Primeira Hora: Uma greve nacional fake e a greve ambiental de verdade em Camaçari, BA

Primeira Hora: Uma greve nacional fake e a greve ambiental de verdade em Camaçari, BA

A greve nacional nos Correios convocada pelos pelegos das duas federações, a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores da ECT) e a Findect, e ainda dividida, nos dias 4 e 5 de abril de 2024, foi uma total fraude, do início ao fim.

Segunda-feira, 8 de abril de 2024

A greve nacional nos Correios convocada pelos pelegos das duas federações, a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores da ECT) e a Findect, e ainda dividida, nos dias 4 e 5 de abril de 2024, foi uma total fraude, do início ao fim.

As reivindicações impostas pelos pelegos confundiam as perdas de cláusulas no último ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), que tinha sido muito elogiado pelos pelegos, com compromissos que a Empresa teria assumido na ata de uma reunião com os pelegos.

Havia referência ao Concurso Público, mas nem uma palavra em relação a que esse concurso público não pode ser para trabalhadores temporários.

Não falaram uma única palavra sobre o sucateamento dos Correios no caminho à privatização total.

Nem uma palavra sobre a necessidade de abrir os Livros Contábeis para acabar com a farsa do suposto déficit.

Enfim, um verdadeiro show de horror que se materializou em:

  • Mil e uma manobras feitas pelas costas dos trabalhadores, em reuniões inesperadas com a Empresa e audiência com o TST convocada pelos pelegos, no mesmo dia das assembleias da Fentect;
  • Nenhuma convocação medianamente organizada nas bases;
  • Ignorância total dos trabalhadores terceirizados, que dominam os centros operacionais;
  • O resultado não podia ser outro: adesão ridícula a essa greve fake.

Como mantiveram o estado de greve e haverão novas assembleias em 11.4, a menos que os pelegos sabotem até as suas próprias resoluções, nessas assembleias poderia haver alguma chance de mudar esse quadro desmoralizante e pelego.

Os trabalhadores de luta precisam ir para cima e exigir a organização séria da luta, em prol dos empregos, das condições de trabalho e contra a “privatização» em todas as suas formas.

Os trabalhadores de Camaçari mostram o caminho

Os trabalhadores dos Correios de Camaçari, Bahia, mostram um caminho de luta, dando continuidade à luta que os trabalhadores dos Correios de Feira de Santana começaram em plena pandemia declarando greve ambiental por tempo indeterminado.

A greve ambiental se relaciona com a atuação da CIPA (Comissão Interna para a Prevenção de Acidentes), que na maioria das unidades está intencionalmente burocratizada pelas chefias e inoperantes, apesar das normas internas e a legislação determinar o funcionamento adequado para resolver os problemas de segurança, ergonomia e sucateamento das condiç!oes de trabalho. 

A reação das chefias da Bahia, e evidentemente da Empresa, foi atacar a greve frontalmente, deslocando trabalhadores de outras unidades para furar a greve e até chamar a Polícia.

A continuidade da política do governo Bolsonaro é gritante.

Buscam nos impôr o sucateamento e a privatização goela abaixo, para o qual contam com a ajuda dos pelegos corruptos e traidores.

A luta deve ser nacionalmente coletiva, mas devido à obscena traição dos pelegos, os trabalhadores de base precisam fazer valer os instrumentos dos quais dispõem.

Como deliberar uma Greve Ambiental

  1. Não precisa haver intervenção do sindicato de trabalhadores;
  2. A unidade de trabalho pode entrar em greve ambiental e a ação do sindicato pode ser posterior, de apoio e unificação com outras unidades de trabalho;
  3. Deve ser destinada a cuidar apenas de temas ligados a condições ambientais de trabalho, sem qualquer outro tipo de reivindicação;
  4. Trata-se de hipótese de interrupção do trabalho, com direito ao salário do período de paralisação, não se tratando de suspensão do contrato, que se aplica apenas às greves tradicionais;
  5. É indispensável que haja pré-aviso ao empregador da condição danosa, motivo da paralisação que vai ser iniciada;
  6. Retorno às atividades somente e tão logo seja superada a situação de perigo para o trabalhador ou para terceiros.

Assim, é paralisar o local de trabalho e em assembleia aprovar a greve ambiental. 

Elaborem uma ata e uma lista de presença.

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