Na maior crise capitalista mundial, o Brasil de volta à Colônia

Na maior crise capitalista mundial, o Brasil de volta à Colônia

Qual é a diferença entre o hoje e quando o Brasil exportava o pau-brasil, o açúcar, os minérios, o café, a borracha ou o cacau?

A economia capitalista mundial enfrenta a sua maior crise histórica.

Os lucros das super grandes empresas, os enormes cartéis que dominam o mundo, sobrevivem a duras penas sob todo tipo de manobras, principalmente a partir dos obscenos repasses dos estados.

Neste momento o principal fator que move as principais economias é o complexo industrial militar que foi turbinado com a guerra na Ucrânia e mais recentemente com a guerra contra os palestinos.

Mesmo assim, segundo as Nações Unidas, a economia está desacelerando rumo à recessão com inflação alta, provavelmente hiperinflação, o fenômeno que os economistas denominam “estagflação”.

Enquanto a especulação financeira e o parasitismo tomaram conta de todas as estruturas da sociedade atual, o comércio global decaiu, as taxas de juros dos empréstimos aumentaram, a dívida pública e privada têm ido às nuvens conforme os cartéis precisam manter os lucros, o investimento é diminuto por falta de recursos desviados aos grandes capitalistas, que hoje não passam de especuladores financeiros.  Todas as contradições do capitalismo foram elevadas a um grau de tensionamento histórico.

A situação das massas tem decaído violentamente em todo o mundo, principalmente na Europa, o que é particularmente grave, considerando que se trata de um dos principais centros da estabilidade capitalista mundial.

Na América Latina, a situação é crescente grave devido ao brutal esforço do imperialismo norte-americano, a potência mundial dominante, por repasses a sua crise histórica sobre as costas dos trabalhadores e dos povos oprimidos do seu quintal traseiro.

Até a locomotiva do mundo, a China, foi engolfada pela maior crise capitalista mundial, o que não é nenhuma novidade considerando a integração.

O novo Brasil colonial

De acordo com as estatísticas oficial o crescimento da economia brasileira deverá despencar em 2024 de 3% para a metade.

O Brasil hoje sobrevive, male male, pagando as maiores taxas de juros do Planeta aos especuladores financeiros mais podres, os conhecidos como capitais andorinhas.

Ainda veremos o que sobrará do Brasil quando esse capitais podres migrarem do Brasil, como o fizeram por exemplo, na década de 1980.

De acordo com os dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), o Brasil tem se especializado na indústria extrativista e o chamado “agronegócio”, em 40 anos de dessindustrialização contínua.

A exportações de meia dúzia de matérias primas é o que tem provocado o superávit comercial, que é destinado para manter a rolagem a ultra corrupta e nunca auditada sistema da dívida pública, que resume o parasitismo mórbido imposto pelo imperialismo sobre o nosso país.

Essas exportações acontecem por meio das bolsas mercantis e futuro e têm como objetivo servir como base à especulação financeira mundial, controlada em primeiríssimo lugar pelo imperialismo norte-americano.

Os número oficiais que pretendem apresentar o Brasil como uma grande economia e ainda como um dos principais integrantes dos BRICS “esquecem” a obscena submissão ao imperialismo e a destruição da nossa soberania.

Caso Petrobras

A entrega da Petrobras, num processo que se alastra e cresce desde os governos de FHC ilustram claramente a situação em que nos encontramos.

O Brasil com a Petrobras tem se tornado um exportador especulativo de petróleo cru e de produtos primários, enquanto continua entregando a troco de praticamente nada importantes campos de petróleo que poderiam ser usados para impulsionar o desenvolvimento do país, melhorar os serviços públicos etc.

O mais grave é que com a entrega das refinarias, o Brasil foi convertido num importador dos derivados do petróleo, com alto valor agregado.

O Brasil exporta aproximadamente 1,5 milhões de barris de petróleo cru por dia, o que representa três vezes a mais em relação a 2006, ano da descoberta da reserva do pré-sal.

A participação relativa das petrolíferas privadas e estatais estrangeiras na exportação do petróleo do Brasil é hoje de 60% do total contra 10% em 2009.

Em 2023, de janeiro a junho, foram importados mais de 600 mil barris por dia de derivados, o que fez passar o custos dessas importações de US$ 3,2 bilhões em 2000 para quase US$ 20 bilhões em 2023.

Na base dessa política esteve a PPI (Preços Paritários de Importação), aprovada pelo governo Temer em outubro de 2016, o que fez com que as empresas privadas importassem entre 65% e 76% dos derivados de petróleo para o Brasil.

Os Estados Unidos levaram US$ 8 bilhões beneficiados por essa política, .seguidos da Índia e Emirados Árabes Unidos que receberam cerca de US$ 2 bilhões cada um.

Qual é a diferença entre o hoje e quando o Brasil exportava o pau-brasil, o açúcar, os minérios, o café, a borracha ou o cacau?

A defesa da soberania do Brasil só pode ser obra dos trabalhadores e dos setores oprimidos do povo. As classes dominantes e os políticos oficiais se submeterem à bota do imperialismo e atuam como seus capatazes.

COMPARTIR:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Deja un comentario

Plataforma Latino Americana