PCO: Delírios e Realidades Paralelas ou Capitulação Política?

PCO: Delírios e Realidades Paralelas ou Capitulação Política?

Outra magnífica matéria de Jornal Aurora Popular. Temas como Soberania do Brasil, viagem de Lula aos EUA e O PCO sendo obrigado a defender o batom na cueca, serão explendidamente analisados.

Matéria de Jornal Aurora Popular

Poderíamos começar essa história com a famosa frase de início “Era uma vez…”, já que mais uma vez trataremos de mais uma aventura teorética disseminada no último dia 11.02.23 pelo PCO/DCO.

O título da matéria do jornal DCO — Lula diz que Brasil é soberano sobre a Amazônia — estampa claramente a intenção dos autores — vender Lula como um novo modelo de nacionalista.

Facilmente uma matéria como essa, após ser lida na íntegra, poderia ser classificada como “Fake News” (famosa nomenclatura usada pela burguesia para cercear tudo aquilo que ela não concorda). No entanto, mais do que uma possibilidade de Fake News estamos diante da criação de uma realidade paralela desenhada pelo PCO.

No artigo o Partido diz logo de início — “O presidente Lula se encontrou com Joe Biden, nessa sexta-feira, dia 10, em viagem oficial aos Estados Unidos, e defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia”. Isso seria fantástico se fosse verdade, mas não é.

Segundo os documentos da Casa Branca e da Embaixada e Consulado Estadunidense no Brasil — Eles (Lula e Biden) decidiram instruir o CCWG (Grupo de Trabalho Estados Unidos-Brasil sobre Mudanças Climáticas) a se reunir o mais cedo possível para discutir áreas de cooperação, como combate ao desmatamento e degradação, melhoria da bioeconomia, reforço da implantação de energia limpa, fortalecimento de ações de adaptação e promoção de práticas agrícolas de baixo carbono.

Como parte desses esforços, os Estados Unidos anunciaram sua intenção de trabalhar com o Congresso para fornecer fundos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo o apoio inicial ao Fundo Amazônia, e para alavancar investimentos nessa região crítica em termos estratégicos, principalmente considerando o contexto atual da guerra do imperialismo norte-americano contra a China e a Rússia.

Para um partido que se diz revolucionário, não passa na cabeça que no modo de produção capitalista o dinheiro só anda por lugares onde consegue se reproduzir?

Fundo Amazônia foi o principal tema desenvolvido no encontro, pois envolve a atuação direta dos Estados Unidos no bioma amazônico.

Contudo, para driblar de ter que explicar o aprofundamento da ingerência imperialista sobre o Brasil, o PCO/DCO coloca defende o indefensável — “No entanto, há diferenças fundamentais no posicionamento de Lula para com a Amazônia em relação a outros setores da esquerda brasileira e da direita pró-imperialista.

O presidente brasileiro anunciou, na coletiva de imprensa, que, mesmo com a participação dos Estados Unidos no Fundo, o território era brasileiro. O Brasil não quer transformar a Amazônia em um santuário da Humanidade, nem quer abrir mão de que a Amazônia é um território do qual o Brasil é soberano.”

Santa inocência do CEO Rui e dos seus pupilos da Direção do PCO, para não dizer “santa sacanagem”. O importante não é o que a retórica diz, mas o que de fato é.

O imperialismo não entra para perder ou ajudar, ele entra para ganhar.

Qual a intenção outra do imperialismo sobre a Amazônia senão a riqueza mineral e aquífera que este bioma detém?

O Brasil não é e nunca foi soberano em seu território, somos um país considerado pátio quintal traseiro dos Estados Unidos e a serviço dos seus interesses. Será que o “trotskista” Rui perdeu totalmente a noção da tese formulada por Trotsky do “desenvolvimento desigual e combinado”? Santa sacanagem!!!

