Por detrás da escalada entre Israel e Irã

Por detrás da escalada entre Israel e Irã

O estado de tensão contínua tem implicações não apenas para com a região do Oriente Médio, mas também para o capitalismo mundial. 

Por Mafra

No dia 19 de abril de 2024, Israel voltou a atacar o Irã, em resposta aos drones e mísseis que os iranianos tinham enviado contra Israel, por sua vez em resposta ao ataque sionista contra o Consulado de Irã em Damasco.

As fontes divergem sobre como o ataque pode ter funcionado, enquanto o governo dos Estados Unidos afirma que foram utilizados drones e um míssil foi disparado, o Irã afirma que foi apenas um ataque de drones de pequeno porte. 

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, disse que o ataque Israelita não causou danos ou vítimas.

O principal alvo foram, segundo funcionários norte-americanos, duas bases militares, principalmente um sistema de radar de defesa aérea perto da cidade de Isfahan que protege a usina nuclear de Natanz.

O ataque serviu mais como uma mensagem para o Irã, como uma prova de que o estado fantoche do imperialismo no Oriente Médio ainda tem condições de atacar as províncias iranianas e que o uso de mísseis hipersônicos iranianos também poderiam ter uma resposta sionista, inclusive nuclear, que poderia ser realizado contra as instalações nucleares.

No cenário geopolítico cada vez mais tenso do Oriente Médio, as recentes tensões entre Israel e Irã colocam em pauta não apenas a rivalidade entre Israel e o chamado Eixo da Resistência, mas expõem que a guerra no Oriente Médio agora tem se transformado numa guerra regional, que é parte do aumento das contradições intercapitalistas, que tem na base a maior crise capitalista de todos os tempos, e que caminha rapidamente rumo a uma guerra mundial, que somente poderia ser nuclear.

Israel, reconhecido por possuir um dos exércitos mais poderosos do mundo, viu-se diante de um desafio que questiona essa imagem, por não ter conseguido derrotar as milícias da Resistência e, principalmente, por ter sido atingido pelo ataque realizado pelo Irã. 

Israel planejou uma ação militar mais abrangente contra o Irã, mas teve que recuar devido ao medo da escalada para uma guerra regional e à possibilidade de ser varrido do mapa. Essa incapacidade de atingir seus objetivos estratégicos lança dúvidas sobre a eficácia de suas operações militares e estratégias, como instrumento do imperialismo para controlar os povos árabes, o petróleo e gás do Oriente Médio e algumas das rotas comerciais mais estratégicas do mundo.

A crise entre Israel e Irã revela também um impasse perigoso. 

Enquanto Israel possui capacidade de retaliação com seus caças furtivos F-35 norte-americanos de última geração, o Irã apresenta uma ameaça significativa com seus mísseis hipersônicos, notoriamente difíceis de serem interceptados até mesmo pela tecnologia do imperialismo. 

Essa situação cria um cenário de tensão constante, onde ambas as partes estão cientes do poder destrutivo do outro, mas encontram-se em um ponto de impasse. Por trás do Irã está a Rússia, que também enfrenta o imperialismo na guerra na Ucrânia, e de maneira mais camuflada, a China.

O aprofundamento  da crise capitalista, que representa a continuidade da crise aberta em 2008 e que ainda não se fechou. 

O estado de tensão contínua tem implicações não apenas para com a região do Oriente Médio, mas também para o capitalismo mundial. 

O futuro dessas tensões parece incerto até o momento, mas o que sim é certo é que o imperialismo norte-americano, ainda a maior potência mundial, têm sofrido derrotas muito importantes no Oriente Médio, na Ásia e na África. Por essa razão, tem aumentado e com muita força o aperto do seu quintal traseiro, a América Latina.

Somente os trabalhadores e os povos oprimidos em luta têm condições de tirar a Humanidade da eventual destruição.

COMPARTIR:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Deja un comentario

Plataforma Latino Americana