Lula vai deportar um suposto espião de volta para Rússia ou extraditá-lo para os EUA para enfrentar acusações

Lula vai deportar um suposto espião de volta para Rússia ou extraditá-lo para os EUA para enfrentar acusações

As relações se basam em confiança. E nisso o governo Lula está garantindo ao governo de Biden mais que o próprio governo de Bolsonaro.

Por Andrew Korybko

Matéria original: https://korybko.substack.com/p/will-lula-deport-a-suspected-spy

Apresentação de Primera Línea Revolucionaria

Mais um ponto de verificação para a nefasta política exterior do governo Lula/Alckmin, encabeçada pelo bolsonarista Mauro Vieira.

A matéria de Andrew Korybko coloca que o governo Biden confia mais em Lula/Alckmin em relação ao viralatismo que no próprio Bolsonaro.

A enxurrada de ataques em contra do povo brasileiro se manifestam em todos os âmbitos da atuação deste governo.

Na política exterior chama muito a atenção porque era supostamente onde Lula iria manter uma certa autonomia.

Na política econômica, em Minas e Energias, na Justiça, no Meio Ambiente, nas Comunicações está sendo dada continuidade ao entreguismo brutal imposto pelo imperialismo norte-americano há décadas, conforme o aprofundamento da maior crise capitalista mundial de todos os tempos tem se agudizado.

Com a palavra Andrew Korybko

Resta saber se Lula cumprirá a exigência dos Estados Unidos, mas é lamentável que Washington tenha esperado um ano inteiro antes de apresentar queixa publicamente contra Cherkasov e não o tenha feito imediatamente durante o mandato de Bolsonaro, o que sugere fortemente que eles sabiam que ele não o extraditaria. De qualquer forma, Lula agora é forçado a um dilema em que pode agradar a Rússia deportando Cherkasov de volta para casa, os Estados Unidos extraditando-o para lá para enfrentar acusações ou ninguém, mantendo-o no Brasil.

Aproxima-se rapidamente um momento de avaliação geopolítica em que o presidente brasileiro Lula será forçado a provar se está mais alinhado com a Rússia ou com os Estados Unidos, o primeiro dos quais é o parceiro do BRICS de seu país, enquanto o segundo é governado por liberais-globalistas com quem ele está em estreito alinhamento ideológico. Os Estados Unidos finalmente apresentaram acusações contra um suposto espião russo acusado de se passar por brasileiro como parte de um complô para se matricular em uma academia de relações exteriores e posteriormente se infiltrar em instituições ocidentais.

O Washington Post publicou recentemente um relatório detalhado sobre Sergey Cherkasov, o homem no centro deste escândalo, que deve ser lido na íntegra por aqueles que ainda não estão cientes de sua situação. Ele foi parado pelas autoridades holandesas no aeroporto em 31 de março de 2022 ao chegar lá para iniciar um estágio de seis meses no Tribunal Penal Internacional, após o qual foi enviado de volta ao Brasil, onde foi posteriormente condenado naquele verão a 15 anos de prisão por fraude documental relacionada com a sua falsa identidade.

Ele havia estudado anteriormente na Johns Hopkins School of Advanced International Studies sob seu nome brasileiro assumido, Victor Muller Ferreira, onde supostamente procurou estabelecer contatos influentes na esfera de formulação de política externa. Cherkasov está sendo acusado de operar como agente estrangeiro, fraude de visto, fraude bancária e outros crimes técnicos. O mais curioso de tudo, no entanto, é o momento em que o Departamento de Justiça o acusou formalmente de tudo isso.

De acordo com o Washington Post, “autoridades na Holanda [antes de sua chegada ao país] receberam um dossiê do FBI com tantos detalhes sobre a identidade de Cherkasov e afiliação ao GRU que concluíram que o FBI e a CIA estavam monitorando secretamente Cherkasov. por meses, senão anos, de acordo com uma autoridade ocidental familiarizada com o assunto”. Isso significa que os Estados Unidos esperaram um ano inteiro antes de apresentar oficialmente suas acusações contra ele, o que é altamente suspeito.

A única razão plausível para esperar tanto, apesar de supostamente já ter todas as evidências de seus supostos crimes disponíveis há anos, foi porque eles provavelmente não estavam confiantes o suficiente de que o ex-presidente Bolsonaro cumpriria seu pedido de extradição. Como discutido longamente aqui nas análises recentes, que também incluem uma lista de peças relacionadas sobre a grande estratégia de Lula alinhada com os Estados Unidos no final, Bolsonaro foi indiscutivelmente muito mais amigável com a Rússia do que Lula é atualmente.