Para não passar batido, a trupe do PCO faz uma pequena crítica-rascunho sobre o aceite de Lula à participação dos EUA no Fundo — “Ou seja, apesar da política errônea de aceitar a existência de um fundo internacional de doação para a Amazônia, Lula defendeu que esse fundo não possa ir além da mera ajuda econômica”.

Lula não defendeu nada. Lula, como diz Ciro, é encantador de serpentes.

Parece que o PCO/Rui está fluindo ao $om da flauta de Lula. Não se esqueçam do ditado — quem paga a banda, escolhe a música.

A conta do PT sobre o PCO agora veio com tudo. O preço de salvar a família Pimenta das garras da Operação Lava Jato está sendo cobrado. O PCO está sendo obrigado a defender o batom na cueca.

O imperialismo tem as Forças Armadas brasileiras sob seu controle, assim como sobre todos os serviços de inteligência e as polícias, principalmente sobre a Federal.

Lula sentou diante de seu algoz do povo brasileiro e nem ao menos expressou um vocábulo sobre toda a ingerência que o imperialismo realizou no Brasil, principalmente de 2010 a 2022.

A Amazônia foi um dos assuntos; o outro foi a guerra Ucrânia/OTAN contra a Rússia.

Em nenhum momento os documentos oficiais do Pentágono colocaram que Lula mostrou desconforto com o infinito fornecimento de armas que a OTAN (Organização do Atlântico Norte) vem entregando à Ucrânia.

Será que Lulinha paz e amor não entende que a real e clara intenção do imperialismo com o fornecimento contínuo de armas é o prolongamento da guerra, e o desejo do Pentágono era que o Brasil saísse da posição de neutralidade para condenar a Rússia pelos ataques?

O documento do Pentágono colocou qual foi a verdadeira posição de Lula — “Eles (Lula e Biden) lamentaram a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e a anexação de partes de seu território como violações flagrantes do direito internacional e pediram uma paz justa e duradoura”.

Que paz justa e duradoura é essa?

Lula nem ao menos colocou as sanções impostas pelo imperialismo ao mundo sobre a mesa. Essas sanções, que tinham por objetivo destruir a Rússia e controlar ainda mais a União Europeia, estão fazendo com que a Europa retroceda décadas no seu desenvolvimento e que fique muito mais amarrada pelas garras dos norte-americanos.

Ao contrário, num claro aceno, Lula demonstrou condenar a Rússia pelos ataques e a fortalecer ainda mais a OTAN contra os russos.

Mesmo diante desse flagrante, o PCO/DCO coloca em seu artigo — “É natural que, nos Estados Unidos, Lula adotasse uma política moderada em relação à guerra, apesar de se tratar de um equívoco. No entanto, isso é acessório, visto que o essencial é a defesa que o presidente fez da Rússia”.

Que defesa é essa que o PCO diz existir? Onde está?

Será que o Sr. Rui Pimenta não leu no dia 31.01.23 nos principais jornais do país circular a seguinte frase de Lula sobre a guerra — “Até aquele momento, para quem não vive na região, eu não entendia muito bem porque aquela guerra estava existindo. Hoje, tenho mais clareza da razão da guerra. Acho que a Rússia cometeu o erro clássico de invadir o território do outro país. A Rússia está errada.”

Condenar a Rússia é um claro aceno de subordinação às potências belicistas hegemônicas porque deixa de lado que a Rússia foi obrigada a invadir a Ucrânia, já que caso não o fizesse teria os mísseis nucleares a menos de 8 minutos de Moscou.

O imperialismo norte-americano precisava de uma guerra importante para desviar o estouro capitalista que estava para acontecer uma vez mais no início de 2022. A guerra serviu como a pandemia em 2020 havia o servido.

Num flagrante senso de humor (para não dizer traição) o PCO cria mais uma parte de sua realidade política paralela virtual e diz — “O discurso de Lula na CNN foi um duro golpe na propaganda norte-americana sobre a guerra”. Duro golpe é o que os discípulos de Rui C. Pimenta estão enfrentando para justificar as tamanhas discrepâncias teóricas do PCO.

