De berço do PT a Bolsonaro cidadão honorário
A Câmara Municipal de São Bernardo do Campo (SBC) outorgou a Jair Bolsonaro, no dia 5 de outubro, o título de cidadão Honorário do município.
A aprovação foi por 17 votos a favor e 2 votos contra, de vereadores petistas.
O mais vergonhoso dessa situação é que SBC é o berço do Partido dos Trabalhadores (PT) e do lulismo.
Foi ali onde começaram as grandes greves metalúrgicas que colocaram a sentença de morte da Ditadura Militar.
Foi ali onde o sindicalismo classista se fortaleceu e colocou em crise terminal o peleguismo ligado aos militares.
SBC tinha sido um reduto petista, assim como todo o ABCD, os municípios mais operários do Brasil.
Como isso aconteceu?
Em política, não há vácuo. O PT durante os governos Lula e Dilma cooptou as lideranças sindicais e as principais lideranças dos movimentos sociais com cargos e dinheiro público, abandonando qualquer coisa parecida com luta.
O resultado foi o maciço e crescente repúdio dos trabalhadores pela base onde o PT não organiza nada sequer parecido com luta há décadas; muito pelo contrário. As manobras e firulas somente tem conduzido a grandes demissões em fábricas importantes.
O vácuo está sendo preenchido pelo bolsonarismo, entendido como um movimento proto-fascista tupiniquim, da mesma maneira que tem acontecido em vários países da Europa.
Qual é o papel do Bolsonarismo no Brasil?
O Bolsonarismo surgiu em 2018 como herdeiro dos proto-fascistas que em 2013 foram colocados nas ruas para conter as enormes manifestações contra o aumento da passagem.
Lembremos que naquela época, especificamente depois da brutal repressão policial que aconteceu no dia 17 de junho de 2013, comandada pelo “nosso democrático” vice do Lula, e então governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, os policiais foram, como por arte de mágica, retirados das ruas, e os fascistas tomaram conta das ruas.
Em 2016, voltaram a ser usados para promover o impeachment contra Dilma nas ruas.
Em 2018, o mesmo movimento proto-fascista foi transformado em bolsonarismo nas ruas para promover a maior fraude eleitoral em 100 anos.
Após a imposição do bolsonarismo, a presença dos proto-fascistas nas ruas ficou controlada e muito reduzida.
A burguesia financia esse tipo de movimentos, mas tem muito medo de gerar muita polarização nas ruas, da qual possam surgir movimentos anti-fascistas revolucionários, como os que começaram a surgir no final de 2013 e começo de 2014.
O imperialismo norte-americano avançou muito rapidamente no aperto da América Latina com o objetivo de mantê-la pacificada e poder ir à guerra, como o principal mecanismo para conter a sua maior crise de todos os tempos.
A “esquerda” brasileira oficial, encabeçada pelo PT, é a principal responsável por ter desmantelado as organizações do movimento operário e dos movimentos sociais.
Mas a crise se aprofunda sem parar. E esse é o combustível não somente para o aumento da reação; também para um grande levante de massas. O nosso papel como revolucionários é justamente contribuir para a organização da luta no cenário do próximo período, onde o antagonismo entre a burguesia mundial e os trabalhadores tende a escalar para um primeiro plano.
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