Sendo esse o caso, os Estados Unidos poderiam, com razão, temer que ele pudesse ter deportado Cherkasov para a Rússia, onde Moscou o acusa de ter fugido de acusações relacionadas a drogas há muito tempo. Não é importante dar crédito às reivindicações do Kremlin ou considerá-las uma história de cobertura depois que seu suposto agente infiltrado foi capturado, porque o significado reside no fato de que a Rússia tem um motivo oficial para ele ser enviado de volta ao seu país de origem em vez de extraditado para os Estados Unidos.

Para evitar arruinar a chance de Cherkasov se tornar seu refém político de fato por garantir a libertação do espião americano Paul Whelan em uma possível troca, os Estados Unidos esperaram até que Lula voltasse ao cargo exatamente como esperavam que aconteceria e são creditados por esse esquerdista americano. revista por desempenhar um papel. Lula prometeu sua lealdade política aos Estados Unidos no conflito geoestrategicamente mais significativo desde a Segunda Guerra Mundial, condenando a Rússia em sua declaração conjunta com Biden durante uma visita a Washington DC no início de fevereiro.

Esse recém-reeleito e agora três vezes líder ordenou a seus diplomatas que votassem em apoio a uma resolução anti-russa na Assembleia Geral da ONU, após o que ele ligou para Zelensky para reafirmar seu apoio à “integridade territorial” da Ucrânia e discutir sua o chamado “plano de paz” da contraparte. Sentindo-se confiantes de que Lula pode ser confiado para fazer sua licitação com relação à extradição deste suspeito espião russo, os Estados Unidos finalmente se moveram para revelar suas acusações contra ele após um ano inteiro de espera.

Resta saber se ele atenderá à demanda dos Estados Unidos, mas é lamentável que Washington tenha esperado um ano inteiro antes de apresentar queixa publicamente contra Cherkasov e não o faça imediatamente durante o mandato de Bolsonaro, o que sugere fortemente que eles sabiam que ele iria não o extradite. De qualquer forma, Lula agora é forçado a um dilema em que pode agradar a Rússia deportando Cherkasov de volta para casa, os Estados Unidos extraditando-o para lá para enfrentar acusações ou ninguém, mantendo-o no Brasil.

A última opção mencionada seria um perde-perde para Lula, uma vez que ele irritaria os dois parceiros ao mesmo tempo, por isso é provável que ele escolha um em detrimento do outro, tornando esta uma decisão literalmente de soma zero. Legalmente falando, o pedido de deportação da Rússia deve ter precedência sobre o pedido de extradição dos Estados Unidos, já que Cherkasov é cidadão russo e sua terra natal é parceira do Brasil no BRICS. Dito isso, o histórico de Lula de se alinhar politicamente com os Estados Unidos contra a Rússia é um mau presságio para esse cenário.

Caso ele extradite esse suposto espião para os Estados Unidos, essa decisão fatídica pode correr o risco de piorar as relações russo-brasileiras. Até agora, Moscou manteve a postura politicamente hostil de Lula em relação a ela na guerra por procuração da OTAN contra a Rússia via Ucrânia separada de seus laços como um todo, permanecendo disposta a expandir a cooperação apesar desse desenvolvimento «politicamente inconveniente», mas seus cálculos podem mudar se Lula presentear Cherkasov a seu amigo Biden como o último refém político dos EUA.

Se isso acontecer, deve-se presumir que os agentes de desinformação que estão manipulando ativamente as percepções sobre a grande estratégia de Lula alinhada com os Estados Unidos tentarão transformá-la em “amigável à Rússia”, assim como tentaram distorcer seus movimentos anteriores como tal para iluminar seu público-alvo. Essa operação de guerra de informação só conseguirá enganar alguns membros da base do partido governista e seus apoiadores no ciberespaço, sem chance de manipular os diplomatas do BRICS.

Todos veriam que Lula fez a escolha voluntária de extraditar um suposto espião russo para os Estados Unidos como seu último refém político, em vez de devolvê-lo à sua terra natal, que oficialmente continua sendo parceira do Brasil no BRICS. Mesmo que ele continue tentando se equilibrar desajeitadamente entre a China e os Estados Unidos, seria óbvio para todos que ele jogou a Rússia debaixo do ônibus como um favor a Biden, cuja observação factual levaria a que ninguém na emergente Ordem Mundial Multipolar jamais confiasse. Ele de novo.

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1 comentario en «Lula vai deportar um suposto espião de volta para Rússia ou extraditá-lo para os EUA para enfrentar acusações»

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