A três dias do segundo turno das eleições presidenciais, Lula/ Alckmin publicaram o programa de governo, intitulado “Carta para o Brasil de amanhã”.
Nenhum problema central que poderia efetivamente tirar o Brasil da crise, é abordado. E no geral é pura demagogia.
A promessa central é combinar a “responsabilidade fiscal com a responsabilidade social”.
Dito em outras palavras, os grandes bancos e a espoliação financeira do Brasil continuarão como até agora, como a principal responsabilidade.
“Já governamos este país. Com responsabilidade fiscal, reduzimos a dívida pública, controlamos a inflação e acumulamos um expressivo volume de reservas cambiais que até hoje são fundamentais para a estabilidade da economia.”
A dívida pública só tem crescido desde a Ditadura Militar.
A ultracorrupta e nunca auditada dívida pública, que consome aproximadamente a metade dos gastos do Governo Federal, não somente seguirá sendo paga nem será auditada, mas será sendo priorizada por em cima de qualquer gasto social.
Considerando que o capitalismo mundial vive a pior crise da sua história, os ataques contra os trabalhadores e as massas serão muito mais duros.
A conta do aprofundamento da crise e das estripulias eleitorais realizadas pelo governo Bolsonaro virá, e com juros contra nós, já em 2023.
“Vamos investir em serviços públicos e sociais, em infraestrutura econômica e em recursos naturais estratégicos. Os bancos públicos, especialmente o BNDES, e empresas indutoras do crescimento e inovação tecnológica, como a Petrobras, terão papel fundamental neste novo ciclo. Ao mesmo tempo, vamos impulsionar o cooperativismo e a economia solidária e popular. A roda da economia vai voltar a girar e o povo vai voltar e ser incluído no orçamento.“
Para investir em serviços públicos e sociais seria preciso romper com o saque do Brasil, o que implica em desconhecer os “acordos” impostos pelo imperialismo norte-americano, que enfrenta a sua maior crise histórica e que aperta o Brasil e a América Latina para manter os lucros das grandes empresas.
A Petrobras se encontra quase privatizada.
O que Lula/ Alckmin irão fazer, reverter o processo de privatização (que mais parece doação, dados os preços irrisórios em que está sendo entregue)?
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) está sendo usado para apoiar as privatizações. Isso será revertido?
E para impulsionar o cooperativismo (controlado pelo estado) se fazem necessários recursos? De onde sairão considerando o aperto do imperialismo sobre o Brasil?
“um Salário-Mínimo Forte, com crescimento todo ano acima da inflação; um Novo Bolsa Família, que garantirá R$ 600,00 como valor permanente mais R$ 150,00 para cada criança de até 6 anos de idade; o programa Desenrola Brasil, para renegociar as dívidas de milhões famílias que estão inadimplentes, oferecendo grandes descontos e juros baixos; Imposto de Renda Zero para quem ganha até R$ 5 mil”
Implementar esses programas sociais é factível desde que recursos sejam redirecionados dos repasses aos grandes capitalistas. Isso será feito? Não soa a demagogia?
A menos que o objetivo seja continuar a aumentar a dívida pública.
“Nosso compromisso estratégico é buscar o desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica. Vamos apoiar a grande agricultura de baixo carbono e a agricultura familiar com crédito, garantias e assistência.”
Mas não foi o Novo Código Florestal de 2012 (em pleno governo Dilma) que abriu caminho à aceleração do desmatamento e ao “agronegócio”?
E não nos esqueçamos que a partir de 2008, no segundo governo Lula, com a fundação do ICMBio, foram liberados dezenas de transgênicos e de agrotóxicos que estavam proibidos até no Paraguai.
O que Bolsonaro fez foi acelerar o processo.
“11| AGRICULTURA SUSTENTÁVEL”
Aqui a demagogia foi a mil. O chamado agronegócio foi um dos principais aliados dos governos do PT, até pelo peso na balança comercial.
“vamos fortalecer o SUS”
Será revertido o processo de privatização da saúde pública no Brasil?
Podemos acreditar nesse conto da carochinha?
“10| REINDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL
Vamos construir uma estratégia nacional para avançar em direção à economia do conhecimento. O Brasil não precisa depender da importação de respiradores, fertilizantes nem diesel e gasolina. Não precisa depender da importação de microprocessadores, satélites, aeronaves e plataformas.
Nosso país tem potenciais que devem ser impulsionados nas indústrias de software, defesa, telecomunicações e outros setores de novas tecnologias.
Nosso país tem vantagens competitivas que devem ser ativadas, especialmente nos complexos econômico-industriais da saúde, do agronegócio e do petróleo e gás.
Vamos iniciar a transição digital e trazer a indústria brasileira para o século XXI, com uma política industrial que apoia a inovação, estimula a cooperação público-privada, fortalece a ciência e a tecnologia e garante acesso a financiamentos com custos adequados. Os segmentos das micro, pequenas e médias empresas, bem como das startups, receberão atenção especial. O futuro pertence a quem implantar a sociedade do conhecimento.”
Para o Brasil se reindustrializar e aplicar o que está colocado no Ponto 10 é preciso romper com as correntes impostas pelo imperialismo norte-americano sobre o Brasil.
Pensar que o Lula/ Alckmin irão enfrentar o imperialismo passou dos limites da bobagem.
“13| DEMOCRACIA E LIBERDADE
O Brasil passa por um momento histórico em que os direitos, as instituições e as liberdades democráticas estão fortemente ameaçadas.”
O fechamento do regime é evidente.
Como derrotá-lo aliado de direitistas recalcitrantes e com um vice como Geraldo Alckmin?
A saída para o povo brasileiro não está no protofascista Jair Bolsonaro e seus amigos.
Também não está em votar, nestas eleições de cartas marcadas, em Lula e seus amigos da direita, que fazem parte desse circo para nos massacrar.
Voto Nulo neste circo eleitoral!
Lutar contra os brutais ataques que já aparecem no horizonte!
2 comentarios en «Finalmente, o programa de governo (fake) de Lula/ Alckmin»