Programa de luta para defender os Correios: Contra a privatização dos Correios

Programa de luta para defender os Correios: Contra a privatização dos Correios

A privatização dos Correios tem como eixo entregar uma das mais lucrativas empresas nacionais, a troco de nada, aos abutres capitalistas, principalmente aos grandes capitalistas estrangeiros.

A privatização já se encontra em marcha por meio das terceirizações e o sucateamento generalizado, que avançam a todo vapor.

Os trabalhadores de luta levantam a bandeira do fim das privatizações e da reestatização das empresas privatizadas. 

As empresas públicas devem ser colocadas sob o controle dos trabalhadores, a partir de representantes eleitos em assembleias nas bases.

Contra o sucateamento dos Correios

O sucateamento dos Correios busca depredar a Empresa com o objetivo de facilitar sua entrega para os grandes capitalistas a troco de nada. 

Trata-se exatamente da mesma política aplicada em todas as privatizações que aconteceram durante os governos de FHC e que foram mantidas, embora que de maneira mais “suavizada’, pelos governos do PT com nomes de PPP’s (Parcerias Público Privado) ou “concessões”.

Em primeiro lugar, devemos exigir a contratação imediata de, pelo menos, 50 mil trabalhadores concursados junto com investimento em tecnologia, assim como o fim dos PDVs e PDIs, pois, de acordo com a União Postal Universal, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos deveria ter mais de 300 mil trabalhadores.

O fim do Monopólio Postal realizado por FHC foi responsável pelo sucateamento do setor e a entrega a grandes empresas estrangeiras.

Contra o sucateamento e entrega das agências

As agências franqueadas representam pouco mais de 30% do total da Empresa, mas levam quase a metade dos lucros.

As metas absurdas e truculentas têm como objetivo aplicar a política da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) de entregar para as franquias as agências que não atingirem 80% dos valores estipulados.

Todas as agências devem ser reestatizadas e colocadas sob o controle dos trabalhadores.

Por condições dignas de trabalho

O sucateamento do Plano de Saúde e das condições de segurança, bem como o excesso de trabalho e a falta de investimentos em infraestrutura, têm como objetivo facilitar a entrega dos Correios aos grandes abutres capitalistas. 

A política de alocação e repasse de recursos dos Correios deve ser auditada, sob o controle de comissões eleitas pelos trabalhadores, nas bases, e abrindo publicamente todas as contas e informações envolvidas.

Pela abertura dos livros contábeis 

A Empresa deve abrir os livros contábeis para serem analisados, de maneira irrestrita, pelos trabalhadores. 

Precisamos ter acesso às informações para sabermos se a ECT realmente tem o lucro ou sofre as perdas que a Direção propagandeia. 

No balanço oficial de 2020, os Correios publicaram um lucro oficial de R$1,5 bilhões e no ano seguinte de R$3,7 bilhões, coincidindo com a política do governo Bolsonaro de privatizar a ECT.

Em 2022, coincidindo com os gastos enormes do governo Bolsonaro nas eleições, o déficit da ECT foi de R$807 milhões.

Em 2023, coincidindo com a retirada formal da ECT da lista da privatização, voltou a ter déficit.

Cálculos realizados em cima das entregas médias dos carteiros mostram que o faturamento da ECT deve ser de, pelo menos, R$50 bilhões e portanto o lucro deve ser superior aos R$5 bilhões anuais.

Tudo isso deve ser esclarecido aos trabalhadores e à população abrindo os livros contábeis.

O sucateamento rumo à privatização

O dono da América Latina, os Estados Unidos, enfrenta a sua maior crise de todos os tempos.

Por essa razão, e perante a crescente incapacidade de extrair lucros da produção, como, por exemplo, abrindo uma fábrica, busca desesperadamente manter os lucros aumentando os ataques contra os trabalhadores, assaltando os cofres públicos e apertando com muita força o seu quintal traseiro, a América Latina.

O imperialismo norte-americano impõe quatro eixos para aumentar a espoliação do Brasil: 1) as privatizações, a troco de nada, de 400 empresas públicas; 2) o aprofundamento da «reforma trabalhista», com a liquidação total da CLT e da Previdência Social; 3) o sucateamento total dos serviços públicos sociais para direcionar os recursos para um punhado de especuladores financeiros; 4) o ultra sucateamento dos recursos por meio da ultra corrupta dívida pública e outros mecanismos de espoliação financeira.

Os trabalhadores, cada vez mais, se encontrarão numa encruzilhada: ou lutam ou morrem de fome. 

Devido ao grau de paralisia atual, em grande medida provocado pela traição da burocracia, é preciso impulsionar a luta avançando por meio da ampla divulgação de denúncias que demonstrem claramente o sucateamento e os ataques contra a ECT.

A luta sindical a serviço dos trabalhadores

A luta sindical deve servir para organizar a luta geral dos trabalhadores, na defesa do Brasil, e que passa pela divulgação deste programa de luta, pelo menos.

A diretoria da ECT aplica a política imposta pelo governo Lula-Alckmin que é o sucateamento contínuo da Empresa rumo à privatização total a troco de nada, enquanto a privatização «branca» continua a todo vapor por meio das terceirizações, as agências franqueadas, a defasagem tecnológica, os desvios de recursos por meio de vários mecanismos etc.

Para atacar os trabalhadores, além da pressão das chefias, a ECT se vale da burocracia sindical como principal instrumento para conter, dividir e confundir trabalhadores. As traições têm sido inúmeras e têm ficado muito evidentes principalmente a partir de 2008, quando o PCdoB passou a controlar os sindicatos dos trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro e de São Paulo, após uma transação comercial com a Conlutas, que obteve em troca o Sindicatos dos Metroviários de São Paulo, o que levou à fundação da ultra divisionista Findect, em contraposição à já pelega Fentect (Federação dos Trabalhadores da ECT).

Os últimos ACTs, acordos coletivos, têm sido verdadeiros desastres para os trabalhadores, com duras perdas e muitas vezes nem sequer cobrindo a inflação, apesar de apresentados como “uma grande vitória”.

Mas o aspecto mais grave do sindicalismo atual é que somente contempla os carteiros e de maneira ultra dividida, em 36 sindicatos e duas federações.

Como este sindicalismo pelego não considera os trabalhadores terceirizados, os centros operacionais não podem ser organizados e muito menos paralisados.

Com a política de sucateamento e o crescente número de carteiros terceirizados em breve, o sindicalismo tradicional, hoje muito pelego, apenas contemplará uma parte ínfima da Categoria.

Os trabalhadores precisam de um novo sindicalismo, impulsionado a partir da base, que contemple toda a Categoria, que hoje soma mais do dobro dos 85 mil concursados que sobraram por enquanto.

E ainda mais. A Categoria deveria contemplar todo o serviço postal, passando a um número de trabalhadores ainda dez vezes maior.

Por um Correios a serviço da população!

Contra a privatização dos Correios e de todas as empresas públicas!

Contra o sucateamento e pela contratação de, pelo menos, mais 50 mil concursados!

Fora a burocracia sindical dos nossos sindicatos! 

Que a crise seja paga pelos capitalistas!

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