Julian Assange, a extradição aos Estados Unidos e a liberdade de imprensa

Julian Assange, a extradição aos Estados Unidos e a liberdade de imprensa

Os Estados Unidos têm três semanas para fornecer as “garantias”, e depois será realizada uma nova audiência em 20 de Maio. 

Por Mafra

Na audiência que o Supremo Tribunal de Londres concedeu ao jornalista fundador do WikiLeaks, Julian Assange, em relação à sua extradição para os Estados Unidos, o tribunal decidiu que, em três dos nove fundamentos sobre os quais a equipe jurídica de Assange pediu para recorrer, os Estados Unidos devem fornecer “garantias” ao tribunal e, se o tribunal não as considerar satisfatórias, Assange pode apresentar o seu recurso integral. 

Os Estados Unidos têm três semanas para fornecer as “garantias”, e depois será realizada uma nova audiência em 20 de Maio. 

Por trás desses trâmites legais, há um jogo obscuro sendo jogado com a liberdade de imprensa e o combate ao imperialismo.

O caso de Assange tem implicações profundas para a liberdade de imprensa nos Estados Unidos. Sob a acusação da Lei de Espionagem de 1917, Assange se tornou alvo de uma ofensiva sem precedentes, sendo o primeiro editor a enfrentar acusações criminais por publicar informações verdadeiras. 

Esta escalada do governo dos EUA contra o jornalismo é uma afronta direta à própria legislação estadunidense, a Primeira Emenda, e um aviso a todos os jornalistas que buscam expor a verdade e responsabilizar os governos por suas ações esdrúxulas. 

Inúmeros grupos de liberdades civis, organizações de liberdade de imprensa e meios de comunicação condenaram veementemente as novas acusações contra Assange. Ben Wizner, diretor do Projeto de Discurso, Privacidade e Tecnologia da ACLU, destacou que estas são as primeiras acusações criminais no país por publicação de informações verdadeiras, estabelecendo um precedente perigoso para a liberdade de imprensa. 

Joel Simon, diretor executivo do Comitê para Proteção dos Jornalistas, chamou o indiciamento de um ataque à Primeira Emenda e a todos os jornalistas que revelaram informações que os governos prefeririam manter em segredo.

Assange personifica a luta pela liberdade de imprensa e contra o imperialismo. Sua garra em desafiar poderes estabelecidos e expor crimes de guerra e corrupção fez dele um símbolo global da resistência à opressão. 

No entanto, sua perseguição não é isolada. Ela se insere em um padrão de repressão contra jornalistas e denunciantes que revelam as entranhas do sistema imperialista. Outros casos emblemáticos, como o Programa Vault da CIA e Edward Snowden, o ex-analista da CIA e da NSA, hoje exilado na Rússia, ilustram o padrão sistemático de punição daqueles que ousam desafiar a máquina de guerra e vigilância do império.

O Programa Vault revelou a extensão dos abusos e crimes do governo dos EUA, expondo operações clandestinas e violações dos direitos humanos. Snowden, por sua vez, revelou a vasta rede de vigilância global conduzida pela NSA, expondo a erosão das liberdades civis em nome da segurança nacional. 

Assange, Vault, Snowden – todos são peças do mesmo quebra-cabeça, representando a batalha pela transparência, responsabilização e liberdade.

Com este cenário de ataque à liberdade de imprensa e escalada da repressão das forças imperialistas, É hora de unir forças em defesa da liberdade de expressão e contra a criminalização do jornalismo investigativo. 

Exigir o arquivamento imediato das acusações contra Assange e a revogação da Lei de Espionagem, cuja única função é atacar a imprensa alternativa e investigativa. Mais do que isso, devemos fortalecer a resistência de classe contra o imperialismo.

Assange está no centro de uma luta que vai muito além de suas próprias circunstâncias pessoais. Ele é um símbolo da luta contra a opressão e pela verdade, um farol de esperança em um mundo cada vez mais dominado pela mentira e pela injustiça. A sua libertação é uma questão de justiça e dignidade humana.

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