Por Mafra
Recentemente, Maceió foi palco de um movimento liderado por artistas e trabalhadores culturais, destacando suas preocupações sobre a falta de apoio e má gestão dos recursos destinados à cultura na cidade. Protestos, denúncias e uma carta-manifesto intitulada «Ser Artista em Maceió é Massa?» trouxeram à tona as preocupações de quem promove a cultura local.
Durante o mandato do atual prefeito João Henrique Caldas (PL), pouca atenção e recursos foram dados aos artistas da cidade. O mesmo prefeito que gastou 8 milhões com a Beija-Flor para fazer autopropaganda, em conjunto com Artur Lira (PL), no desfile carnavalesco, sequer se dá ao trabalho de olhar para os artistas e fomentadores da cultura na capital. Esses e vários outros absurdos culminaram na revolta de várias entidades e movimentos em Maceió.
Os protestos, que incluíram a ocupação de prédios da Fundação Municipal de Cultura e da Secretaria Municipal de Cultura, foram liderados por diversos grupos culturais, todos unidos em sua demanda por mudanças significativas na abordagem de gestão cultural em Maceió.
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Os artistas denunciam atrasos nos pagamentos, falta de diálogo e desinteresse por parte da Prefeitura. A carta-manifesto formal apresentou uma lista detalhada de demandas, incluindo eleições imediatas para o Conselho Municipal de Políticas Culturais, substituição de gestores por profissionais comprometidos, e o cumprimento efetivo das leis municipais relacionadas à cultura, como a Lei Municipal nº 6.475/2015 e a Lei Municipal n° 13.278/2016.
Outras demandas incluem descentralização das ações culturais, criação de equipamentos culturais municipais em todas as regiões administrativas da cidade, e a implementação plena da Lei n° 7.077/2021, que destina recursos para contratação de artistas locais em eventos promovidos pela Prefeitura.
Os artistas enfatizam a necessidade de uma gestão transparente e inclusiva, onde os editais sejam formulados com diálogo e participação dos segmentos artísticos, e onde haja profissionalização nas contratações, com contratos prévios e pagamento pontual.
O movimento dos artistas de Maceió não é apenas um clamor por melhorias imediatas, mas uma demanda por uma visão de longo prazo que garanta a sustentabilidade e vitalidade da cena cultural da cidade. Suas vozes são unificadas em um apelo por uma gestão cultural mais comprometida e sensível às necessidades da comunidade artística local.