A LBI e a frente de esquerda revolucionária

A LBI e a frente de esquerda revolucionária

A LBI retorna após três anos em meio com acusações policialescas. Questões sobre sua motivação, métodos e falta de posicionamento relevante são levantadas. Desafiamos a LBI a um Debate Público, visando esclarecer os fatos e a urgência da ação revolucionária

Por Alejandro Acosta

A LBI voltou à cena! Parece que os amigos aloprados resolveram sair da toca depois de três anos, justo após a nossa live de lançamento da Frente Por uma Oposição Revolucionária Ao Governo Lula/Alckmin. Que coincidência, não é mesmo? 

Agora, antes de mergulharmos nas acusações hilárias (e um tanto ridículas), tenho que admitir que fiquei curioso: por que diabos a LBI, aquele grupinho composto por três pessoas e suas respectivas esposas, decidiu sair da toca com essa matéria engraçadinha, porém totalmente sem noção? 

Lembramos que eles ficaram quietinhos durante três longos anos, enquanto lá atrás no Gazeta Revolucionária descobrimos que eles adoravam umas contas fakes nas redes sociais para fazer a festa e dividir a galera da esquerda. O próprio gerente de banco aposentado, Cândido Álvarez, o chefe da turma, admitiu isso publicamente. E nem precisamos mencionar as outras ações de gosto duvidoso em que eles já se envolveram. Mas enfim, deixemos isso para lá, já que temos que considerar que a LBI foi pega há algum tempo, como aconteceu com a esmagadora maioria dos grupos da esquerda, pelo mesmo vírus da desmoralização que é produto da capitulação à propaganda da burguesia.

Vejamos as origens das “suspeitas” da LBI

A matéria da LBI reflete um pouquinho o estilo do Dr. Lau, só que de um jeito super exagerado e mega calunioso. E convenhamos, se a própria LBI é o exemplo do suspeito que ela está usando, meu amigo, a coisa está feia mesmo!

Como envolveram várias outras organizações, desta vez nós não iremos nem sequer responder ao acúmulo de calúnias e bobagens. 

Afinal, já deixamos claro o nosso posicionamento no passado, não só para os aloprados da LBI, mas também para os inventores originais dessas estorinhas, a família Pimenta,  dona do PCO, que precisava desviar a atenção dos próprios «de$vios» em 2015 (sobre os quais há mais que farta evidência hoje), quando estava se entregando em bandeja à ala direita do PT para se salvar da Operação Lava Jato, por medo justamente da chantagem financeira. Hoje pouco precisa ser explicado sobre o PCO já que a sua política se explica por si só.

A mesma estória furada foi repetida pelos pelego$ corrupto$ da LPS (ex-militantes do PCO) em 2017, após termos militado juntos durante pouco mais de um ano após o racha com o PCO. Eles seguiram exatamente o mesmo caminho do PCO por exatamente os mesmos motivos, claro. E nós rompemos com eles quando tivemos as evidências da corrupção nos sindicatos que eles controlam.

Em 2019 em diante, a estorinha voltou na boca dos burocratas que atuam como se donos fossem dos sindicatos e federações dos Correios, estes sim grandes mestres em fazer campanha$$$ calunio$$as para manter o controle dos seus negócios usando as organizações dos trabalhadores para o balcão de negócios. 

Toda a burocracia sindical petista e filopetista seguiu o mesmo caminho em relação à Operação Lava Jato por esses motivos.

A série Dossiê dos Pelegos (em seis capítulos) é bastante ilustrativa sobre esse ambiente degenerado das direções sindicais e políticas, principalmente numa categoria central dos trabalhadores brasileiros, a dos trabalhadores dos Correios. Recomendamos assistirem. 

A LBI em 1996, em 2017 e em 2023

Nesta nova estorinha da LBI, que acontece num contexto muito providencial para o governo da frente amplíssima, encabeçada pelo PT e quase toda a direita (até boa parte do Bolsonarismo), há um cheiro muito similar ao de 2017, quando a LBI se colocou no papel ultra oportunista de defender os burocratas corruptos da LPS de Minas Gerais, que somente agora, seis anos depois, os chama de lulopetistas (em 2017, os chamava de «camaradas da LPS»).

Os pelegos lulopetistas donos da LPS (que com a pressão da Lava Jato foram violentamente à direita) estavam disputando conosco, na época, a luta que tínhamos organizado com aproximadamente 80 militantes trabalhadores dos Correios, municipários e professores principalmente.

