O movimento operário no Brasil – PARTE 4

O movimento operário no Brasil – PARTE 4

Por mais que a burguesia tente acabar com a palavra revolução, ou substituir a luta de classe por assistencialismo, a história nos demonstra que as necessidades que o próprio sistema capitalista nos impõe vão fazer sim ou sim os trabalhadores se revolucionem como já aconteceu diversas vezes no Brasil.
O início e consolidação da organização do movimento operário brasileiro

O movimento operário brasileiro começou a organizar-se a partir da segunda metade do século XIX.

Os primeiros movimentos operários se deram na forma de Associações de Socorro Mútuo com fins assistenciais em casos de doenças, acidentes e velhice, etc.

Algumas dessas associações ultrapassaram o assistencialismo; foi o caso da Imperial Associação Tipográfica Fluminense que, em 1858 dirigiu a primeira greve dos tipógrafos no país, por aumento de salários.

Já naquela época, os trabalhadores perceberam que com o avanço da exploração por parte do patronato, não era possível enfrentá-los sem uma mínima organização.

Foi em 1906 que aconteceu o I Congresso Operário Brasileiro. Nesse congresso, duas tendências se defrontaram, os “anarco sindicalistas”, que tiveram a maior representação e os “socialistas reformistas”. Depois desse congresso, os operários fundaram em 1908, a COB (Confederação Operária Brasileira).

As duras condições de vida e trabalho que lhes era imposta, exigia um combate à altura. Porém as lutas, mas intensas ocorreram entre os anos de 1900 e 1920, quando houve um grande número de lutas e greves.

Nos anos de 1917 a 1920 os anarco sindicalistas estiveram na direção de uma grande onda grevista, mas como os anarco sindicalistas negavam a luta política e o partido revolucionário, as vitórias alcançadas não ficaram à altura da luta e as conquistas não conseguiram ser mantidas.

Porém o proletariado brasileiro atento à Revolução Russa de 1917 compreendeu a necessidade da organização dos operários em partido político para disputar como classe o poder público. Assim nasceu em 1922 o PCB (Partido Comunista do Brasil).

As lutas operárias na década de 1920

A partir dos trabalhadores agrupados no Partido Comunista, o primeiro embate foi com a política anarquista.

Os comunistas queriam transformar os sindicatos em organizações unitárias de massa. Os anarquistas brasileiros da época visavam que os trabalhadores sindicalizados contribuíssem para um fundo “tipo poupança” para usá-lo no futuro para ações mais ousadas.

Em 1923, os comunistas estiveram à frente da greve dos gráficos de São Paulo que durou mais de um mês.

Em 1925, os comunistas apresentaram a proposta de sindicatos por indústria e ramo de produção. Ou seja, “todos os trabalhadores de uma empresa devem ser membros de um único sindicato”.

Em 1927, os comunistas fundaram a federação sindical do Rio de Janeiro e no mesmo ano aprovaram a proposta de criação da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores).

Em 1928, os comunistas formaram o bloco Operário Camponês (BOC).

A CGT foi fundada em plena crise de 1929 que elegeu como primeiro secretário o operário comunista e vereador a Minervino de Oliveira.

Já no início do ano de 1930, os operários movimentaram-se para exigir o cumprimento das promessas do programa da “Aliança Liberal” o que levou ao aumento das greves.

A Aliança Liberal foi uma aliança política formada em 1929 unindo grande parte dos opositores à candidatura de Júlio Prestes à Presidência da República; tinha o objetivo de destruir o esquema de sucessão presidencial dominado por São Paulo e Minas Gerais. A conhecida política do «Café com Leite».

O “Estado Novo” contra os trabalhadores

No Estado Novo, a ditadura varguista atacou com ainda mais força os trabalhadores.

Os sindicatos foram colocados de vez  nas mãos dos interventores.

O movimento operário foi reprimido com métodos policiais de maneira impiedosa.

De 1938 a 1942, a luta dos operários comunistas ficou muito debilitada.

De 1942 a 1943, com o Brasil na guerra contra o nazifascismo, os operários comunistas do PCB se reorganizaram.

Em 1944, o movimento operário começou a se recompor; gradualmente as direções pelegas varguistas nos sindicatos vão sendo substituídas por líderes combativos da classe operária.

As greves ressurgiram com intensidade e com a adesão de grande número de operários por todo o país.

Continua parte 5: O movimento operário após a Segunda Guerra Mundial

Parte 3: A situação no Brasil entre 1930 e 1937

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