Perseguição a Bolsonaro e seu séquito de golpistas: verdades e mentiras

Perseguição a Bolsonaro e seu séquito de golpistas: verdades e mentiras

Resta explicar o óbvio. Por quê quem desistiu de dar um golpe em julho de 2022 teria se aventurado em dar um golpe em 8 de janeiro de 2023?

Desde a véspera do Carnaval, a Polícia Federal, a mando do STF [Supremo Tribunal Federal], especificamente a PGR [Procuradoria Geral da República] e sob uma forte campanha realizada a partir da grande imprensa golpista, tem realizado uma série de prisões e ações contra o primeiro time do Bolsonarismo.

Essas ações incluíram algumas prisões de membros da segunda divisão do governo Bolsonaro, a retenção do passaporte de Jair Bolsonaro e a prisão do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, que é o partido de Bolsonaro, embora tenha sido liberado um dia depois.

A chamada Operação Tempus Veritatis incluiu 33 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares com a proibição dos investigados manterem contato entre si e de se ausentar do país e a sua suspensão de cargos públicos.

Os quatro presos foram Felipe Martins, ex -assessor especial de Jair Bolsonaro; Marcelo Câmara, também ex -assessor especial de Bolsonaro e coronel do Exército; e outros dois militares das forças especiais.

Dentre os alvos da Polícia Federal, que atuou a mando do ministro do STF Alexandre de Morais, estiveram quatro ex ministros do governo Bolsonaro: Walter Braga Neto, o general que foi ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice de Bolsonaro na chapa de 2022; Augusto Heleno, o general retirado e ex ministro do GSI [Gabinete de Segurança Institucional]; Paulo Sérgio Nogueira, o general que foi comandante do Exército e ministro da Defesa; e Anderson Torres, o ex ministro da Justiça.

As acusações e o Plano Condor 2.0As acusações contra os Bolsonaristas é que em julho de 2022, ainda antes das eleições, teriam tentado dar um golpe de estado, do qual teriam voltado atrás porque o Alto Comando das Forças Armadas teria se recusado a participar.

A isso adiciona-se a decisão do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] que suspendeu os direitos políticos de Jair Bolsonaro até 2030 por ter questionado as urnas eletrônicas.

Essa operação da Polícia Federal se entrelaça com a anterior, lançada duas semanas antes, que envolve o uso pela Abin [Agência Brasileira de Inteligência], a mando do então presidente Jair Bolsonaro, de software de monitoração israelense, envolvendo Alexandre Ramagem [PL-RJ], ex diretor da Abin e pré candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, e a Carlos Bolsonaro [Republicanos].

Resta explicar o óbvio. Por quê quem desistiu de dar um golpe em julho de 2022 teria se aventurado em dar um golpe em 8 de janeiro de 2023?

Sem o apoio do Exército e sem o apoio dos Estados Unidos que foram os artífices da vitória de Lula-Alckmin, com inúmeras viagens de altos figurões ao Brasil em 2022, várias declarações públicas de que Bolsonaro devia reconhecer os resultados e uma forte campanha da imprensa oficial golpista, não só brasileira, mas também mundial.

Por detrás de cada movimento nessas investigações aparece o “delicioso cheiro matinal do napalm” do golpismo generalizado imposto pelo dono do Brasil e da América Latina, os Estados Unidos, como parte do Plano Condor 2.0, que tem como objetivo nos massacrar para eles avançarem na política guerrerista com a saída para a sua maior crise histórica.

A campanha da imprensa golpista contra o “gabinete do ódio”

A campanha dos mesmos golpistas de sempre, que incluem o golpe parlamentar de 2016, o golpe para impor o Bolsonarismo em 2018 e o golpe para impor Lula-Alckmin com uma base Bolsonarista semi convertida em 2022, é até hilária.A campanha dos PIG [o Partido da Imprensa Golpista, no termo acunhado por Paulo Henrique Amorim] incluiu matérias como:

Palavrões, plano de golpe e ministros enquadrados: veja 10 trechos do vídeo da reunião de Bolsonaro onde foram publicados 10 vídeos com trechos da reunião do gabinete ministerial de Bolsonaro onde discutiu-se a esperada manipulação dos resultados das eleições de 2022 e o que fazer.

As 6 ameaças golpistas que Bolsonaro e aliados fizeram na reunião ministerial – e cumpriram onde o crime seria desacreditar as urnas eletrônicas e a intenção de “ser mais contundente” antes das eleições.

Ministro da Defesa foi ao Congresso minar TSE após reunião com Bolsonaro no Planalto; veja vídeo onde o crime do ex ministro Paulo Sérgio Nogueira teria sido questionar a integridade do sistema eleitoral e propor um sistema paralelo no Congresso, buscando o apoio das Forças Armadas para questionar o TSE a partir de uma análise técnica.

A Rede Globo foi um dos eixos da campanha contra os “golpistas Bolsonaristas” que ela mesma se encarregou de fortalecer nas ruas e levar ao governo: ‘

Linhas inimigas’ a portas fechadas, ‘espírito colaborativo’ na Câmara: General mudou o tom um dia após reunião golpista

Investigações da PF revelam quatro documentos de teor golpista com Bolsonaro e seu entorno, veja quais

Os possíveis sentidos da campanha em contra dos “golpistas Bolsonaristas”.

As várias campanhas em contra dos “golpistas Bolsonaristas”, promovidas pelos mesmos golpistas de sempre, chamam a atenção não somente por este fato, mas também porque se enquadram no aperto da região pelo imperialismo e no marco das eleições municipais deste ano.

Todos os abusos que aplicam contra os Bolsonaristas hoje, aplicaram contra o governo Dilma em 2016, Lula em 2018. E o mais importante, o verdadeiro objetivo é aplicá-lo com ainda mais violência contra os trabalhadores e o povo como já acontece no Peru, Equador, Chile e Colômbia e avança a todo vapor sobre a região.

No Peru, por exemplo, a Dicote [Divisão Contraterrorismo] pode mandar qualquer pessoa à cadeia se suspeitar que ela está pensando em cometer um crime, sem prova do crime, fazendo parecer ridículo até o filme de ficção Minority Report, protagonizado por Tom Cruise.

Os Estados Unidos, sob o governo Biden, enquanto estão sofrendo duras derrotas na Ucrânia e no Oriente Médio, precisam manter o complexo industrial funcionando a todo vapor porque é isso o que mantém a economia funcionando.

A América Latina não passa da sua retaguarda estratégica e daí a necessidade de mantê-la pacificada a qualquer custo.

As eleições municipais deste ano no Brasil são importantes porque o resultado irá marcar a pauta das eleições nacionais de 2026.

Os fascistas nas ruas cumpriram um importante papel para controlar a situação desde 2013.

Mas é uma carta perigosa que a burguesia foi obrigada a jogar para controlar as grandes manifestações de junho de 2013.

Usá-las indiscriminadamente, principalmente agora quando o governo da frente amplíssima está fazendo o que o governo Bolsonaro não conseguiu fazer, pode levar à aparição de grupos anti-imperialistas e anti-fascistas, que num ascenso de massas podem ter o potencial de desestabilizar o regime.

O fascismo nas ruas, que foi transformado em Bolsonarismo por um período, foi tirado de cena para fortalecê-lo e fazê-lo voltar no futuro se necessário contra os trabalhadores e as massas.

O Brasil avança a passos largos a converter-se numa nova Argentina. As classes dominantes apertam, mas o aprofundamento da crise acelera como nunca antes, rumo ao maior levante de massas da história.

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