O movimento operário no Brasil – PARTE 5

O movimento operário no Brasil – PARTE 5

O movimento obreiro no Brasil foi imparável. Antes, durante (em alguns períodos) e depois da ditadura militar, houve centenas de manifestações com milhares de trabalhadores nas ruas. Saiba como foi as lutas e o que nos espera nos próximos periodos.
O movimento operário após a Segunda Guerra Mundial

Em 1945, os operários comunistas se juntaram com líderes não comunista e formaram a MUT (Movimento Unificador dos Trabalhadores).

A MUT tinha o objetivo de unir todos os trabalhadores, mas também a inserção dos sindicatos e do movimento operário na política geral.

Em 1946 foi criado a CTB (Confederação dos Trabalhadores do Brasil).

Ainda em 1946, o governo Gaspar Dutra proibiu a existência da MUT.

Em 1947, sob os auspícios da “Guerra Fria”, o governo Dutra fechou a CTB e cassou o registro do partido comunista.

O movimento recuou e só em 1950 renasceu com a retomada das atividades dos comunistas com os trabalhadores rurais, as quais haviam se iniciado em 1945/46, dando continuidade a criação da liga camponesa.

Com a reorganização dos comunistas e do partido, em 1953 com os comunistas no movimento sindical recomeçou o movimento grevista.

Entre as greves, destaca-se a greve ocorrida em São Paulo, da qual participaram 300 mil operários de várias categorias ( têxteis, metalúrgicos, marceneiros, gráficos e outros) que durou 26 dias.

Dessa greve nasceu o PUI (Pacto de Unidade Sindical), que chegou a contar com mais de 100 entidades sindicais e que, em 1954, dirigiu uma greve contra a carestia que envolveu mais de 1 milhão de trabalhadores.

Em 1954 aconteceu a II Conferência Nacional de Lavradores e trabalhadores agrícolas da qual nasce a ULTAB (União de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil) e com ela a Campanha Nacional pela Reforma Agrária. A ULTAB, lutava pela sindicalização e dirigia as lutas de posseiros, arrendatários e assalariados.

Em 1960, foi criado o PUA (Pacto de Unidade de Ação), com os portuários e ferroviários, os que decretaram greve por equiparação salarial.

Para garantir a posse de João Goulart, os comunistas do PCB e a esquerda do PTB se juntaram e deflagraram uma grande greve em Agosto de 1961. 

Da greve nasceu o CGG ( Comando Geral de Greve) que acabou criando a  CNTI (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria).

Para impedir que o ministro conservador indicado pelo governo Jango assumisse, o CGG (Comando Geral de Greve) convocou uma grande greve, que foi vitoriosa e acabou conquistado o direito ao 13” salário.

No mesmo ano foi refundada a CGT.

Ainda em 1962 uma grande greve pressionou o Congresso por um plebiscito, que deu a vitória ao presidencialismo no Brasil.

Em dezembro de 1963 foi legalizada a CONTAG (Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura), fortalecendo o movimento camponês.

Em 13 de Março de 1964, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, aconteceu um grande comício com a participação de mais de 200 mil pessoas, pelas reformas de base.

A elite conservadora reagiu com a Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade.

A luta operária sob a Ditadura Militar

Em 1 de abril de 1964, as classes dominantes deram o golpe militar, com 20 anos de perseguição, prisão e destruição das organizações operárias. Mesmo sob o tacão de ferro da ditadura, houve várias lutas.

Em 1974 teve a greve dos motoristas de ônibus de São Paulo, duramente reprimida pelos militares, pois muitos trabalhadores não conseguiram ir ao trabalho.

Em 1977 as lutas foram mais políticas; as manifestações estavam voltadas a defender as liberdades democráticas e os direitos humanos.

Em 1978 os trabalhadores da Scania entraram em greve, rompendo o ciclo de medo imposto pela ditadura.

No final de 1978, 539.037 trabalhadores cruzaram os braços no Brasil, paralisando 19 categorias de trabalho no ABC.

Após serem surpreendidos pelo movimento operário dentro das fábricas,  os empresários e o governo prepararam a resposta.

A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) enviou aos seus associados uma circular cujo objetivo era colocar os grevistas para fora das fábricas, facilitando assim a repressão policial.

Com a greve dos metalúrgicos do ABC abriu-se o caminho para a luta operária em todo o país.

Nos anos de 1980, foram 240 mil trabalhadores rurais que paralisaram no Nordeste; 110 mil professores primários e secundários do Rio de Janeiro e 12 mil portuários de Santos.

Em 1980, ocorreram 50 greves, paralisando um total de 664.700 trabalhadores.

Em agosto de 1981, na colônia de férias do sindicato dos têxteis de São Paulo, foi organizada a primeira Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT), a qual aprovou a comissão para criar a CUT (Central Única dos Trabalhadores ).

A comissão Pró-CUT já na preparação da conferência a comício dividiu-se em duas tendências, uma liderada pelo PCB, aliado a velhos pelegos vinculados à Ditadura Militar, que defendia que as condições históricas ainda não estavam dadas para a criação da CUT. E a outra tendência liderada pelo recém criado PT, afirmava o oposto.

Em 1983, os petistas fizeram o 1° Congresso Nacional da Classe Trabalhadora em São Bernardo do Campo criando assim a CUT no dia 28 de Agosto de 1983.

A tendência derrotada organizou-se em torno do CONCLAT, o qual se transformou em 1986 na CGT (Central Geral dos Trabalhadores), que  hoje é controlada majoritariamente pelo PCdoB, um partido totalmente integrado à política burguesa.

A CUT petista criada em cima da luta dos operários radicalizados na época, passaria por  um processo de transformações em direção a posições francamente reformistas, a partir do controle da CUT pela Articulação lulista em 1987, e adaptando-se à política de conciliação de classe petista dos anos de 1990 para cá.

Hoje em dia repetindo a ideologia da direita elitista brasileira os partidos de “esquerda” oficial agem como se o movimento operário não mais existisse. Porém considerando a história de luta operária no Brasil, ele pode estar “hibernando” mas com certeza acordará, como sempre aconteceu na história do Brasil e do mundo, conforme pode ser visto claramente por exemplo na Europa e em vários outros países no contexto da maior crise capitalista de todos os tempos.

A cada novo levante da luta operária ela ressurge com mais força.

O próximo passo da luta operária se dará na retomada das suas organizações de luta e na criação do seu estado maior revolucionário, esse novo acesso operário destruirá as antigas organizações e partidos apodrecidos para criar verdadeiras organizações de luta.

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