Para quebrá-la, mobilizaram o seu poder financeiro (controlam dois importantes sindicatos em Minas Gerais) e as suas conexões lulopetistas para comprar e ameaçar tudo o que puderam, com todo tipo de artimanhas.

Conhecendo esses métodos, é evidente que esses pelegos “convenceram” a LBI em 2017, a prestá-lhes a mesma ajudinha na qual o Cândido Álvarez tinha se especializado em Volta Redonda em 1996, a mando dos seus amigos norte-americanos, para implodir a oposição metalúrgica dirigida pelo militante histórico dos trabalhadores da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Cerezo Honorato.

A LBI nas duas únicas greves nacionais contra Bolsonaro

Quando aconteceram as duas únicas greves nacionais contra Bolsonaro [vídeo en ESP de O Doleiro, a primeira série web do Brasil, porque a versão em PORT foi censurada nas últimas eleições], nos Correios em 2020 (durou uma semana) e 2021 (durou 36 dias), por conta da política e das ações tomadas por Gazeta Revolucionária, que foram isoladas e quebradas por toda a “esquerda” oportunista, os pelegos sindicais e os partidos políticos, aliados ao governo Bolsonaro, a LBI não disse uma única palavra. Nem um piu. Nada. 

Foi a aplicação da clássica política de contrainsurgência, isolando os setores em luta e atacando muito duramente a vanguarda da luta.

Essa experiência nos custou a vida do nosso principal militante nos Correios, o Índio Velho do Goiás, que morreu em circunstâncias muito suspeitas.

Ao mesmo tempo, aprendemos que no imperialismo (e as suas marionettes domesticadas locais) «não dá para confiar nem um tantinho assim» …

Reforçamos a nossa convicção no sentido de que a unificação dos revolucionários passava por cima dos «ismos» do passado, dado o grau de degeneração generalizada, e na necessidade de reforçar a integração com o movimento de massas em luta.

Agora, do nada, temos o retorno triunfal dos aloprados da LBI, das cinzas, como se fossem uma daquelas histórias mirabolantes de super-heróis.

Se eles estivessem agindo sozinhos nessa palhaçada toda, eu até os ignoraria, depois de ter dado umas belas risadas com a estória de Dr. Lao e que eu teria sido o fundador de sete grupos comunistas que estão ativos.

A versão atual consegue ser mais criativa que a versão anterior que sustentava que eu seria um rico dono de fazendas e o meu pai dono de frigoríficos, ou que eu teria sido membro do PST colombiano, ou mesmo esses malucos pretendem saber mais sobre os meus amigos históricos do que eu mesmo, como por exemplo o militante comunista histórico, o ferroviário José Duarte, ou o preso político (él e toda a sua família, inclusive seus filhos de 4 e 5 anos de idade) da Ditadura Militar, César Teles.

As acusações públicas gravíssimas contra Alejandro Acosta atingem diretamente os demais militantes de Primera Línea Revolucionaria, inclusive os que atuam em outros países, os ex militantes do Gazeta Revolucionária, as demais organizações citadas e indiretamente as organizações e militantes que participam da Frente Revolucionária Contra o Governo Lula/Alckmin que, «por coincidência», foi lançada publicamente dois dias antes desta matéria da LBI.

O uso da «importante» LBI como instrumento do governo Lula/ Alckmin

Deixando de lado a comédia e a demagogia toda, vamos à pergunta que não quer calar: a quem isso tudo beneficia?

Não é a primeira vez que o governo e o PT usam grupelhos e mecanismos que tentam nos silenciar para defender os seus interesses. Hoje eles se veem ameaçados com a perspectiva do desenvolvimento de uma frente revolucionária não canalizada pelas vias institucionais que potencialmente possa crescer e agrupar uma oposição em contra do entreguismo mórbido do Brasil.

Este programa do Brasil 247 https://www.youtube.com/watch?v=GSihlq6s-3s, há quatro meses atrás, liderado por Leonardo Attuch, e que teve como convidado de honra o ilustre dono do PCO, o Sr. Rui Costa Pimenta, supostamente estava direcionado contra o analista baseado em Moscou Andrew Korybko. Na realidade, ele tratou no fundamental de questões nacionais sobre as quais o Korybko não faz nem ideia, e esteve totalmente direcionado contra nós sem nos mencionar, na clássica política de tentar invisibilizar quem luta. 

