O encontro entre o principal assessor de política externa de Lula e o presidente Putin foi muito importante

O encontro entre o principal assessor de política externa de Lula e o presidente Putin foi muito importante

A reunião entre Celso Amorim e Putin representou mais uma tentativa de "criolo doido" para continuar sendo um viralata dos USA, mas não romper com Rússia da qual o Brasil depende para fornecer fertilizantes ao depredador "agronegócio"

Por Andrew Korybko

http://zububrothers.com/2023/04/05/the-meeting-between-lulas-chief-foreign-policy-advisor-president-putin-was-very-important/

Apresentação de Primera Línea Revolucionaria

O governo Lula/Alckmin entrou numa sinuca de bico tão profunda que se posiciona como o governo mais reacionário e pró-imperialista em décadas.

Os sucessivas e recorrentes “deslizes” na política exterior, que Andrew Korybko tem descrito em detalhes, agora se transformaram numa grande política contra o povo brasileiro. A mais reacionária e anti-Brasil em muitas décadas.

E não estamos falando nos ataques contra a Rússia e o BRICS, que já é muito grave.

Nem a política do Ministério do Meio Ambiente convidando a «raposa» John Kerry para nos ajudar a salvar a Amazônia.

Nem a política do Ministério da Justiça reativando a Operação Lava Jato e endossando uma avalanche de leis muito reacionárias que tramitam no Congresso.

Nem a política do Ministério de Minas e Energia que validou que a Eletrobras continuará sendo privada apesar das promessas eleitorais demagógicas de Lula.

Nem a entrega de R$ 200 bilhões da Petrobras aos especuladores financeiros.

Tudo isso, que reforçamos é gravíssimo, é café pequeno comparado com a completa capitulação à política econômica de FHC/ Paulo Guedes, que representa o maior ataque ao povo brasileiro em pelo menos 100 anos, com a consolidação escancarada do rentismo.

Com a palavra Andrew Korybko

A fim de eliminar qualquer dúvida de que Lula está deliberadamente se alinhando com os Estados Unidos no grande sentido estratégico e não apenas induzido a fazê-lo, as principais autoridades russas queriam ter certeza de que ele e sua equipe soubessem a posição do Kremlin em sua guerra por procuração com OTAN na Ucrânia.

Isso explica o convite para que o principal assessor de política externa do líder brasileiro visite Moscou, ocasião em que o presidente Putin o encontrou inesperadamente como prova da importância que seu país atribui à avaliação das intenções de Lula.

Reunião não divulgada de Celso Amorim

O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil e atual assessor de política externa do presidente Celso Amorim disse à CNN Brasil sobre sua viagem não divulgada a Moscou no final do mês passado, que ele visitou antes de passar por Paris como parte dos esforços do presidente Lula para mediar o conflito ucraniano.

Ele revelou que não estava previsto seu encontro de uma hora com o presidente Putin, mas que aproveitou para discutir interesses econômicos mútuos e depois ouvir a defesa do líder russo sobre a operação especial de seu país.

Reportagem da CNN Brasil

Aqui está o que Amorim posteriormente compartilhou com a CNN sobre o encontro:

Dizer que as portas estão abertas [para uma negociação de paz] seria exagero, mas dizer que elas estão completamente fechadas também não é verdade.

Não há solução mágica [para acabar com o conflito]. Mas chegará um momento em que, de um lado ou de outro, surgirá a percepção de que o custo da guerra – não apenas o custo político, mas o custo humano e econômico – será maior do que o custo das concessões necessárias para a paz .

Meu sentimento é que esse momento ainda não chegou, mas pode chegar mais cedo do que você pensa. E então a existência de um grupo de países ‘neutros’ – é aqui que as aspas são necessárias – pode ajudar… pode ser algum tipo de negociação.

Às vezes, do lado ocidental, sentimos um certo cansaço de algumas forças [com a guerra]. Lá na Rússia, isso é menos perceptível. Em Moscou, não há a sensação de um país em guerra.”

A sua reunião será agora analisada para avaliar a sua importância global.

Uma estadia secreta com intenções positivas

Para começar, os leitores devem estar cientes de que a grande estratégia de Lula que foi detalhada aqui citando fontes oficiais é politicamente hostil à Rússia, enquanto o novo conceito de política externa de Moscou para a América Latina que foi analisado aqui promove uma cooperação pragmática de-ideologizada.

Portanto, é prerrogativa do Brasil expandir ou não seus laços econômicos mutuamente benéficos, apesar de suas visões de mundo divergentes, uma vez que Lula até agora priorizou sua ideologia sobre esses interesses.

Seu envio de Celso Amorim a Moscou nesse contexto sugere que elementos influentes dentro do Partido dos Trabalhadores o convenceram a considerar moderar seu zelo liberal-globalista nas relações exteriores, a fim de evitar complicar desnecessariamente as relações com a Rússia, parceira do BRICS.

Por isso, pode-se concluir que a viagem foi realizada com intenções positivas, especialmente considerando que antecede a visita do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, ao Brasil, prevista para este mês.

As dimensões econômico-políticas de seu encontro

Ambas as partes têm interesse em chegar a acordo sobre algo tangível que possa ser anunciado na próxima conferência de imprensa de forma a fazer valer o tempo desse diplomata de topo ter viajado meio mundo, explicando assim a razão oficial pela qual Amorim foi a Moscovo.

Enquanto estava lá, ele também planejou discutir o que o Brasil ainda considera oficialmente ser o conflito ucraniano, apesar de indiscutivelmente ter se transformado em uma guerra por procuração OTAN-Rússia no ano passado.

