A transição para manter tudo igual no Brasil

A transição para manter tudo igual no Brasil

A equipe de transição do governo Lula/ Alckmin continua manobrando para instalar o novo governo. Os empecilhos estão sendo superados às custas de manter tudo igual em linhas gerais. O que é a Pec da Transição?

O principal articulador para passar a chamada PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da Transição é Geraldo Alckmin, que foi por quatro vezes governador do Estado de São Paulo onde aplicou uma política de terra arrasada em relação ao funcionalismo público e às privatizações a troco de nada.

O objetivo é evitar a desestabilização do governo por causa das medidas demagógicas do governo Bolsonaro para fortalecer o Bolsonarismo nas últimas eleições.

O custo para manter o Bolsa Família ativo com R$ 600 mensais durante quatro anos mais alguns outros recursos tampa buraco acima do teto fixado é de R$ 180 bilhões que serão somados à dívida pública.

A isso, é necessário adicionar que parte do Orçamento Secreto aprovado pelos congressistas será mantido e que o bolsonarista Artur Lira (PP-AL) conta com o apoio do novo governo para se reeleger como presidente da Câmara dos Deputados.

O Bolsonarismo não somente não foi derrotado, mas controla as duas câmaras no Congresso e venceu nos principais estados da Federação.

O golpe aplicado por Alexandre de Moraes, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o atual partido de Bolsonaro, o PL (Partido Liberal), caçando o fundo partidário, teve como objetivo deixar claro que a “justiça” não deve ser questionada.

Os dois partidos aliados do PL se distanciaram do questionamento das urnas eletrônicas e o próprio PL entrou com um recurso no TSE para reverter a multa dos R$ 23 milhões.

Os juízes do sistema judiciário brasileiro, além de ter salários e benefícios obscenos, não são eleitos por ninguém, e como tal funcionam como uma casta que atua a serviço da ordem e o progresso atuais, a favor dos ricaços.

Os  políticos bolsonaristas estão abandonando o barco

O grosso desses políticos fazem parte do chamado Centrão. Quem paga mais, leva. E o mesmo se aplica para a burocracia estatal que é controlada de muito perto pela burguesia, principalmente pelo imperialismo norte-americano.

O Balcão de Negócios também caminha a todo vapor no Senado. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, colocou em votação a PEC 63/2013 que tem como objetivo recriar para juízes e procuradores o adicional de tempo de serviço a cada cinco anos. O custo é de R$ 5 bilhões por ano.

No Estado de São Paulo, o PL e o PT de Lula se uniram para aprovar o reajuste salarial em cascata, a partir do aumento do salário do novo governador Tarcísio de Freitas (Partido Republicanos), em 50%, para a alta cúpula da burocracia estatal, com um impacto de R$ 1,5 bilhão anual. A inflação oficial acumulada desde 2019, quando houve o último aumento, foi de R$ 24,69%.

Esse aumento escandaloso foi propostos pelos três deputados que formam a Mesa Diretora da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB), Luiz Fernando Ferreira (PT) e Rogério Nogueira (PSDB); e recebeu o recebeu dos líderes dos  Republicanos (Gilmaci Santos), do Partido Liberal (Ricardo Madalena), do PT (Márcia Lia), do MDB (Jorge Caruso), do PP (Delegado Olim) e do PSDB (Analice Fernandes).

Bolsonaro será controlado?

Bolsonaro foi um dos atores do circo eleitoral montado pelo governo Biden, em cumplicidade com a grande burguesia brasileira, contra o povo brasileiro.

Quem melhor expressou o papel de Jair Bolsonaro para o próximo período é novamente a Rede Globo, um dos pilares do golpista no Brasil e apoiadora da candidatura Lula/ Alckmin.

Na matéria publicada no dia 29/11/2022, intitulada “O recado do Supremo a Bolsonaro sobre os atos nas portas dos quartéis”, a colunista Malu Gaspar escreveu:

“Os ministros do Supremo Tribunal Federal enviaram diversos recados nos últimos dias a Jair Bolsonaro e seus aliados mais próximos, todos numa única direção: se quiser contar com a boa vontade da corte depois de deixar o governo, o presidente da República deve parar de insuflar questionamentos sobre o resultado das urnas e atuar para desmobilizar os manifestantes que estão aglomerados nas estradas e nas portas dos quartéis Brasil afora, pedindo intervenção militar.”

As possibilidades de indiciar Jair Bolsonaro ou um dos filhos são inúmeras.

Há as armações de 2018 para impor o Bolsonarismo no Brasil. 

Há os abusos e “estripulias” realizadas durante o seu governo.

Há as novas “estripulias” pré-eleitorais, durante as eleições e após as eleições.

Qualquer caso que fosse levantado, desde os mais inocentes, como o fechamento das estradas e as manifestações em frente aos quartéis, poderia produzir uma sorte parecida com os acontecimentos promovidos pela Operação Lava-Jato.

Agora, se Jair Bolsonaro continuar “bonzinho” cumprindo o seu papel de inimigo do Brasil e controlando os protofascistas nas ruas para serem usados quando forem necessários, em contra dos trabalhadores e do povo brasileiro, tudo pode ser resolvido com muita vista grossa e novas “premiações”.

Essa é a república do Zé Carioca para benefício dos amos do Norte e seus lacaios locais. O imperialismo norte-americano enfrenta a maior crise da sua história. Para superar é preciso ir à guerra e aumentar a espoliação dos povos latino-americanos.

As migalhas do Bolsa Família podem estabilizar a situação social durante um tempo desde que o aprofundamento da crise capitalista mundial não envie novas e mais fortes ondas sobre o Brasil. O que é muito pouco provável.

O que sim é provável é que os trabalhadores e os povos entrem em movimento e que a burguesia os enfrente com mais repressão e o fascismo nas ruas. É esse o verdadeiro cenário onde todos os lutadores sociais e os revolucionários consequentes precisaremos atuar.

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