A preocupação era a nossa campanha contra a política do governo Lula/ Alckmin, operada pelo PT, de usar o PCO para institucionalizar as dissidências pela esquerda, o que quase conseguiram. O que doeu bastante e provocou o programa especial do Attuch foi isto https://plramericalatina.com/index.php/2023/04/11/pco-e-esquerda-institucional-tambem-responsaveis-pela-politica-fiscal-de-paulo-guedes-aprovada-por-lula/.   

A matéria caluniosa e policialesca da LBI pode transformar-se numa campanha, principalmente no momento em que avançamos na construção da Frente Revolucionária Contra o Governo Lula/Alckmin, no contexto da perspectiva de um grande estouro social no Brasil e na América Latina.

A LBI faz tempo que se converteu num grupelho campeão nacional do sectarismo mórbido, entrincheirado em Fortaleza, Ceará. Esses três aloprados não só não representam nada, mas também perderam qualquer perspectiva de luta real; e já faz algum tempo. 

O perigo portanto não são as palhaçadas da LBI, mas a muito provável “mão de Deus”, que voltou a aparecer por detrás da LBI.

O mais lógico de se pensar seria que a LBI deveria estar muito bem municiada com fatos e provas incontestáveis e que não caíram tão profundamente baixo no fundo de poço da política de grupelho de charlatões que faz o jogo do governo Lula/ Alckmin, que é um reconhecido agente do governo Biden. Correto?

O risco que esses malucos suicidas assumiram seria até grave se estivessem lidando com a «esquerda» vendida ou com a direita, porque estariam se expondo a volumosos processos na Justiça burguesa por calúnia e difamação.

Desafio a Debate Público

No nosso caso, temos o interesse de desmascarar esses aloprados não per se, mas como agentes da «mão de Deus». Então, vamos às provas.

Os desafiamos a que as apresentem num Debate Público para esclarecermos tudo o que for possível.

  • O Debate pode ser feito num canal neutro ou no Gazeta Latinoamérica https://www.youtube.com/@GazetaLatinoamerica. LBI escolhe.
  • Cândido Álvarez pode levar os seus dois militantes, Marcos Queiroz e Antônio Sombra, ou quem quiser (até dois convidados), inclusive pode levar os pelegos corruptos da LPS.
  • Alejandro Acosta também tem o direito a levar dois convidados.
  • Nesse debate, Cândido Álvarez poderá fazer até cinco perguntas a Alejandro Acosta (as que bem entender; sobre qualquer assunto). 
  • Em contrapartida, Cândido Álvarez se compromete a responder a cinco perguntas formuladas por Alejandro Acosta, nas mesmas condições. 
  • As perguntas devem ser intercaladas; uma a uma, para cada uma das partes.
  • Ambos os dois se comprometem a responder até cinco perguntas dos internautas e/ou do moderador, que deve ser alguém neutro.

Quero ver se esses aloprados bem humorados, que atuam como marionetes de agentes do imperialismo, têm a coragem de aceitar o debate público ou se seguirão covardemente atuando nas sombras, protegidos pela “mão de Deus”.

Por uma frente revolucionária e internacionalista

Conforme avança a maior crise capitalista mundial de todos os tempos, o “nosso amo” do Norte tem enfrentado crescentes problemas em várias regiões do mundo, principalmente na guerra na Ucrânia, no Oriente Médio, na África e na Ásia, e ainda mais com o aprofundamento imparável da maior crise capitalista de todos os tempos.

Por essa razão, o imperialismo norte-americano tem apertado o cerco em contra da América Latina impondo regimes cada vez mais reacionários.

Após ter apeado os governos semi nacionalistas, impôs governos de direita que acabaram implodidos por enormes revoltas populares em 2019, no Chile, Equador e outros países, e na Colômbia em 2021.

No último período, e com o objetivo de conter a crise generalizada, voltou a impor governos esquerdistas, mas ultra direitizados no Chile, Colômbia e Brasil.

Essa política entrou em crise terminal no Chile, com a muito provável nova derrota do governo Boric, que não passa da continuidade do governo de Sebastián Pinheira, no referendo de dezembro deste ano em que o regime de conjunto, e liderado pela extrema direita de Kast e seus Republicanos, busca impor uma “nova” constituição pinochetista ainda pior que a atual.