Já foi explicado aqui porque faz todo o sentido que a Rússia não apoie a proposta de paz do G20 de Lula, enquanto este artigo que foi publicado aqui depois que o Brasil votou em apoio a uma resolução anti-russa da Assembleia Geral da ONU ilustra o quão distante está o acordo previsto da China.

Com isso em mente, nunca houve qualquer chance crível de que Moscou considerasse seriamente a retirada total de todo o território que Kiev reivindica como seu, como o Brasil exigia no documento que votou.

Esclarecendo as intenções geoestratégicas de Lula

Precisamente por essa razão, no entanto, as principais autoridades russas tinham interesse em compartilhar suas opiniões sobre esse conflito com Amorim.

A motivação deles era garantir que o Brasil não pudesse alegar desconhecimento da posição de Moscou como justificativa para votar contra ela na Assembleia Geral da ONU na próxima vez que uma resolução pertinente for apresentada.

Como comprovado aqui e aqui citando fontes oficiais, Lula já explicou publicamente por que se alinhou politicamente com os Estados Unidos contra a Rússia neste conflito, que gerou suspeitas do Kremlin.

A fim de remover qualquer dúvida de que ele está se alinhando deliberadamente com os Estados Unidos no grande sentido estratégico, conforme explicado na análise do hiperlink anterior perto da introdução, e não apenas foi enganado ao fazê-lo, eles queriam ter certeza de que Lula e sua equipe conheciam a posição da Rússia. posição.

Tão importante foi fazê-lo antes do próximo envolvimento da Rússia com a América Latina, moldado por seu novo conceito de política externa, que o presidente Putin reservou uma hora de sua agenda lotada para se encontrar com Amorim.

Reunião de Amorim não foi tão especial

Isso garantiu que os propagandistas do partido governista não pudessem girar nenhum dos votos futuros do Brasil contra a Rússia por desconhecimento de sua política, não havendo agora nenhuma ambiguidade sobre suas grandes intenções estratégicas naquele cenário.

O inesperado encontro de Amorim com o presidente Putin foi, portanto, destinado a avaliar as intenções do Brasil, bem como possivelmente discutir as chances de Lula deportar um suspeito de espionagem de volta para a Rússia, em vez de extraditá-lo para os Estados Unidos para enfrentar acusações.

Está além do escopo desta análise detalhar esse drama na presente peça, mas leitores intrépidos podem aprender mais sobre isso aqui.

Antes de resumir a importância do encontro, os observadores devem estar cientes de que, embora tenha sido um privilégio para Amorim ter uma audiência com o presidente Putin, na verdade isso é algo que o líder russo já concedeu anteriormente ao conselheiro de segurança nacional da Índia, Ajit Doval, e aos estrangeiros chineses. chefe de política Wang Yi.

Presidente Putin provavelmente não se encontraria com Vieira

Como tal, não deve ser interpretado como um privilégio exclusivo estendido a esse representante brasileiro, mas como um privilégio que o presidente Putin estende a todos os formuladores de políticas mais influentes dos países do BRICS.

Além disso, teria sido politicamente desconfortável para ele se encontrar com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, depois que essa figura insinuou fortemente no final do mês passado que o presidente Putin seria preso se visitasse aquele país, daí porque apenas Amorim poderia ser enviado a Moscou em nome de Lula.

Tendo esclarecido a ótica de seu encontro para dissipar a desinformação que alguns propagandistas do partido governista divulgam nas redes sociais, o leitor deve agora entender melhor por que o principal assessor de política externa de Lula visitou a capital russa e não alguém mais.

Seu encontro com o presidente Putin foi de fato imensamente importante por causa do contexto da Nova Guerra Fria em que foi realizado.

A decepção da Rússia com a visão de mundo de Lula

Apesar das grandes esperanças na Rússia de que Lula romperia com o precedente de Bolsonaro ao se abster das resoluções antirrussas da Assembleia Geral da ONU em vez de votar a favor delas (com exceção do último ficar de fora daquela sobre a remoção da Rússia do Conselho de Direitos Humanos), essa expectativa se converteu numa decepção.

Lula não apenas deu continuidade a essa tendência, mas também se tornou o primeiro líder do BRICS a condenar pessoalmente a Rússia em sua declaração conjunta com Biden no início de fevereiro, o que levantou suspeitas sobre suas intenções.

Era, portanto, de suma importância para o Kremlin discernir se ele está se alinhando deliberadamente com os Estados Unidos no grande sentido estratégico, considerando tudo o que isso poderia acarretar para o futuro das relações russo-brasileiras, ou se foi induzido a fazê-lo devido ao seu alinhamento ideológico com o democratas dos Estados Unidos.

Isso explica por que o presidente Putin tirou uma hora de sua agenda lotada para se encontrar com Amorim, durante o qual eles também poderiam ter discutido o último escândalo de espionagem que foi mencionado anteriormente.

Considerações Finais

A próxima viagem de Lavrov ao Brasil revelará se eles concordaram com sucesso em algo de significado econômico tangível ou se a ideologia de Lula continua sendo um obstáculo para expandir a cooperação mutuamente benéfica.

Independentemente do resultado, suas intenções geoestratégicas serão completamente esclarecidas aos olhos dos formuladores de políticas russos na próxima vez que houver outra resolução hostil apresentada na Assembleia Geral da ONU. Neste contexto, o encontro de Amorim com o Presidente Putin foi um momento crucial nas relações bilaterais.

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