Cassação de Deltan Dalagnol

Cassação de Deltan Dalagnol

Estão matando a antiga Lava Jato para fortalecer a nova Lava Jato ainda piorada.

No dia 16 de maio, o Deputado Federal (Podemos-PR) Deltan Dallagnol foi cassado por unanimidade pelo STE (Supremo Tribunal Eleitoral), sob a consideração de que Deltan teria pedido exoneração para escapar da punição.

Da mesma maneira que a “Justiça” e o regime político oficial barbarizaram para impor a Operação Lava Jato, liderada pelo ex juiz Sérgio Moro e pelo ex Procurador Federal Deltan Dallagnol, passando por cima de aspectos muito básico do nosso arcabouço jurídico, agora estão fazendo exatamente o mesmo para liquidar aspectos da antiga Lava Jato para impulsionar a nova onda liderada pelo ministro da Justiça, Dr. Flávio Dino e pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

A antiga Operação Lava Jato foi a responsável por impor o bolsonarismo, apoiada pela grande imprensa burguesa liderada pela Rede Globo, as câmaras empresariais e a Embaixada dos Estados Unidos.

Além disso, funcionou como um fator importante para impor governos de direita em vários países latino-americanos e para liquidar com os campeões nacionais na economia brasileira.

Com mecanismos muito similares, os mesmos golpistas responsáveis pelo bolsonarismo e pela prisão de Lula, passaram a apoiar Lula/Alckmin após a oficialização de Alckmin como vice e viabilizaram a sua eleição de maneira muito apertada.

Muito mais que uma simples nova Operação Lava Jato

Com a muito suspeita tentativa de “golpe de estado” do dia 8.1.2023, os bolsonaristas que dominaram o Congresso Nacional e os governos dos principais estados, sob a forte pressão dos golpistas de sempre se tornaram base do governo Lula/Alckmin.

O imperialismo norte-americano impõe em primeiro lugar que o saque do Brasil aumente. Isso é feito em boa medida por meio da aprovação do Arcabouço Fiscal dos sonhos de Paulo Guedes, o repasse de nada menos que R$ 225 bilhões da Petrobras aos especuladores financeiros e o pagamento do estouro das contas públicas que deixou Bolsonaro por aproximadamente R$ 300 bilhões, para eleger os bolsonaristas nas últimas eleições nacionais, e que o governo Lula/Alckmin nem sequer questiona porque é uma imposições dos patrões golpistas numa política vira-lata típica de um governo FHC 3.0.

O ministro da Justiça, o Dr. Flávio Dino, ex presidente do PCdoB e governador do Maranhão, tem no seu currículo ter impulsionado a entrega da Base de Alcântara aos Estados Unidos a troco de nada, ter reinstalado a Operação lava Jato e promover ativamente o fechamento do regime político por meio do Projeto de Lei das Fake News, que representa um brutal ataque em contra do que restam das liberdades na Internet, e pior ainda, tenta reativar vários projetos de lei que tramitam no Congresso há alguns anos e que fortalecem a Lei Anti-terror aprovada por Dilma Rousseff sob pressão dos Estados Unidos.

No mesmo sentido é a atuação do ministro do STF Alexandre de Moraes, que em 2019 abriu um inquérito com base no regimento interno da Suprema Corte, a fim de apurar “notícias falsas e denúncias caluniosas contra a honorabilidade dos ministros”, cuja utilização de tal dispositivo legal é no mínimo questionável e já dura mais de 4 anos. De lá pra cá, uma série de investigações sobre diversos fatos passaram a tramitar nesse inquérito, com adoção de várias e amplas medidas invasivas como, quebra de sigilo bancário e fiscal de empresários suspeitos de financiamento de notícias falsas, prisão de um deputado federal, suspensão de participação de pessoas nas redes sociais, dentre outras, como a atração da competência para si para julgar tudo que se relaciona às “fake news”, incluindo as recentes publicações do Telegram e Google sobre o perigo da aprovação do PL 2630/20.

O jornal Folha de São Paulo também já denunciou a incrível semelhança da atuação jurisdicional do ministro com aquela praticada pelo ex-juiz Sérgio Moro, quando atuava na Operação Lava-Jato, atraindo para si uma ampla competência de julgamentos que, supostamente, se vinculavam a matérias que já estavam sendo julgadas por ele, mas que posteriormente geraram a nulidade de várias sentenças, quando o STF finalmente “se apercebeu” da flagrante incompetência de foro (local/juízo adequado) para tais julgamentos. Incluindo as condenações e a prisão de Lula.

Temos então o aumento do saque do Brasil de mãos dadas com o aperto do regime político-jurídico com o objetivo de dificultar uma nova revolta popular que considerando as dimensões continentais do Brasil poderia botar fogo em toda a América Latina.

O dever dos lutadores sociais e dos revolucionários é denunciar e defender as poucas liberdades que ainda temos. Orientar os trabalhadores e o povo brasileiro a resistir para que a crise seja paga pelos capitalistas e seu grande patrão, o imperialismo norte-americano.

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