Além de ter denunciado a hipocrisia do imperialismo nos ataques à Rússia (qual? Rs), […] tratou Zelensky como tão culpado pela guerra quanto Putin — como quando disse que era tão preciso mostrar para o presidente russo que não se podia violar a integridade territorial da Ucrânia (esse não é o mesmo discurso dos EUA?), quanto era preciso ensinar a Ucrânia a conversar mais”.

O que Lula falou sobre o envio de armas e munições e das sanções impostas ao mundo?

Nada!

Além de nada dizer, Lula compara a guerra na Ucrânia à guerra no Vietnã, colocando a Rússia de modo implícito como uma potência hegemônica belicista que invadiu um território que não era seu para impor seus desejos ensandecidos mais perversos. Pois foi isso que os EUA fez no Vietnã.

Temos que estar atentos aos detalhes e às analogias.

O discurso de Lula é alimentado diretamente por Janja, que, no que lhe concerne, é alimentada pelo Pentágono.

Outro assunto que pesou no encontro foi a reforma significativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Até agora poucos conseguiram entender a profundidade dessa intenção.

Como sabemos, o Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 países, dez não-permanentes, eleitos para ocupar a cadeira por dois anos, e outros cinco (Estados Unidos, França, Inglaterra, Rússia e China) permanentes.

Todos têm direito a voto, mas somente os cinco países permanentes têm direito a veto. É sobre isso que repousa a proposta de Lula revelada na COP-27, em novembro de 2022 — “O mundo de hoje não é o mesmo de 1945.

É preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto, hoje restrito para alguns poucos, para a efetiva promoção do equilíbrio e da paz, disse Lula”.

Ao acabar com o direito do veto, as ações seguiram o entendimento da maioria que comporia no momento do debate as cadeiras do Conselho de Segurança da ONU.

Aos desavisados isso soa como algo progresso, ou seja, aparentemente a proposta se apresenta como algo mais plural e democrático.

Todavia, a retirada do direito ao veto fortaleceria o imperialismo que forçaria os países subdesenvolvidos a seguirem suas propostas e imposições da mesma forma como faz com Lula no atual mandato presidencial.

Esse entendimento parece “escapar” do PCO/Rui Pimenta quando afirma — “sobre a ONU, [Lula] defende a ampliação de seu Conselho de Segurança, o que, por mais que seja uma medida moderada, certamente não agrada aos norte-americanos;”.

O PCO atua como uma verdadeira quinta-coluna do imperialismo ao ter se convertido num apologista da política do governo pró-imperialista de Lula/ Alckmin (mais Alckmin do que Lula). O serviço é importante para o governo porque é feito a partir de um partido de “extrema-esquerda”.

Finalizando a matéria, o DCO/PCO diz — “Enquanto a política do imperialismo segue uma linha, a política de Lula segue outra — e suas declarações nos Estados Unidos deixaram isso mais do que claro.

Pode ser que, em determinados aspectos, siga-a de maneira não consequente, de maneira relativamente conciliadora, como é característica do nacionalismo burguês; mas, indubitavelmente, é a política oposta do imperialismo. E isso é o essencial. Quem não entendeu isso precisa voltar para o bê-á-bá da análise política”.

A contradição desse parágrafo não passa despercebida nem para uma criança em fase de letramento. Ou a política é oposta ao imperialismo, ou ela é conciliadora, as duas coisas, em simultâneo, não é possível.

Uma coisa é fato — Enquanto Lula encaminha-se para estar muito mais à direita de Bolsonaro em termos de política externa, o PCO torna-se cada vez mais um partido reacionário a serviço do governo LulAlckmin, sendo extremamente obediente aos mandos e desmandos da ingerência imperialista.

Terminamos o artigo com as próprias palavras do artigo do DCO — Quem não entendeu isso precisa voltar para o bê-á-bá da análise política.

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3 comentarios en «PCO: Delírios e Realidades Paralelas ou Capitulação Política?»

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