A manutenção dessa política reacionária ficou muito clara nas recentes eleições na Guatemala e no Equador, que aconteceram no domingo 20.8.2023. 

No Equador, a mesma “mão de Deus” “assassinou” (o cadáver nunca foi mostrado, numa manobra muito parecida com a facada fake em Bolsonaro em 2018) um candidato da direita, Fernando Villavicencio, e o “crime” lhe foi adjudicado ao Correismo, que, baixo um tsunami de fakes news e a própria capitulação a essa campanha, viu a sua votação despencar, enquanto a direita era catapultada.

No Brasil, o país mais importante da América Latina, o governo da «frente super ampla» encabeçado por Lula/ Alckmin, que absorveu boa parte do bolsonarismo, impõe uma política ainda mais reacionária que o governo Bolsonaro, principalmente nas questões mais importantes para o amo do Norte, começando pela questão econômica, que não deixa de ser elogiada efusivamente pelos PIG (lembram do PHA?) encabeçados pela Rede Globo, pelos especuladores financeiros que a amam de paixão, pelos patrões do governo Biden e até pelo ex-ministro de Bolsonaro, o Chicago Boy Dr. Paulo Guedes.

Nesse contexto, é evidente a urgência em agrupar os verdadeiros revolucionários e lutadores sociais para enfrentar o massacre que ameaça matar os trabalhadores e o povo brasileiro de fome.

O Brasil neste momento sobrevive com a «ajudinha» dos capitais andorinha, os mais recalcitrantemente especulativos, pagando 10% de juros reais (descontando a inflação oficial) por não fazer nada; simplesmente emprestar dinheiro altamente remunerado ao governo por meio dos títulos da dívida pública, para embolsar enormes lucros com todo tipo de garantias, desde os swaps cambiais, reforma tributária, repatriação de lucros sem pagar impostos, remessas legalizadas nas idas e vindas dos paraísos fiscais, abertura de contas em dólares e várias outras facilidades para espoliar o Brasil.

Os seguintes paraísos rentistas, após o campeão do mundo disparado à frente, o Brasil, são a Colômbia (que paga 4% de juros reais), o Chile, o México e o Uruguai.

É evidente que, quando os capitais andorinha emigrarem sob a pressão da crise capitalista mundial, deixarão para trás um rasto de sangue.

Quase ninguém na esquerda (a “esquerda” está totalmente no bolso do imperialismo) tem se atentado à gravidade da situação e à urgência posta para organizar a luta contra o imperialismo e seus agentes no Brasil e na América Latina. A letargia e a acomodação prevalece.

O nosso papel é justamente ajudar a colocar o senso de urgência, levantando questões centrais que são do nosso conhecimento, que devem estar na base da elaboração da política revolucionária para este período.

Chamado à ação revolucionária e ao internacionalismo

O agrupamento dos revolucionários para a ação, para organizar a resistência passou a ter prioridade fundamental. E deve evidentemente ter um caráter profundamente internacionalista, sair dos marcos do nosso próprio feudo, para ter chances de influenciar a luta contra a política do imperialismo que é regional.

A Frente Revolucionária contra o governo Lula/Alckmin está dando os primeiros passos nesse sentido, que obviamente deverá provar que é capaz de consolidá-los no próximo período na luta concreta contra o regime e seus amos.

Quem sabota a luta, com ou sem “mãozinha” de Deus por trás, objetivamente, se converte num agente dos opressores locais e dos seus amos estrangeiros.

Primera Linha Revolucionária tem um Programa público, uma Plataforma pública para a América Latina e o Brasil, e princípios de Ética Revolucionária públicos. Buscamos aplicá-los na prática, fugindo da política generalizada de transformar os documentos em papel engavetado e ficar numa semi paralisia mórbida. 

Como orientou Karl Marx, o papel dos revolucionários não é ficar filosofando e interpretando o mundo de maneira escolástica, mas de mudar o mundo real, o que somente pode acontecer a partir da luta das massas. O nosso papel é levar a orientação revolucionária socialista desde fora para nos fundirmos com elas, como explicou Lenin já em 1902.

Tratamos com muita humildade a relação com todos aqueles que querem efetivamente organizar a luta dos trabalhadores e do povo, deixando de lado não somente o oportunismo de direita, mas também o sectarismo e o “ismos” do passado, em prol da organização das lutas reais dos trabalhadores e do povo com alto espirito internacionalista.

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