Brasil e China são polos opostos quando se trata de suas saída para Ucrânia

Brasil e China são polos opostos quando se trata de suas saída para Ucrânia

A final, Lula é ou não é agente do imperialismo norte americano? Descubra...o óbvio.

Por Andrew Korybko

Matéria publicada originalmente em https://korybko.substack.com/p/brazil-and-china-are-poles-apart

Nota de Apresentação de Primera Línea Revolucionaria América Latina

PLR e outros parceiros temos publicados vários artigos do jornalista norte-americano baseado em Moscou, Andrew Korybko, por considerar sua importante contribuição em desmascarar o caráter demagógico do governo Lula/ Alckmin (muito mais Alckmin que Lula) deixando clara a essência pró-imperialista deste governo.

Consideramos o “plano de paz” apresentado por Lula uma obscena capitulação às imposições do governo Biden que condena ao massacre às populações russófonas da Ucrânia.

O Plano de Lula “esquece” de como a Crimeia ficou com a Ucrânia e o mais grave de tudo “esquece” o caráter crescentemente belicista do imperialismo que enfrenta a maior crise capitalista mundial de todos os tempos: atentado terrorista ao North Stream, declarações de Angela Merkel e François Hollande sobre os tratados de Minsk, os rios de dinheiro para armar Ucrânia, o papel do complexo industrial militar e os grandes especuladores financeiros, a política de guerra como “saída” para a crise capitalista, que a Rússia é uma potência regional enquanto o imperialismo norte-americano é a supra polícia mundial, a opressão da América Latina, o quintal traseiro dos Estados Unidos etc.

Com a palavra Andrew Korybko

As reações totalmente opostas do Kremlin a esses dois documentos, a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas endossada por Lula que Moscou condenou duramente e o plano de paz do presidente Xi que apoiou com entusiasmo, permitem que os observadores extrapolem melhor as intenções geoestratégicas de cada um desses dois países do BRICS.

A visão de mundo de Lula foi se alinhar mais estreitamente com os EUA, apesar de seus agentes de influência no Brasil mentirem que ele não o fez, enquanto a China está desafiando os Estados Unidos com mais confiança.

Os membros do BRICS, Brasil e China, adotam uma retórica de pacificação semelhante em relação ao conflito ucraniano, que hoje é na verdade uma guerra por procuração OTAN-Rússia, mas vislumbram resultados finais completamente diferentes.

O recém-reeleito e agora três vezes presidente Lula, do primeiro mencionado, ordenou que os diplomatas de seu país votassem contra a Rússia na última resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, documento que Moscou condenou duramente, enquanto o segundo presidente, Xi Jinping, acaba de compartilhar um plano de paz procurando atrair também o interesse de Kiev.

A razão pela qual a Rússia ficou tão enfurecida com a resolução que Lula endossou é porque seu quinto parágrafo “Reitera sua exigência de que a Federação Russa retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de seus limites internacionais, reconhecido para uma cessação das hostilidades».

Em contraste, o plano de paz do presidente Xi não contém tal exigência, razão pela qual a Rússia o elogiou.

As reações totalmente opostas do Kremlin a esses dois documentos, a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas endossada por Lula que Moscou condenou duramente e o plano de paz do presidente Xi que apoiou com entusiasmo, permitem que os observadores extrapolem melhor as intenções geoestratégicas de cada um desses dois países do BRICS. Lula recalibrou a sua visão de mundo para se alinhar mais estreitamente com os EUA, apesar dos agentes de influência dele no Brasil mentirem que ele não o fez, enquanto a China está desafiando os EUA com mais confiança.

Também merece destaque que Lula condenou oficialmente a Rússia em uma declaração conjunta com Biden durante sua viagem a Washington DC no início de fevereiro de 2023, o que o tornou o primeiro líder do BRICS a fazê-lo, algo que nem mesmo seu antecessor Bolsonaro fez depois de se encontrar com Biden no verão passado.

