RJ: Greve de professores se inicia contra o Novo Ensino Médio e o menor salário do Brasil

RJ: Greve de professores se inicia contra o Novo Ensino Médio e o menor salário do Brasil

Greve dos Professore no Rio de Janeiro contra o Novo Ensino Médio e a precarização do trabalho.

Matéria de A Nova Democracia

No dia 17 de maio, a greve da Educação teve início com centenas de professores estaduais realizando uma manifestação na capital do Rio de Janeiro. Os trabalhadores marcharam do Largo do Machado ao Palácio da Guanabara, exigindo o reajuste salarial e exigindo o fim do “Novo Ensino Médio/NEM” (as principais pautas da categoria). No estado, o piso nacional não é cumprido pelo governo reacionário de Cláudio Castro (PL) – que iniciou o ano com promessas à categoria.

Os professores denunciam que seus  salários são o menor do país, e que a proposta do governo diante da greve consiste em apenas igualar o salário dos professores que ganham abaixo do piso, sem reajuste real, e acabando com o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR).

A manifestação ocorreu no dia de início da greve, e bloqueou a rua Pinheiro Machado por cerca de 2 horas. Participam da greve e das mobilizações, também, os funcionários administrativos (merendeiras, porteiros, inspetores de alunos, entre outros), que em sua maioria recebem no estado do RJ um piso menor do que o salário mínimo, cerca de R$ 802.

Marcha massiva em início da greve dos professores no RJ. Foto: Banco de dados AND

Na manifestação massiva, os trabalhadores da educação exigiram também a revogação do NEM. Eles entoaram as palavras de ordem: Só a luta radical que muda a situação: Greve Geral de Ocupação! e Cláudio Castro, seu caloteiro! O pior salário é do Rio de Janeiro!

Estudantes presentes na manifestação também realizaram uma fala em apoio à greve dos professores e defenderam que o único caminho para derrubar o NEM é a greve de ocupação, e convocaram os estudantes a ocuparem suas escolas.

Estavam presentes no ato o Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação (Moclate) e o Comitê de Apoio ao AND, que realizou uma brigada com a edição n° 51.

Governo ataca direito dos trabalhadores da educação

Atualmente, a média do piso no Brasil para a educação em 40 horas está em R$ 4.420,36. No Rio de Janeiro, um professor ganha cerca de R$ 2.125,70 diante da mesma carga horária. A situação é ainda mais grave para quem dá 16 horas de aula na semana. Para esses profissionais o salário é de R$ 1.300,00 na rede estadual. A categoria não conta com aumento real desde 2014. As informações são do Sindicato Estadual dos Professores de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe-RJ).

A quantidade de trabalhadores da educação que recebem abaixo do piso é vergonhosa: 33% dos aposentados e 42% dos profissionais da ativa, segundo dados da própria Secretaria Estadual de Educação (Seeduc). Segundo a proposta do assassino e terrorista Cláudio Castro, quem ganha acima do piso não receberá nenhum reajuste. Além disso, o governo alega não ter, de forma alguma, como pagar o  Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR).

Enquanto nega o mínimo necessário para os professores viverem dignamente, o governador reacionário Cláudio Castro aumentou seu salário em mais de 60%, em dezembro de 2022, ganhando, por mês, R$ 35.462,22.

Alunos e professores universitários se manifestam em apoio à greve

No dia 18/05, os estudantes do Centro de Ensino Barão de Mauá, em Duque de Caxias,  realizaram um protesto na porta da escola para apoiar a greve dos profissionais de educação da rede estadual. Uma nota de apoio à greve da rede estadual também foi divulgada pelos professores e técnicos da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

Greves da Educação continuam por todo o Brasil

Contra o agravamento da crise econômica no país e em defesa dos seus direitos pisoteados, os professores declaram mais greves no país. No Amazonas (AM), professores da capital, Manaus, e de 38 municípios do interior estão em greve. No dia 18/05, mais de 10 municípios tiveram manifestações. Em alguns deles, a paralisação atinge 100% das escolas. 

Já em Brasília (DF), no mesmo dia, em mais uma assembleia massiva que contou com milhares de professores, eles decidiram por continuar a greve diante de uma defasagem salarial de mais de 8 anos sem reajuste. Os professores rechaçam as propostas esfarrapadas do governador reacionário e bolsonarista Ibaneis Rocha e suas tentativas de criminalizar judicialmente a greve.

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