Por que o fascismo está avançando em Portugal?

Por que o fascismo está avançando em Portugal?

O avanço do fascismo em Portugal, refletido nas eleições e na ascensão da extrema direita, revela uma profunda crise enraizada desde a Revolução dos Cravos.

Nas recentes eleições parlamentares antecipadas, o PSP, Partido Socialista Português, foi superado por pouca diferença pela direita encabeçada pela AD, Aliança Democrática. Foram 79 deputados da AD contra 77 do PSP.

Em terceiro lugar, esteve a extrema direita fascista do Chega, com 18% dos votos válidos, somando mais de um milhão, o que levou a quadruplicar o número de deputados para 48. O BE, Bloco de Esquerda, obteve menos de 5% dos votos e 5 deputados, assim como o CDU, onde participa o PCP, Partido Comunista Português, que obteve 4 deputados, uma queda muito sensível.

A crise do sistema político português se alastra desde a chamada Revolução dos Cravos, que estourou em abril de 1974, que a burguesia conteve em dois anos e que culminou com a queda do “salazarismo”.

Os sucessivos governos do PSP, desde a Revolução dos Cravos, até agora foram governos do imperialismo português, que é um dos países imperialistas europeus mais fracos e decadentes, controlado pelo imperialismo norte-americano.

O PSP junto com o PCP foram os instrumentos usados pelo imperialismo para quebrar a primeira revolução europeia desde a Segunda Guerra Mundial, onde houve dualidade de poder durante 1,5 anos. A OTAN, Aliança do Atlântico Norte, chegou a planejar a invasão de Portugal, mas sob a orientação do governo da França, aplicou a mesma política aplicada pela burguesia para quebrar os movimentos do chamado “Maio Francês”, usando os partidos da esquerda oportunista que tinham inserção no movimento de massas.

Nos últimos anos, o PSP e o PCP foram os principais responsáveis por aplicar a política do imperialismo europeu e norte-americano contra os trabalhadores e o povo português, o que teve como efeito colateral inevitável um forte desgaste.

Devido a esse desgaste, provocado principalmente pelo avanço da maior crise capitalista mundial de todos os tempos, agora a burguesia imperialista começa a apostar efetivamente no fascismo, devido à capacidade de atuar no movimento de massas, preparando-se para enfrentar nas ruas o movimento operário e os setores oprimidos da população que já começaram a protagonizar as maiores greves e protestos em décadas.

A solidariedade com o povo palestino tem sido um dos catalisadores do descontentamento social, junto com a sensível queda das condições de vida.

A situação política mundial avança a passos largos rumo ao enfrentamento aberto não somente entre as potências imperialistas, mas também entre a burguesia e a classe operária mundial.

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