Alexandre de Moraes e Fernando Haddad são amigos de quem?

Alexandre de Moraes e Fernando Haddad são amigos de quem?

Adivinha adivinhador. O que tem em comum Alexandre de Moraes e Fernando Haddad?

Dois fatos:

  • Antes do atentado terrorista do Espírito Santo, as principais manchetes da imprensa burguesa estiveram vários dias dando espaço para o papel do juiz do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, em contra do PL (Partido Liberal), o partido de Jair Bolsonaro, e seus aliados. O PL questionou, de maneira bastante morna, o resultado das eleições presidenciais a partir de possíveis falhas nas urnas eletrônicas
  • Mais recentemente, Fernando Haddad (PT/SP) pronunciou um discurso na Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) que, desconsiderando as firulas e demagogia, teve como objetivo garantir o apoio do governo Lula/ Alckmin aos parasitas financeiros brasileiros e particularmente aos estrangeiros que controlam o setor.

Uma primeira visão desses dois fatos seria: “o mundo virou de ponta cabeça!”.

Simplesmente por ter questionado os resultados de uma eleição, considerando que 240 mil urnas eletrônicas tinham o mesmo código identificador, e declarando abertamente que o TSE tomasse as orientações que considerasse melhor, resultou no cancelamento do fundo partidário dos solicitantes (mais de R$ 22 milhões).

Se isso não é a ditadura brutal e obscena do Poder Judiciário, seria o que?

O pior, e ainda mais obsceno, é que essa brutalidade contra as cada vez mais escassas liberdades democráticas no Brasil foi aplaudida por quase toda a “esquerda” oficial e seguidora do governo Lula/ Alckmin.

O objetivo claro do Judiciário foi não somente controlar o bolsonarismo nas ruas, mas normalizar o avanço do fechamento do regime contra a maioria da população. Controlar e não eliminar, porque o bolsonarismo nas ruas poderá ser muito útil aos interesses da burguesia para enfrentar os trabalhadores e o povo nas ruas.

O direito democrático burguês mais básico é que o Judiciário não deve criar leis, mas aplicar as que já existem e que foram aprovadas pelo Poder Legislativo, que pelo menos foi eleito, apesar das manipulações e “fraudes” foi eleito.

Haddad, Lula/ Alckmin e os banqueiros

O discurso de Fernando Haddad na Febraban evidencia o verdadeiro caráter do governo Lula/ Alckmin como um governo FHC 2.0, onde o papel do PT será a contenção do movimento de massas enquanto o papel de continuar entregando o Brasil ao imperialismo, que precisa da paz social para continuar nos massacrando e mantendo os lucros, será por conta dos “tucanos” de FHC.

De acordo com a propaganda da imprensa burguesa, os banqueiros não teriam gostado do início do discurso de Haddad sobre que o governo iria priorizar a reforma tributária já no primeiro ano.

Há nesta questão assuntos delicados para os grandes capitalistas, como a questão do imposto sobre as grandes fortunas, a herança e o crédito subsidiado para as grandes empresas, e que Haddad de maneira “muito conveniente”, simplesmente “esqueceu-se” de comentar.

Mas segundo a propaganda oficial, os banqueiros gostariam de priorizar as questões fiscais, principalmente os gastos do governo.

Nem Lula e muito menos Alckmin, que é um direitista «neoliberal» de carteirinha e provado em quatro governos no Estado de São Paulo, se opõem a reduzir os gastos do governo. Mas não podem, neste momento, assumir o ônus político de acabar com os programas sociais deixados pelo governo Bolsonaro porque implicaria em enfraquecer muito o novo governo. Muito menos podem deixar de contar com o apoio dos parlamentares que exigem manter pelo menos o grosso do «orçamento secreto».

Não há muita mágica. A corrupção generalizada da sociedade capitalista é um fenômeno até natural, pois permite que o punhado de parasitas que controla o mundo possam fazer uso do poder econômico para continuar mantendo os seus privilégios.

Na reunião, além dos banqueiros, esteve Roberto Campos Neto, que foi indicado por Bolsonaro, mas que conta com mandato até 2024, numa mudança que foi aplicada com o objetivo de aumentar a autonomia do Banco Central.

A dica sobre o que os banqueiros acharam de Haddad foi dada de maneira muito clara e contundente por uma das principais porta-vozes do “mercado financeiro” e da Rede Globo, Miriam Leitão:  “recados de Haddad são música para os ouvidos dos banqueiros, mas o mercado financeiro quer mais”.

(https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/post/2022/11/recados-de-haddad-sao-musicas-para-ouvidos-dos-banqueiros-mas-mercado-financeiro-quer-mais.ghtml)

É evidente que o mercado financeiro quer e precisa de mais. Precisa continuar com os recorrentes lucros obscenos enquanto a maioria da população entra cada vez mais na pobreza absoluta.

E para isso gostaria de ver a volta dos figurões tucanos de FHC em todos os organismos de decisão da política econômica.

Esse recado foi dado imediatamente com a queda das Bolsas e a subida do dólar.

Mas foi apenas um recadinho de amigos. Nada com o que os banqueiros não possam conviver.

Sob o ponto de vista dos trabalhadores é evidente que a política do governo Lula/ Alckmin será uma política dual: continuará com a entrega do Brasil e a submissão aos nossos “amos e senhores”, principalmente ao imperialismo norte-americano, mas haverá, em paralelo e para viabilizar essa política anti-Brasil, a contenção “Lulinha paz e amor”, com programas sociais para mortos de fome. Lembrar que o Bolsa Família nos governos Lula, entregando R$ 80 reais por filhos para famílias pobres, tirou 16 milhões de pessoas da pobreza absoluta.

Resta ver até onde esses programas sociais, que já vinham sendo aplicados por Bolsonaro principalmente em 2022 com objetivos eleitorais, conseguirão conter os trabalhadores e o povo, principalmente no contexto da maior crise capitalista mundial de todos os tempos.

A “aposta” dos revolucionários é que essa contenção será parcial e que tem data de validade.

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1 comentario en «Alexandre de Moraes e Fernando Haddad são amigos de quem?»

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