Antes disso, Lula condenou extraoficialmente a Rússia no final de janeiro ao falar ao lado do chanceler alemão Scholz quando comparou sua operação especial na Ucrânia à Guerra Híbrida dos EUA na Venezuela.

Além disso, o efervescente endosso do idealizador da Revolução Colorida, George Soros, a Lula em seu discurso durante a Conferência de Segurança de Munique em meados de fevereiro levantou as sobrancelhas entre os observadores.

Essa influente figura liberal-globalista de fato declarou Guerra Híbrida contra a Índia, parceira do Brasil no BRICS, naquele mesmo discurso e expressou desígnios semelhantes contra a China há quase exatamente um ano.

Essas observações anteriores, que são baseadas em fatos objetivamente existentes e facilmente verificáveis, constituem o contexto crucial dentro do qual Brasil e China apresentam suas soluções completamente diferentes, na Ucrânia.

Embora Lula ainda não tenha articulado de forma abrangente o que tem em mente com sua proposta de paz semelhante ao G20, quase certamente incluirá referência à exigência de retirada imediata na última resolução que ele ordenou que seus diplomatas votassem e que ofendeu a Rússia.

Mesmo no cenário improvável em que ele é aconselhado a evitar qualquer referência e obedecer obedientemente, é irreal imaginar que a Rússia considerará seriamente sua proposta inchada devido a seus sinais anteriores de desinteresse, a onda de propaganda anti-russa de Lula perante o plano mais pragmático da China.

O fato de ter o Brasil apoiado a última resolução exigindo a “retirada imediata, completa e incondicional” da Rússia de todo o território que Kiev reivindica como seu, destruiu a confiança diplomática.

A população de língua russa da Crimeia e do Donbass, para não mencionar as outras regiões recém-reunificadas de Kherson e Zaporozhye, seria massacrada pelos neonazistas de Kiev apoiados pela OTAN, se Moscou cedesse à demanda de Lula, o que é absolutamente inaceitável para o Kremlin.

Portanto nunca Dito isso, a liderança russa também é pragmática o suficiente para reconhecer que seria mutuamente contraproducente punir o Brasil pelo que Lula acabou de fazer, então não se espera que os laços sejam prejudicados.

Pelo contrário, eles podem muito bem se expandir no sentido substancial de uma cooperação energética mais estreita se o plano do Embaixador do Brasil na Rússia para esse efeito acabar se revelando, o que é um resultado que todos os defensores sinceros de ambos devem apoiar plenamente.

Alguns representantes russos podem ocasionalmente falar da boca para fora do plano de paz fadado ao fracasso do G20 de Lula como parte de seus esforços de diplomacia pública, mas espera-se que seja ignorado pelas razões que foram explicadas.

Quanto aos laços russo-chineses, eles se fortalecerão de forma abrangente ainda mais rápido do que a maioria dos observadores poderia ter previsto, depois que o presidente Xi provou ser um parceiro verdadeiramente neutro e confiável por meio do plano de paz pragmático que acabou de compartilhar.

Isso ajudará o BRICS a continuar funcionando, ajudando assim a neutralizar a influência perturbadora que Soros e os EUA hoje exercem sobre a formulação da política externa de Lula em seu terceiro mandato, o que faz com que seus parceiros desconfiem dele.

Afinal, ele rompeu com eles de forma decisiva ao se tornar o primeiro líder desse grupo a condenar oficialmente a Rússia, o que ele fez de forma chocante em uma declaração conjunta com Biden que simbolizou Lula enfiando a faca nas costas do presidente Putin.

O Brasil é livre para aplicara a política que quiser, mas não há dúvida de que Lula está do lado dos EUA contra a Rússia no sentido político, embora pelo menos não esteja cruzando suas linhas vermelhas ao armar Kiev e/ou sancionar Moscou.

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2 comentarios en «Brasil e China são polos opostos quando se trata de suas saída para Ucrânia»

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