Primeira Hora: Fim do DDA , Suspensão do SD, mais contratações

Primeira Hora: Fim do DDA , Suspensão do SD, mais contratações

O DDA (Distribuição em Dias Alternados) foi um esquema implantado no fundamental no governo Bolsonaro que tinha como objetivo aumentar o sucateamento da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) para aumentar a carga de trabalho, evitar novas contratações e empurrar com a barriga até as contratações de terceirizados.

Nos depoimentos dos trabalhadores de base, nesta edição do Primeira Hora do Trabalhador, expomos as entranhas do DDA e as manobras da ECT e do governo sobre o fim do DDA e a suspensão do SD (Sistema de Distritamento), contra os trabalhadores.

O Correios é uma empresa de cunho social; a entrega de cartas tem esse viés.

Os trabalhadores de base devem fazer denúncias da fraude realizada pela Empresa sobre a entrega de objetos e correspondência para facilitar a privatização.

Fim do DDA!

Contratação de 50 mil novos concursados! (não temporários; além do PDI)

Abertura dos Livros Contábeis! (para acabar com a farsa do déficit dos Correios)

Sindicatos para lutar!

Fora burocracia dos nossos sindicatos!

Os Correios público e de qualidade são do povo!

O DDA deve acabar para permitir mais contratações

Carteiro de Bahia

Uma das pautas principais do ACT, o nosso Acordo Coletivo de Trabalho, era o fim do DDA.

Com o fim do DDA se abre a possibilidade de um número significativo de contratações para atender a demanda da população.

A conta é simples; se temos 60 mil carteiros, com o fim do DDA, a Empresa terá que contratar pelo menos 50 mil novos trabalhadores no próximo Concurso.

As «direções sindicais» estão dando um tiro no pé dos trabalhadores.

A ferramenta que criaram por meio do TST (Tribunal Superior do Trabalho) é uma fraude.

A Direção da Empresa disse que as direções sindicais poderão participar da contabilidade da carga para corroborar que esteja tudo certo. 

Fazem maquiagens e as direções sindicais assinam em baixo já que eles supostamente estão «acompanhando»  esse processo de contagem de cargas.

O trabalhador sairá como o vilão.

Com o DDA, se a Empresa estiver precisando de 50 mil trabalhadores dirá, com a ajuda das «direções sindicais», que está precisando de 5 mil, que esse é o ganho, que gradativamente irá aumentar o número de trabalhadores e outras lorotas parecidas.

Há manipulação de dados nas unidades

Carteiro do Vale do Paraíba

Eu trabalho com SD há décadas e sempre foi maquiado.

No passado, a gente ia nas unidades fazia contagem e as chefias moldavam os dados de acordo com o que a Empresa impunha.

Perante as reclamações a conversa era que havia a necessidade de não perder trabalhadores na unidade.

Hoje nós não podemos deixar isso passar porque são os nossos empregos que estão em jogo.

E tudo acontecia com a cumplicidade dos burocratas sindicais.

A fraude do DDA ontem e hoje

Carteiro do Triângulo Mineiro

Quando foi criado o DDA, com o aval das federações e sindicatos, a justificativa foi a melhoria do serviço. Veio junto com a mudança da Lei Postal.

Antes dessa Lei, as cartas deviam ser entregues todos os dias.

Os prazos, com essa nova Lei, foram esticados por meio de entregas dia sim, dia não.

Fizeram estudos iniciais para apresentar o DDA como algo positivo, até hoje ter virado essa tragédia.

Hoje os prazos não são cumpridos, tanto para o cliente que irá receber quanto para quem postou.

A ECT alega que tudo estaria controlado e estimado por meio de sistemas a partir dos quais fazem médias.

A ECT supostamente já saberia a quantidade de cartas simples, do registrado, do Sedex, do malote.

A ECT alega que a carga diminuiu, o que de fato aconteceu, mas numa escala menor da que eles alegam.

Com essa desculpa, eles justificam a falta de funcionários.

Antigamente para entregar em 500 pontos de entrega o carteiro andava 7 a 12 quilômetros. Hoje para fazer isso, o carteiro precisa percorrer entre 30 e 80 quilômetros, que são atendidos por motociclistas sem limites de percurso.

A fiscalização fica a cargo da própria da ECT, o que jamais acontece.

Em algumas unidades as entregas são realizadas semanalmente e mesmo mensalmente, apesar da legislação. Em alguns casos entregam cartas a cada três meses.

DDA foi para evitar as contratações

Suporte técnico de carteiros, RS

A intenção do nascimento do DDA nada mais foi do que uma tentativa de manobrar e suprir a falta de efetivo devido a não abertura de concurso público. 

Resolveram o problema partindo os distritos ao meio.

O sumiço de distritos dentro das unidades se deu devido a junções onde por exemplo; três distritos transformavam-se em dois…e assim seguiu, tornando-se então em distritos fatiados em dois lados, esses chamados de lado A e lado B. 

Com essa «MIRABOLANTE IDEIA» o discurso era tentar convencer carteiros e dirigentes sindicais de que ficaria bom para o carteiro, pois reduziria o peso e o percurso durante sua jornada de trabalho. 

Mas, a mim não convenceram, minha avaliação era contrário, o peso continuaria e a percorrida não diminuiria, pois o lado parado acumularia no dia que ficasse sem entrega.

Eu já na época dizia que não iria ficar melhor porque a parte que o carteiro não atenderia num dia seria obrigado a atender no outro, e sobrecarregado.

O debate sobre o fim do DDA e retorno da distribuição por distrito diariamente implicará em alguns fatores: Implantação de um novo SD, onde esse deverá além da contagem do que já existe cadastrado, será necessária a inclusão de todos locais/bairros, loteamentos novos já existentes a mais de 10 anos em todos os cantos desse país e regularizados, e que não são atendidos pela presença do carteiro.

A política do Gerae, e ainda para cima, sobre essa situação tem sido de descaso, do “vai tocando”.

Como nessas condições, intencionalmente provocadas, a população não vai reclamar e até pedir pela privatização; no mínimo a terceirização de tudo? 

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