O movimento operário no Brasil – PARTE 3

O movimento operário no Brasil – PARTE 3

Nem a guerra civil conseguiu parar a possibilidade de que houvesse uma revolução nos anos 30. Getulio Vargas só conseguiu escapar do perigo adotando uma certa estratégia
A situação no Brasil entre 1930 e 1937

De 1930 a 1937  a situação no Brasil foi extremamente instável, fazendo parecer que o período da República Velha de 1922 a 1928 tinha sido estável.

Nesse período aconteceu a formação do Integralismo, o Levante de 1935, a Guerra Civil de São Paulo de 1932, que começou com o Exército atirando nos estudantes da Universidade de São Paulo na rua.

A instabilidade do País era extraordinária.

A Revolução de 1930 foi muito mais que a tomada do poder e a substituição de um governo por outro grupo.

A  tomada do poder e a destruição do regime abriu um período revolucionário, porque o período revolucionário só se fecha quando o regime é reconstituído sobre novas bases, o que somente aconteceu em 1937.

O Brasil ficou, portanto, durante sete anos, em um período de intensa movimentação revolucionária.

Em 1932, as greves operárias se espalharam por todo o País.

A guerra civil conteve essas greves até 1934, e por isso representou a tentativa de conter o levante geral da classe operária pela burguesia de São Paulo, que é o grande problema colocado em todo esse período.

As greves foram retomadas depois de 1934.

A política “BiFronte” de Vargas

A política “BiFronte” do governo Vargas significou que por um lado Getúlio Vargas cedia à pressão operária na forma da concessão de alguns direitos sociais.

O governo decretou a jornada de trabalho de oito horas diárias no comércio e na indústria; proibiu o trabalho noturno das mulheres; regulamentou o trabalho de menores e o direito de férias de algumas categorias; criou o salário mínimo e os primeiros institutos de aposentadorias.

Por outro lado, o governo Vargas reprimiu os operários e controlou as organizações operárias; criou a “Lei de Sindicalização” a qual exigia a participação de agentes do governo nas assembleias operárias; proibiu que os operários desenvolvesse atividades políticas; vetou a filiação a organizações internacionais e proibiu a criação de centrais sindicais.

Os sindicatos que não cumprissem as determinações poderiam ter suas diretorias destituídas e substituídas por interventores. Ou seja, de “Pai do Povo” Getúlio Vargas não teve quase nada. Se por um lado ele cedendo a pressão dos operários ele aprovou algumas leis sociais, por outro, ele destruiu toda a organização dos mesmos com a violenta “Ditadura Varguista”.

Continua parte 4: O início e consolidação da organização do movimento operário brasileiro

Parte 2: A liquidação do PCB como partido revolucionário

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1 comentario en «O movimento operário no Brasil – PARTE 3»

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