo cubano. Com a URSS e o COMECOM havia uma relação comercial baseada na solidariedade e apoio aos povos. Cuba enviava açúcar à URSS, que enviava petróleo. Assim se dava a relação econômica entre os países que integram a comunidade socialista.

O estado cubano em sua estrutura e organização, sustenta-se na organização dos Comitês de Defesa da Revolução – CDR’s, o autêntico poder popular em Cuba, que controla desde a distribuição de alimentos até a defesa da Revolução e do Socialismo.

Com o fim do período especial inicia-se uma nova etapa, que exige a capacidade e criatividade econômica e política das massas. É preciso superar as duras dificuldades impostas especialmente pelo bloqueio econômico e as consequências da pandemia. Foram anos muito difíceis, enfrentou-se a falta de combustível, alimentos, medicamentos, material de construção, etc. O bloqueio impõe duras consequências.

Apesar de todas as dificuldades a planificação enfrenta a realidade, buscando criar uma nova situação que permita superar as dificuldades existentes. Assim, mesmo de forma deficitária, diferente dos países capitalistas, onde a miséria reina, em Cuba se assegura o elementar a todos. Muitos não suportaram as dificuldades, e influenciados pelos EUA, que ofereceram inúmeras oportunidades, atravessaram abia e seguiram para lá.

Todas essas dificuldades nunca desanimaram com o processo revolucionário, com o Partido Comunista de Cuba e o Governo atuando para enfrentar e superar a situação difícil imposta pelos EUA.

Os negócios no comercio sempre foram contraditórios, com o mercado ilegal atuando fortemente. Tudo incentivado pelos EUA, que provocam a falta de produto s e aumenta as necessidades da população. Os cubanos residentes na sede do império enviam dinheiro a seus familiares, e ao mesmo tempo que isso reforça a economia nacional, alimenta o mercado na ilegalidade. Essa contradição sempre foi algo difícil de superar.

A população cubana cada vez mais se fortalece em sua organização e mobilização, sempre liderada pelos CDR’s. Todas as ações estatais passam pela estrutura de base, o verdadeiro e real poder político em Cuba. Obviamente, sob o controle do Partido comunista de Cuba, uma necessidade vital no atual momento histórico da luta de classes mundial e na ilha para a defesa da revolução.  

Com Trump na presidência do EUA os ataques se aprofundaram, todos mantidos por Biden, tornando-se mais duras com a pandemia da Covid-19, que fechou as fronteiras e impediu a entrada de turistas, levando a uma taxa zero de ingressos de visitantes, a principal fonte de renda do país.

Mesmo durante a pandemia Cuba desenvolveu cinco tipos de vacinas contra a covid-19, além de ter sido o único país que enviou médicos a inúmeras nações para tratar de contaminados durante a pandemia, principalmente para a Europa. Se isso não bastasse, os EUA seguiram seus ataques contra a ilha, chegando a incluí-la na relação de países que patrocinam o terrorismo. Uma ironia, pois os EUA é a maior organização terroristas dos tempos. Mais uma propaganda de mentiras e inversão da realidade. 

No atual momento Cuba segue sofrendo todos os ataques e agressões, além da contínua propaganda de mentiras, quando as dificuldades são os resultados das criminosas ações dos EUA, principalmente do bloqueio econômico. O mais longo bloqueio de todos os tempos.

Cuba sofre com a falta de alimentos, medicamentos e itens básicos para a manutenção da vida de seu povo. Para superar essas dificuldades a resposta se dá no fortalecimento da organização e mobilização de seu povo, única forma de seguir avançando na construção do socialismo. Os EUA e seus agentes reforçam seus ataques, dentro do previsto na Doutrina Monroe, em sua fase atual, ampliando os ataques contra o povo cubano.

Acreditam os imperialistas que conseguirão derrotar os ensinamentos de José Marti, os exemplos de Fidel Castro, Che Guevara e Camilo Cienfuegos. Enganam-se. A unidade e consciência revolucionária do povo cubano segue e avança para superar as dificuldades existentes. Cuba segue sendo um farol nesse tempo em que o imperialismo impõe guerras, fome e desespero.

Cuba segue mostrando ao mundo que a força revolucionária do povo na construção do socialismo é o caminho para a superação do estágio de barbárie imposto pelo capitalismo às sociedades em todo o mundo.

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